sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reservado à Indignação (17)

No que diz respeito ao ensino das línguas estrangeiras nas escolas, julgo que o Francês já teve melhores dias… Frequentei um Externato durante a minha instrução primária e sempre tive Francês, mas nessa época ainda a Língua Francesa estava no seu apogeu. A incompatibilidade com a Língua começou cedo, sobretudo porque a Madame era enfadonha e emproada… As aulas eram tão aborrecidas que eu, bem comportada q.b., saía um bocadinho dos meus limites e ficava de castigo virada para a parede. Estamos a falar do tempo da “outra senhora”, se fosse agora, o mais provável seria a Madame apanhar uma tareia (estou a brincar, os meus pais nunca foram violentos…). Quando, depois de três exames feitos na 4ª classe, optei pelo liceu, entrei no 1º ano já com as primeiras noções de Francês, ou seja, com vantagem em relação às colegas que nunca tinham tido contacto com esta disciplina.
Uma turma com um grande desequilíbrio de conhecimentos. Tirei proveito da minha “sabedoria” acabando por dispensar às provas orais no 2º ano do liceu, mas nunca cheguei a simpatizar com a Língua Francesa. Só no 3º ano tive contacto com o Inglês, que rapidamente me conquistou, assim como aos meus colegas. O sentimento em relação às duas Línguas era unânime.
Presentemente, penso que a esmagadora maioria dos alunos também prefere o Inglês, podendo depreender que a embirração com o Francês, para além de ser já de longa data, tem tendência a continuar…
Enquanto assistimos à ascensão do Espanhol (Castelhano…), o Francês vai perdendo alunos, principalmente no ensino secundário. E onde é que tudo isto nos leva?
À minha indignação, logicamente… É verdade, toda esta conversa fiada para chegar à raiva propriamente dita...
Cá vai de enfiada a minha indignação. Se qualquer pessoa reconhece que o Francês já teve melhores dias e está a perder terreno para o Espanhol a um ritmo vertiginoso, seria de bom senso que os professores de Francês tentassem motivar os alunos para a disciplina que está em evidente declínio, certo? Isto não tem nada que saber, é tão claro como água! Então, expliquem-me, como se eu fosse muuuuuiiiiiito burra, quais serão os desígnios de uma professora de Francês que conseguiu tirar do pódio (de professor mais mal amado) o Prof. de Matemática?
Digo-vos que, se isto fosse uma competição desportiva, a Madame que dá aulas na turma da minha filha R. seria a mais bem classificada e não seria destronada do lugar central do pódio…
Creio que é essencial e urgente que os professores tenham pulso forte para leccionarem sem perderem o respeito dos alunos, mas também sempre ouvi dizer que não é com vinagre que se apanham moscas…
Por este andar, parece-me que a falta de paciência da Madame vai conduzi-la, num futuro próximo, a um curso de formação de Castelhano pois está a habilitar-se a ficar sem “audiência”… Não é assim Señora Profesora? Toca a hablar com tranquilidad, autrement c’est la folie, oui c’est la folie…

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