domingo, 27 de fevereiro de 2011

Luzes, câmara, acção...

Desde sexta-feira que estou numa maratona cinematográfica... The King's Speech (O Discurso do Rei), The Social Network (A Rede Social), Black Swan (Cisne Negro), 127 Hours (127 Horas) e Winter's Bone (Despojos de Inverno). Vou ver, ainda hoje, True Grit (Indomável)...
Comentários, coming soon...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Casa-Museu

A personagem de banda desenhada Corto Maltese, o capitão e aventureiro veneziano criado pelo autor italiano Hugo Pratt, já tem uma casa-museu em Veneza, La Casa di Corto.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Milagres? É só pedir!...

Aviso aos mais sensíveis: este "post" contém imagens e texto eventualmente chocantes! Depois não digam que eu não avisei...
Quem disse que santos de casa não fazem milagres?... Acham que se eu escrever, no verso do prospecto, o milagre urgente que desejo alcançar serei atendida? Sem filas de espera? Ou ainda vou à triagem de prioridades para saber a menor ou maior gravidade da minha urgência?... Se assim for, eu quero mesmo é uma senha vermelha!...

Ah e tal... Ah e tal, não! Se prometem têm que cumprir!... Vá, agora arranjem-se!...

A fórmula mágica para ressuscitar um morto foi-me contada pelo meu avô paterno, mas é inexequível, quimérica e utópica.
O rei Artaxerxes da Pérsia sentiu, com tal extremo de dor, a morte de um seu amigo, que pretendeu ressuscitá-lo. Mandou chamar todos os sábios da corte e a todos pediu o auxílio da sua inteligência e do seu saber, para a resolução do dificílimo problema. Mas, por mais tratos que dessem ao cérebro, não conseguiram achar uma resposta que satisfizesse o desejo do rei.
Faltava só ser ouvido Heráclito, o grande sábio da Jónia, cuja fama retumbava por todo o mundo, de pólo a pólo. O ilustre sábio entrou nos majestosos salões do rei da Pérsia, onde o monarca, ansioso, lhe pediu a ressurreição do seu prezado amigo.
- Dificultosa coisa pedes, ó rei! - disse o filósofo, dissimulando a impossibilidade da acção. Se conseguires, contudo, escrever, no túmulo do defunto, trinta nomes de homens que tenham chegado aos 20 anos de idade sem qualquer sofrimento físico ou moral, o teu amigo ressuscitará!...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Message in a bottle (42)

"Stay offline some time to embrace your surroundings.
Use
 the phone just as necessary."

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Capítulo 21

Lá ao fundo a saída espreitava-nos. Os ramos retorcidos das árvores de raízes largas enlaçavam-se por cima de nós severamente, lembrando uma prisão, uma vasta prisão com corredores sem fim que percorríamos há demasiado tempo… Morlog Gate erguia-se diante de nós; uma passagem arredondada, circundada por ramos entrelaçados uns nos outros em toda a sua grande extensão. Dizia-se que há muitos anos atrás, aquele fora um local bonito, um sítio de lagos e nenúfares, de belas árvores e sereias. Fora-se degradando de geração em geração até o belo se ter desvanecido e ter ficado a devastação e a memória de algo perdido no tempo. O silêncio agarrava-se ao nosso corpo, querendo puxar-nos para trás, para aquele mundo degradado que habitava, para o isolamento e a solidão. E aquela sensação estranha de desespero, de vazio, de clausura mental, de busca por companhia, levava-me a pensar em...

Assim começa o 21º capítulo de um dos livros (por publicar, claro está) da minha filha A.
Eu gosto... mas sou suspeita!...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Gosto...e não se fala mais nisso! (22)

Porque se começo a falar muito não vou resistir...




Gosto de pensar que é verdade

Morrer é só não ser visto...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Fazer o que ainda não foi feito

Pode parecer, numa primeira leitura, particularmente aos ouvintes quotidianos da rádio ou aos amantes de música, que vou dissertar e opinar sobre a canção de Pedro Abrunhosa, mas apenas lhe roubei, gentilmente e como já é da praxe, o título. Cleptomaníaca, eu? Isso é um equívoco! Quem tem esse vício não o assume, ao contrário de mim, que reconheço, sem constrangimento, este meu defeito. Na realidade, o tema que pretendo abordar, mas não aprofundar, prende-se com a avaliação por objectivos, mais concretamente com a fixação dos objectivos. Na minha despretensiosa opinião, a fixação clara dos objectivos é o factor principal de uma subsequente avaliação eficiente e isso nem sempre acontece.
Assinei ontem os meus objectivos para 2011. Confesso que, pela primeira vez, desde que ali comecei a trabalhar, há trinta anos, sinto um certo desconforto em relação à calendarização de um dos objectivos, bem como ao seu cumprimento e exequibilidade. Pela primeira vez, sinto a minha performance a ser posta à prova. Como se ao fim de trinta anos ainda tivesse que provar alguma coisa, embora entenda a inevitabilidade do grau de exigência. Lamentavelmente, o mundo do trabalho actual oprime-nos e, por vezes, cobra-nos como se fôssemos atletas de alta competição, mas nem sempre a motivação anda de mãos dadas com a competência e a atitude. Não tentei negociar esse objectivo. Apesar de ter manifestado o meu receio, julgo que ao aceitá-lo demonstro que tenho capacidade para responder a este desafio, desempenhá-lo com sucesso e justificar que mereço o nível que tenho presentemente. Contudo, não deixei de exteriorizar o meu desagrado ao constatar que as posturas positivas, assim como o cumprimento perante o trabalho, são impostos sempre aos mesmos funcionários.

Referi até um lema já antigo que me foi transmitido por um ex-colega idoso – aqui é como na tropa, se é um bom cavalo todos o querem montar, se é um bom soldado é para todo o serviço…
Como não queria, desta vez, deixar nada por dizer porque isso faz muitíssimo mal à alma, aproveitei para revelar que já me tenho interrogado se os cem euros que recebo a mais no ordenado incentivam, satisfazem e compensam o esforço que me é exigido face a alguns colegas que só cumprem, na minha opinião, os mínimos e levam uma vidinha muito mais despreocupada. E no meio disto, onde é que está a motivação? Debaixo da saia da avozinha?...

Mas, como em tudo na vida, a um desafio corresponde uma oportunidade…

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Memórias e Afectos (75)

Recordo e visualizo as cenas como se tivessem acabado de acontecer. Oiço a minha voz de menina espalhar-se pela casa que me viu nascer. Porém, já lá vão quase cinquenta anos…
Tive a sorte de ter nascido numa casa de rés-do-chão e primeiro andar e com um quintal considerável, motivo mais que suficiente para eu ter passado os dias da minha infância na brincadeira ao ar livre. Claro que nas tardes de Inverno, quando a chuva resolvia aparecer e estragar os meus desígnios, tinha que ficar em casa com a minha mãe e eventualmente com a Conceição, a mulher-a-dias, hoje vulgarmente intitulada de empregada doméstica. Durante um ano também esteve lá em casa a Lúcia, uma rapariguita da província que veio para Lisboa servir (era vulgar isto acontecer) e enquanto não arranjou emprego ficou em nossa casa, pois os meus pais conheciam a família dela. Como o meu pai e o meu irmão, durante o dia, estavam fora, naquela casa só havia mulheres. A minha mãe, a Conceição e a Lúcia. E eu adorava-as a todas. A Conceição tentava que eu dormisse a sesta e deitava-se comigo. Ao fim de meia hora, julgando que eu estava ferrada no sono, levantava-se devagarinho para não me acordar. Qual não era o espanto quando me via aparecer atrás dela no corredor… Ralhava comigo, mas o sorriso sempre a traiu e eu sabia que não estava realmente zangada comigo. À Lúcia devo-lhe a dicção com todos os ff e rr, que é como quem diz, uma pronúncia perfeita das palavras com a letra R. Foi uma dura batalha que travou, comigo e com a chucha, mas conseguiu que eu dissesse com destreza o nome de uma beldade da época, Brigite Bardot
Voltando às tardes chuvosas, sempre fui uma criança que se divertia com qualquer coisa e quando me aborrecia dos brinquedos, inventava...
Um dos meus passatempos favoritos era arrastar pela casa uma mala de viagem, usada e de cabedal, carregada de revistas e jornais, enquanto ia apregoando a venda dessas publicações e tentava convencer a minha mãe, a Conceição e a Lúcia a comprá-las…

Ó minha senhoa, qué compá alguma coisinha? Passei muitas tardes de Inverno a chatear aquelas três inofensivas mulheres e não parava de impingir até me comprarem todo o sortido da mala…
Recordo e visualizo as cenas como se tivessem acabado de acontecer. Oiço a minha voz de menina espalhar-se pela casa que me viu nascer. Porém, já lá vão quase cinquenta anos...

(ai, ai, eu e o meu desejo irresistível de roubar... imagem "roubada gentilmente" na NET)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cenário possível...

Valentine's Day is a holiday invented by greeting card companies to make people feel like crap

(imagem roubada no Blog Professor Doutor)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Gostei...

...e agora o que é que eu faço?! Com esta é que ele me tramou...

O mundo divide-se em pessoas boas e pessoas más.
As pessoas boas têm um sono tranquilo.
As pessoas más divertem-se muito mais.

Woody Allen

Despertar da Mente

Se eu fosse do sexo masculino a anedota do sujeito que chegava sempre tarde ao emprego porque tinha um problema sexual (“não tinha tomates” para se levantar cedo…) assentava-me que nem uma luva. Contudo, quis o destino que eu nascesse mulher, ou seja, sem o tal pretexto que justificaria a dificuldade que tenho em levantar-me cedo…
Na realidade, levantar-me da cama, de manhã, exige um enorme sacrifício e custa-me os olhos da cara, mas quero que fique bem claro que entro no emprego quase infalivelmente por volta das 8h30m. E digo quase… porque ocasionalmente surgem uns percalços permanentemente relacionados com aquelas coisinhas horripilantes que soltam uma zoada incomodativa e que são vulgarmente conhecidas por rádio relógios. Na minha mesa-de-cabeceira não existem desses bicharocos repugnantes, mas sim dois telemóveis que cumprem rigorosamente a mesma tarefa, interromper-me descaradamente o descanso… Sucede que costumo ignorá-los ao primeiro toque! E ao segundo toque! E ao terceiro toque! Grave é quando, para além de os ignorar, censuro e os calo de uma vez por todas…
Para evitar o despertar embriagado e estremunhado, assim como as adversidades caóticas que daí resultam, como aconteceu há dias, obriguei-me a adoptar mais uma providência. Não direi que foi uma providência divina porque nada tem de sagrado nem de magnífico. Coloquei um relógio despertador, com ponteiros, em cima de um móvel para me forçar a levantar e desligá-lo. Embora o ideal fosse um carrilhão ou um relógio despertador para surdos acima dos 100 decibéis, a coisa não tem estado a correr mal…
A primeira noite do mostrengo no quarto foi dura! Aquele matraquear contínuo e compassado começou por me irritar, passou à fase do desespero, afugentou-me o belo do sono e às tantas apercebi-me que a função respiratória acompanhava o ritmo do malvado ponteiro dos segundos…
Finalmente adormeci. O sono foi agitado. Um exército de relógios marchava no chão do quarto, alvejando-me com ponteiros, ao som da Cavalgada das Valquírias. À frente do regimento, o coronel Clock Tower, do batalhão Big Ben, dava instruções rápidas gritando: Não há tempo a perder! Acorda! À medida que a infantaria avançava, um caça-bombardeiro, pilotado por um relógio de sol, largou um pêndulo que me atingiu na cabeça. Antes de perder os sentidos ainda consegui ver uma lancha do corpo de fuzileiros com uma diversidade de relógios de água. Recuperei os sentidos. Enquanto me media a pulsação, o relógio de pulso observava-me desconfiado. O Coelho Branco, olhando incrédulo para o relógio de bolso, entrou esbaforido pela porta do quarto e encarou-me queixando-se: É tarde! É tarde! É tarde até que arde! Horloge, o mordomo altivo, afirmou com um ar compenetrado que o despertador é um acidente de trânsito do sono…
A ampulheta sorria, assistindo a tudo com uma enorme serenidade. A certa altura, sentindo com precisão o último grão de areia fina a passar pelo gargalo, pulou com ligeireza para o meu peito, ao mesmo tempo que me incitava: É preciso virar! É preciso virar!
As palavras dela ecoaram na minha cabeça. Por uma fracção de segundos, hesitei confusa entre virar a ampulheta ou virar-me. Optei pelo que me pareceu mais sensato. Virei-me para o outro lado e continuei a chonar…
Acordei ao fim de três horas. A ampulheta dormitava encostadinha a mim…