sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alentejanices e gulodices...

Seguidora assídua do “Águas Mornas”, deparei, aqui há tempos, com um “post” denominado Roteiro Gastronómico, com uma foto do restaurante “O Poço”, em Brotas, propriedade do nosso conhecido Vinagre. Fiquei surpresa! Lido o texto, achei curioso o facto do senhor Vinagre e o Z.V. terem sido companheiros de tropa. O mundo é mesmo pequeno…
Depois disto fiquei com vontade de voltar a Brotas, mais propriamente, ao melhor restaurante do Alentejo para me banquetear com as suas esplêndidas iguarias…desde os ovos mexidos com espargos selvagens, passando pelas migas de espargos e pelo chispe no forno, até aos doces.
Ai aquela sericaia!... E os queijos e os vinhos e tudo e tudo…
Vale a pena fazer tantos quilómetros só para meter a alcofa nas orelhas!...
E a Torre das Águias? Será que já foi recuperada?




















A Torre das Águias, situada na antiga Vila das Águias, freguesia de Brotas, foi erguida no século XVI, no reinado de D. Manuel I. A torre era utilizada para repouso dos fidalgos nas caçadas, que eram frequentes na região naquela época.
Embora desde 1910 esteja classificada como monumento nacional, a verdade é que esta imponente torre estava completamente degradada e continua a ser propriedade privada.
E os bons momentos passados na paradisíaca Barragem de Odivelas e no parque de campismo Markádia?

Este é um local quase obrigatório para os amantes da natureza e para quem aprecia a tranquilidade. Ideal para ler e escrever, alternando com umas braçadas nas águas calmas e calientes da albufeira e com umas caminhadas. Parece que agora até já tem praia fluvial.

Recordo a primeira vez que ouvi falar na Barragem de Odivelas. Barragem de Odivelas? Odivelas? Julguei que estavam a gracejar comigo…
Sim, Odivelas no Alentejo! Santa ignorância a minha…

A minha onda (11)

Os mais pudicos que me perdoem mas eu não resisto a postar este vídeo.
Acho-o simplesmente brilhante e divertido...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Memórias e Afectos (30)

A minha bebida preferida nos anos 60 e 70...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Gosto...e não se fala mais nisso! (12)

Uma delícia...
Estou a imaginar os meus dois gatos deitados no muro a apanhar sol...


segunda-feira, 27 de julho de 2009

AYA… KI DO!

Não levem a sério tudo o que está escrito abaixo. Este texto é fruto de uma mente deveras perturbada… Isto não é um texto, é um pagode!!)


No dia 23 de Julho, 5ª feira, fomos jantar ao AYA, restaurante japonês.
Dizem que foi um dos primeiros restaurantes típicos japoneses a introduzir em Portugal a gastronomia japonesa.
Dizem que é considerado um dos melhores restaurantes japoneses da capital, onde os sabores e aromas nipónicos são misturas para criar pratos que são verdadeiras iguarias.
Dizem que o novo AYA, situado em Carnaxide, tenta manter a tradição, procurando transmitir ao cliente a sensação de estar no Japão com os costumes e tradições próprios. Esta sensação tem tendência a acentuar-se rapidamente, assim que vem a conta…porque ficamos com os olhos em bico e essa impressão não desaparece com facilidade, aliás, hoje já é dia 27 e eu ainda não me refiz do choque…
Banzai!? Qual Banzai, qual carapuça, eu fiquei mesmo foi Banzada!!
Vou contar como tudo se passou.
O jantar estava marcado para as 20 horas.
Fui de boleia com o Z.V., que consegue superar o J. em pontualidade, pois chegámos ao parque de estacionamento ainda faltavam 20 minutos para a hora marcada… Deveria agradecer-lhe por termos chegado adiantados. À porta estava a ementa (que eu não fui consultar…) e só mais tarde me apercebi que ele, subtilmente, me tinha dado uma oportunidade de fuga… que eu não soube aproveitar!...
Entrámos na sala grande com um balcão corrido ao fundo.
Nesse balcão, alguns empregados gritam qualquer coisa sempre que alguém entra na sala.
Segundo Marcelo Katsuki, eles gritam Irashaimasse, que significa "seja bem-vindo" mas, na verdade, o que me pareceu ouvir foi Vais ficar sem massa
Eles até são sérios e avisam o pessoal logo à entrada mas, como assim que entramos ficamos imbuídos pelo espírito nipónico, pensamos, ingenuamente, que eles estão a falar japonês… A mim já não me apanham mais desprevenida…
Aos incautos, se vos parecer que estão a falar japonês, então, saiam o mais rapidamente possível, para não saírem depenados, aliás, descamados…
Fomos conduzidos a uma sala privada, antecipadamente reservada.
Esta imagem mostra-nos dois reservados, divididos por caninhas (talvez de bambu…), que foram transformados numa sala única, juntando as duas mesas, visto que nós éramos muitos. Foi exactamente aqui que abancámos.

É gira, não é? Eu também achei e acho… Mas os cadeirões amarelos são pesadíssimos! Nessa altura é que entendi por que razões, tradicionalmente, os japoneses comem sentados no chão (no tatami)… quem é que tem cabedal para andar a puxar e empurrar cadeiras daquelas, só a comer peixinho? Vai lá vai…
Deixo-vos aqui uma informação a respeito dos lugares à mesa. Aprendam!
O convidado mais importante senta-se no lugar de honra (Kamiza), distante da entrada. Se houver Tokonoma (lugar mais alto junto à parede), o convidado senta-se em frente dele. O anfitrião ou a pessoa de menor status social senta-se junto à entrada (shimoza).

Depois de devidamente instalados, comecei a olhar para um pacotinho de plástico que estava junto a cada um dos pratos. Peguei nele e constatei que estava quente!? A indecisão assaltou-me…o que será isto? Não sei, hesito!... (Gostava de saber se o nosso Presidente Cavaco Silva não teve dúvidas na sua primeira visita a um restaurante japonês…).
Alguns dos meus doutos amigos lá explicaram que o duvidoso pacotinho tem lá dentro uma toalhinha, o oshibori, que serve para limpar as mãos e relaxar.
Segundo li, a toalhinha costuma estar quente no Inverno e fresca no Verão mas, as nossas estavam todas quentes…julgo que eles não queriam que o nosso entusiasmo arrefecesse…
Um bocado desfocada, resultado dos meus tremores, mas ei-la!...

Pedi um chá japonês frio (além de leve é óptimo para a digestão) e como não sei manejar os hashis (pauzinhos), o empregado fez uma pinça usando um elástico.
Quando olhei à minha volta, já havia muitas pinças, sinal de que eu não estava só, nesta guerra…

Houve quem pedisse um saquê, uma bebida fermentada de arroz. Não quero ser maldizente mas não me soube a nada…
A ementa, para a grande maioria de nós, era perfeitamente prescindível. Penso que até um burro a olhar para um palácio consegue tirar disso maior proveito que nós a olhar para a lista…
Valeu-nos, mais uma vez, a experiência dos mais sabedores e, ao fim de algum tempo, as escolhas foram criteriosamente feitas. Os desconhecedores, como eu, não foram perdidos nem achados nestas selecções.
Para que todos saibam, não há uma regra para a sequência dos pratos mas, dizem os entendidos que geralmente se começa com o sashimi (peixe cru).
Reuni aqui alguma informação que acho interessante.
As refeições devem ser saboreadas com a boca, os olhos e o coração, nunca esquecendo o lado saudável e tradicional da combinação dos vários ingredientes, como acontece com a tempura que deve ser acompanhada com molho e nabo ralado para facilitar a dissolução das frituras ingeridas, ou com o peixe cru, onde a utilização do wasabi (raiz forte) e o su (vinagre de arroz) mantêm a sua qualidade.
As tranches dos peixes só devem ser cortadas na altura da confecção e ingeridas logo após, para o sabor e a textura não serem alterados, sendo a elaboração demorada.
O sushi e o sashimi vêm acompanhados de pepinos e daikon-oroshi (nabo ralado) além de folhas de shissô intercalando fatias de peixe. Pode parecer só decorativo, mas há uma grande finalidade: os legumes ajudam a regularizar os índices de ácido úrico que a ingestão de peixes provoca no organismo, principalmente o pepino e o nabo. Já as folhas de shissô têm propriedades alcalinas e possuem acção anti-séptica, o que é bastante desejável quando se trata da ingestão de alimentos crus.
O gari (gengibre) e o ocha (chá verde) devem ser consumidos sempre que se degusta um prato diferente, para eliminar o sabor do anterior e assim apreciar o paladar da nova confecção.
Aqui está o gari de conserva.


Lembram-se?
Voltando ao jantar propriamente dito, começaram a chegar à mesa os pratos de tempura. Gostei de todos.
Seguidamente viria o sushi e o sashimi.
Sushi é um rolinho de arroz coberto por uma fatia de peixe cru e deve ser comido de uma só vez. Existem vários tipos de sushi, entre eles, niguiri-zushi, maki-zushi, uramaki, hosso-maki, futomaki e assim por diante. Claro que não vou estar aqui a explicar-vos o que é cada um deles, por isso, façam o favor de pesquisar, sim?
Sashimi é o peixe nu e cru cortado em fatias…
Os mais apreciados são o atum, salmão, robalo e linguado. Também costumam fazer sashimi de polvo, lula, camarão e lagosta.
É evidente que eu sabia que ia provar estes “manjares”, mas o pior foi quando me apercebi que os nossos peritos tinham pedido dois barcos grandes… e eu, por acaso, tinha visto que cada um custava a módica quantia de 150 euros!!!
Dois barcos grandes, cada um com uma lagosta...(ainda mexiam as patas, juro!).

Olhei para as embarcações. Estava ali uma pipa de massa e como tal deveria experimentar de tudo!
Olhei, novamente, para as embarcações.
Decidi, pelo meu rico dinheirinho e na mais completa lucidez, praticar o “suicídio voluntário”…
Era preciso escolher a presa e, esquivando-me às investidas das patas da lagosta, precipitei-me a pique sobre o barco, como um kamikaze… com o grito vitorioso de Banzai!
Gostei tanto que em cinco “tiros”, porta-aviões ao fundo!
Deixei a lagosta… completamente intragável!
Depois disto, o empregado recolheu as cabeças das lagostas e trouxe-nos uma bela sopinha de lagosta…
Ó pr’a ela:

Dizem que as sobremesas japonesas, geralmente feitas com feijão, são sempre pouco doces. Se é verdade não sei… não tive coragem para provar a única sobremesa, tipicamente japonesa, que veio para a mesa.
O Z.C. pediu a sobremesa que tivesse mais semelhanças com o nosso arroz doce.
Desculpem lá mas esta sobremesa também deveria ter sido discutida, internacionalmente, no Protocolo de Kyoto, estabelecendo uma regra qualquer que reduzisse o impacto visual e que evitasse a sensação vomitiva…
Quem achar isto parecido com arroz doce, ponha o dedo no ar…
Digam de vossa justiça…

Fui à casa de banho. Não, não fui vomitar… Podia lá dar-me ao luxo de vomitar, com uns preços daqueles…
Fui à casa de banho passar os olhos por água para conseguir ver a “terra do sol nascente” porque com o jantar a chegar ao fim pareceu-me que a coisa estava a ficar preta…
E não me enganei!... Além de não ver o sol nascente, por Ocaso perdi o Norte quando apareceu a conta!...
Setecentos e setenta euros!!! A dividir por dezoito…
No preciso momento em que ouvi o valor, passou-me pela cabeça cometer Seppuku, vulgarmente chamado de harakiri
Não para recuperar a honra pessoal ou limpar o nome da família, que já não tinha limpeza possível, mas para evitar ser sequestrada…na cozinha!!! Livra!...
Sayonara

Não levem a sério tudo o que está escrito acima. Este texto é fruto de uma mente deveras perturbada… Isto não é um texto, é um pagode!!)


sábado, 25 de julho de 2009

Os Suspeitos do Costume

Como já vem sendo praxe, teve lugar, no dia 19 de Julho, mais uma celebração dos 50 anos…
Devagarinho, pé ante pé, todos lá chegam! Faz lembrar uma escada rolante no sentido ascendente, entra-se com 49 e quando saímos lá em cima, zás… já estamos com 50 anos!
E é vê-los a caírem que nem tordos…

O almoço surpresa teve como finalidade comemorar a entrada do nosso amigo Z.C. na meia-idade. Convém não confundir com Idade Média porque não é exactamente a mesma coisa, embora na Meia-Idade surja, tal como na época medieval, uma intensa religiosidade…
Tantos cabelos brancos!? Ó meu Deus!... Mais dioptrias? Valha-me Deus!! Os seios descaídos!! Minha Nossa Senhora!... As peles flácidas!! Ó meu Deus!...

No almoço surpresa, juntou-se, mais uma vez, a Confraria do Bacalhau e do Baco com os bacanos do costume…
Por ocasião destes acontecimentos, em circunstâncias normais, é hábito e natural que assim seja, que o aniversariante seja o último a chegar. Pois… é normal que assim seja quando lidamos com pessoas ordinárias (deve ler-se normais…) mas como alguns são extraordinários (gaba-te cesto…) chegaram depois…
Estou entre os 11 extraordinários (ou 11 indomáveis patifes…) que chegaram atrasados e por esse facto nem tive possibilidade de apreciar a reacção do nosso amigo Z.C., ainda que não tenha sido por mea culpa.

Já postei, no dia 19 de Julho, uma pequena homenagem a este amigo tão especial. Julgo que nesse tributo, em poucas palavras, lhe manifestei a minha consideração e amizade.
Conheço-o há mais de trinta anos e afianço que, com o passar do tempo, o Z.C. tem vindo a refinar o seu temperamento. A par da sua nobreza de carácter, brinda-nos com o seu humor refinado que, por vezes, está perto da genialidade. Seria, sem dúvida, uma mais-valia nas Produções Fictícias… (eu já lá trabalho! Isto é uma chalaça, eheheh).
Escrevi, há meses, num dos “post” que os homens são como o vinho, a idade azeda os maus e apura os bons. Tomando como verdadeiro este ditado, então o nosso amigo Z.C. resulta de uma colheita excelente, um autêntico VQPRD, Reserva de 1959!...


Nestes eventos há sempre reportagens fotográficas mas nunca recebo nenhuma foto. Estou em crer que a malta leva as máquinas só para os outros verem... suspeito mesmo que os que têm câmaras digitais nem levam a bateria carregada ou pilhas. Quanto aos das máquinas com grandes teleobjectivas, estou convencida que nem rolo elas têm e eles enrolam o pessoal fingindo que tiram fotografias e que são muito entendidos na matéria...
Enfim, são desconfianças…e até prova em contrário vou continuar a pensar que levam as máquinas só para impressionar, para armar ao pingarelho…
Quem quiser que enfie a carapuça! Os que tiverem um pingo de vergonha mandem-me as fotos deste e dos outros eventos, ok?
Ah, e para a próxima, não se incomodem a levar máquinas, eu já vi que têm…
É evidente que os meus relatos não podem ser brilhantes, visto que faltam sempre as fotografias e assim torna-se difícil ter uma perspectiva global dos acontecimentos.

Quando o Z.C., no seu pequeno discurso, agradeceu a comparência de todos, era óbvio que estava comovido, julgo que isso não passou despercebido a ninguém, mas não consigo expressar por palavras o que uma fotografia, tirada no momento certo, seria capaz de exprimir, ou seja, a foto seria, seguramente, um belo testemunho dos sentimentos que o Z.C. estaria a sentir naquele preciso instante…

Para finalizar, não posso deixar de fazer um comentário em relação ao factor surpresa do almoço…
Todos nós sabemos que o nosso amigo é muito sabido, finório, manhoso, matreiro, esperto, enfim, muitíssimo astuto! Até arriscaria a chamar-lhe, sem ofensa, “Raposa do Deserto”, pelo domínio da táctica de apanhar os outros em falso.
Assim sendo, só posso chegar a duas conclusões. Ou ele está a perder qualidades ou é um poeta, porque, como dizia Fernando Pessoa, o poeta é um fingidor


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Yupiiiii!!!!!!

Vou finalmente regressar a...

Barcelona!
Em meados de Setembro...

Depois de Arizona Dream...

... Johnny Depp vai ser protagonista do novo filme de Emir Kusturica e vai dar corpo à personagem Pancho Villa, numa obra que vai abordar a Revolução Mexicana.


Ainda vou ter que esperar muito pois as filmagens de Pancho Villa estão previstas para terem início no final de 2010...

Não abandone...


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
o melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
e dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda.
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda


Muito à frente!

A tradição já não é o que era…
Li que as salas de jantar têm os dias contados nas casas do futuro.
A palavra clarividente, neste caso, assenta-me que nem uma luva…
Sabeis porquê?
Pela simples razão que a minha casa, de 5 assoalhadas, já não tem sala de jantar há dois anos…e não lhe tenho sentido a falta!
Não ter sala de jantar só traz vantagens. Mais espaço é logo o primeiro proveito mas o maior benefício é não dar almoços e jantaradas…incluindo, claramente, os de Natal e Ano Novo…
Um dia destes, ou por outra, um Natal destes, ainda me dá na real gana e compro uma mesa (daquelas com abas que se arrumam num cantinho) e faço a consoada lá em casa (como foi tradição durante anos a fio e eu até tinha jeito para a coisa…) só para dar uso aos serviços e ao faqueiro…
Não tem mesinha nem cadeirinhas, não pode ser em minha casa! E não tenho preconceitos nenhuns em dizê-lo, aliás, tanto a família como os amigos sabem disto (os que não sabem deviam saber!). Se continuam a convidar-me para repastos, sabendo que não irei retribuir, então só posso concluir que se acham privilegiados pela minha companhia… (eheheheh = a Lol na linguagem das minhas filhas).
Pois os especialistas em arquitectura e design não têm dúvidas: a sala de jantar tem os dias contados mas não será a única divisão a desaparecer…
Aguardo, impacientemente, que a próxima divisão a eclipsar-se seja a cozinha e toda aquela parafernália que é usual encontrar nessa horrível divisão das casas…
Caso isso não se venha a verificar, ou seja, caso os especialistas façam a escolha errada e optem por fazer desaparecer a sala de estar, só me resta uma solução, encontrar um “cavaleiro andante” que goste da arte de cozinhar e me impressione com uma lasanha de bacalhau ou uma salada tropical de camarão, enquanto eu lhe leio algumas passagens das Mil e uma Noites



Um guia turístico…

… só com locais estranhos que não costumam aparecer nos guias de viagem tradicionais e que são ignorados pela maioria dos turistas.
Fiquem a conhecer os
lugares mais bizarros do mundo.







Socotra Island

Coisas que leio por aí…

No Egipto, as bibliotecas eram chamadas de “Tesouro dos Remédios da Alma”.
De facto é lendo, pesquisando e estudando que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras…

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eventualmente...


Livros e Mar: eis o meu elemento! (13)

Em Abril de 1506, durante as celebrações da Páscoa, cerca de 2000 cristãos-novos foram mortos num Pogrom em Lisboa e os seus corpos queimados no Rossio.
Reinava então D. Manuel I, o Venturoso, e os frades incitavam o povo à matança, acusando os cristãos-novos de serem a causa da fome e da peste que flagelavam a cidade. Os Zarco, uma família de cristãos-novos residentes em Alfama, tinham como patriarca Abraão Zarco, iluminador e membro respeitado da célebre escola cabalística de Lisboa.
Depois do
Pogrom, Berequias Zarco, sobrinho e discípulo de Abraão, vai encontrar o tio e uma jovem desconhecida mortos numa cave que servia de templo secreto desde que a sinagoga fora encerrada pelos cristãos-velhos. Um e outro estão nus e banhados em sangue. Estranhamente, a porta está fechada por dentro. Um manuscrito iluminado, recentemente terminado por Abraão Zarco, em que os rostos dos seus vizinhos e amigos representam personagens bíblicas, desapareceu do seu esconderijo secreto.
O assassino teria sido um cristão ou, como os indícios fazem crer, outro judeu? Quem seria a rapariga morta? Estaria o rosto do assassino representado no manuscrito roubado?
O Último Cabalista de Lisboa é um extraordinário romance histórico tendo como pano de fundo os eventos verídicos desse mês de Abril de 1506 e pode ser lido a vários níveis, na tradição de um verdadeiro livro cabalístico.


domingo, 19 de julho de 2009

Parabéns a um amigo…

… muito especial e inigualável!
Tão único que eu me atrevo a classificá-lo como Património Mundial, mais ou menos assim como a Paisagem Cultural de Sintra, o Santuário Histórico de Machu Picchu, o Coliseu El Jem ou o Centro Histórico de Praga…
É com sinceridade que asseguro que seria capaz de ir a Roma e não ver o Papa (para mim, perfeitamente dispensável…).
Ter o privilégio de conhecer o Z.C. é algo que eu não dispensaria nunca…

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Memórias e Afectos (29)

A sala de estar do n.º 6, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, não era muito confortável mas era acolhedora. Dizer que não era muito confortável e ao mesmo tempo dizer que era acolhedora parece um absurdo mas são, de facto, as palavras que me surgem quando penso naquela sala.
O facto de achar a sala pouco confortável deve-se aos assentos e aos encostos que não eram, de maneira nenhuma, cómodos. As almofadas grandes, de tecido riscado e com flores, eram cheias com palha moída. Faziam barulho e eram desconfortáveis.
Mas, não deixa de ser curioso pensar que a palavra assento tem, também, como definição, um lugar que oferece garantia ou estabilidade e, naquela sala, sentia essa segurança. Sentia-me protegida, como se a sala fosse uma enseada modesta e eu, um barquinho a remos que ela acolhia…
A sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, recebia luz natural através de duas janelas. No entanto, recordo a sala com mais luminosidade na metade esquerda, talvez porque a janela desse lado tivesse as portadas (não existiam estores) completamente abertas e a outra janela não. Talvez...
A sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, tinha, ao longo de 2 paredes e a formar um L, um móvel baixo, com umas portinhas nas extremidades, em cima do qual descansava o bandolim do meu “avôzinho” (para além das artes plásticas também era dotado para a música). Se a memória não me falha e, lamentavelmente, falha com alguma frequência, o móvel supracitado veio de casa dos meus tios M. e C., no Avenal. Encostados a este móvel ficavam os tais assentos que aspiraram, toda a vida, ser sofás…
A sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, albergava ainda, se a minha memória fotográfica não me atraiçoa, uma secretária e uma cadeira, entre as duas janelas, e uma pequena estante. Nessa estante repousaram, continuamente, um busto de Páris, um par de elefantes encosta livros e uns binóculos militares antigos que fazem agora parte do meu espólio pessoal…
Na verdade, não é muito importante o que eu recordo, do ponto de vista decorativo, da sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, mas sim o que eu recordo em matéria de emoções e afectos…
Era na sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, que o J., o Z. e eu, jogávamos, durante horas esquecidas, à berlinda… dizendo o pior possível uns dos outros e cumprindo e fazendo cumprir castigos. O meu irmão e as minhas primas F. e T. não participavam nos nossos jogos e brincadeiras. Sendo mais velhos, as suas atenções e interesses desviavam-se já para outros campos…
Foi também na sala de estar do n.º 6, no 1º andar, na Rua Fonte do Pinheiro, em Caldas, que o meu “avôzinho” gravou, para um gravador de bobinas (ou bobines), hoje em dia caído em desuso, três das suas histórias mais famosas,
Cara feia, A casa dos passarinhos azuis e A bruxa do Vale da Dorna…
Ainda hoje as sei de cor e salteado, em particular a última porque sempre foi a minha preferida, mas o mais extraordinário é poder ainda ouvi-las, em qualquer altura, contadas pela voz terna e suave do meu saudoso avô…


terça-feira, 14 de julho de 2009

Liberté, Egalité, Fraternité

Celebra-se hoje, dia 14 de Julho, a Tomada da Bastilha.
Salvo erro, durou à volta de quatro horas.
Alguns historiadores atribuem a este episódio, o início da Revolução Francesa.
Após a Tomada da Bastilha nada ficou como antes…

Realizou-se hoje, dia 14 de Julho, mais uma Reunião do Serviço, também conhecida como a Tomada da Pastilha!
Alguns colaboradores consideram que “estes episódios” deveriam ter um fim.
“Chupámos a pastilha” durante duas horas…
Após a Tomada da Pastilha tudo ficou como antes…


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Message in a bottle (20)

(Mais... do mesmo: Gonçalo Cadilhe)

Viajar depois da licenciatura é um rito de iniciação tipicamente anglo-saxónico. A escola da vida depois da escola.
Durante um par de anos, estes recém-licenciados percorrem o mundo, juntando dinheiro nos países ricos e gastando-o nos países pobres. Ensinam inglês em Itália, fazem as vindimas em França, passam o Inverno a servir à mesa nas estâncias de ski do Colorado e o Verão a lavar conveses nos cruzeiros da Grécia.
Por cada mês de salário no Primeiro Mundo viajam quatro meses no Terceiro.
Constroem um planisfério pessoal a partir do que a nossa mentalidadezinha acomodada, flácida, horrorizada, chama de “expedientes”. A volta ao mundo em 80 expedientes.
Regressam a casa com o mestrado na arte de viver...


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Memórias e Afectos (28)

Decorriam, mais uma vez, os saudosos e agitados anos…sessenta.
Enquanto o mundo pulava e avançava, eu tinha férias e essas férias eram GRANDES!
Actualmente a malta nova, ou pelo menos alguma malta nova, aborrece-se de morte ao fim de algum tempo de férias e não têm os dias de férias que eu tinha. As aulas acabavam por volta do dia 10 de Junho e só começavam a 7 de Outubro. Eram praticamente quatro meses de férias e não me recordo de haver um único dia em que eu tivesse saudades das aulas ou dos amigos porque os meus amigos também estavam de férias e divertíamo-nos juntos, sem pressa que o tempo passasse…
Verdade seja dita que, na minha infância, todas as crianças brincavam na rua porque não havia tantos carros nem tantos perigos à espreita como hoje em dia. Nesse tempo nunca ouvi os adultos falarem de pedofilia nem de raptos. Agora há poucas crianças a brincar na rua. A grande maioria passa as férias ou no ATL ou em casa agarrada a um computador ou a uma playstation e a ver televisão. Nem me atrevo a incluir a leitura porque a malta nova não lê…
Até completar os seis anos, morávamos numa vivenda que pertencia ao meu avô paterno, J.J. Contando com a nossa, eram quatro vivendas isoladas e seguidas. A criançada que ali morava passava os dias a brincar nos quintais uns dos outros e só fazíamos uns intervalos às horas das refeições.
Mudámos de casa. A casa nova tinha 5 assoalhadas e era num 2º andar de um prédio recente, num local aprazível. Tão aprazível que ainda hoje os meus pais lá moram…
Foi, portanto, com seis anos que conheci a minha amiga do peito, a T., tinha ela na altura quatro anos. Até hoje continuamos amigas…
Nas férias GRANDES juntavam-se os miúdos que ali viviam e ainda me lembro de alguns. Certamente que vou esquecer-me de muitos mas estes são, talvez, os nomes que estão mais acesos na minha memória: a Maria João, a Ângela, a Rosália, a Cristina, o Renato, o Luís que morava no n.º 8 e o Luís que morava no n.º 4, o Paulo Renato, a Ju, a Tina, a Cuca, a Niná, os irmãos Calhau, o Eduardo, a Guida, o Tó, o Rato, o Rui Tristão… Um dia, a T. atirou o boné (à Dr. Jivago, usava-se muito na época) do Rui para um canteiro enorme de flores e nunca mais se viu… O canteiro foi todo passado a pente fino mas o boné nunca foi encontrado… Ainda hoje rimos ao falar nisso… E quando eu me estatelei contra uma parede a andar de bicicleta? Eu era uma expert do pedal mas naquele dia devia ter ficado a ler (coisa que eu fazia diariamente e por gosto). Comecei a pedalar no princípio de umas arcadas, junto à porta do n.º 2 e a ideia era dar a volta junto à porta do n.º 10 (noutras arcadas) e regressar ao lugar de partida. Tanto as primeiras arcadas como as outras tinham (e têm) três prédios e entre elas ficam outros três prédios. A numeração é sequencial, ou seja, eu passava por 8 prédios. Como existe uma ligeira (felizmente) inclinação do terreno, ganhava-se velocidade com facilidade sem necessidade de pedalar muito… mas como eu me sentia o Fangio do pedal, toca de pedalar…mas a volta estava destinada a não me correr bem…Ainda hoje não compreendo o que aconteceu mas “tive uma branca” do tamanho de um comboio. Convém dizer que o n.º 10 era o último prédio e terminava com uma parede, branca por sinal… O esquecimento momentâneo foi de tal ordem que não me lembrei que a bicicleta não era composta só por pedais, tinha travões e guiador… e quando à minha frente, começou a surgir, cada vez mais perto a parede, tive uma ideia de jerico. Largar o guiador e proteger-me, levando as mãos à parede… Abri os pulsos e fiz um galo maior que o de Barcelos!
Devo dizer que não deixei de andar de bicicleta e, presentemente, acho que ainda era bem capaz de fazer um sprint
Tanta diversão, tantos jogos ao ar livre, concursos de canções, quedas de bicicleta, arranhões e esfoladelas… Passeios largos, arcadas e o adro da igreja eram tudo o que precisávamos para as nossas brincadeiras. Ao fim do dia começavam as mães a chamar-nos para irmos tomar banho e jantar. Todos pediam “só mais um bocadinho”… Alguns tinham sorte. Eu sempre pertenci aos sortudos… porque a minha mãe compreendia que férias são férias e as GRANDES eram para ser bem gozadas...

Bora lá... sonhar! (6)


Message in a bottle (19)

(Excertos de uma crónica de José Luís Peixoto na Visão)

Nunca gostei de dizer “as minhas ex-mulheres” (duas). Não apenas pelo tom de Elizabeth Taylor que essa expressão confere a qualquer frase, mas sobretudo pelo facto de as pessoas em questão não serem ex-nada, ambas continuam a ser o que são e, hoje, talvez até sejam bastante mais do que eram perto de mim.
Foi em Cabo Verde que aprendi a expressão “mães dos meus filhos”. É a mais correcta. Não apenas porque tem a palavra “mãe”, algo que elas são de forma infinita, mas também porque não nomeia aquilo que são para mim, o que é certo, uma vez que aquilo que são para mim não tem nome, existe no meu interior e, lá, tem todos os nomes impossíveis da gratidão absoluta e do afecto indelével e absoluto.
Gostava de ter a coragem de ser como aquele escritor americano que há cinco ou seis anos conheci em Haia, na Holanda.
Era noite, caminhávamos pelas ruas desertas de Haia, chovia um véu que nos cobria o rosto.
Ele passava dos sessenta anos, eu ainda não tinha trinta, falava-me dos filhos que eram homens e lhe telefonavam duas ou três vezes por ano, falava-me da solidão. Disse que estava sozinho há quase quinze anos.
Quando lhe perguntei o motivo pelo qual não procurava companhia, respondeu-me que não queria fazer mal a mais ninguém…
Essas palavras ficaram-me, ouço-as muitas vezes.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Memórias e Afectos (27)

Como já vem sendo hábito, corria a década de sessenta…
Uma década muito especial no decorrer do século XX, uma década marcada por acontecimentos históricos.
Nos anos 60 houve grandes avanços no campo científico e tecnológico, mudanças sociais, culturais, políticas, musicais, enfim, não há dúvida que nestes anos rebeldes, todo o mundo foi composto de mudança…
Acontecimentos para os quais não dei qualquer contributo mas conheço-os, não por ouvir contar ou por ter lido, conheço-os porque os “vivi”, com mais ou menos intensidade, com mais ou menos emoções, mas vivi-os! Vivi-os com alguma consciência e noção de que eram factos importantes.
Recordo lindamente o primeiro transplante de coração feito na África do Sul, pelo Dr. Barnard (a minha mãe foi uma das suas admiradoras, não sei se pelo êxito da operação, se pelo homem…), recordo a emoção e o alvoroço quando Neil Armstrong entrou para a História ao ser o primeiro homem a pisar a Lua e a sua célebre frase Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade.
Lembro-me da guerra do Vietname, de J. F. Kennedy ser assassinado em Dallas e do assassinato de Martin Luther King (embora, confesso, não fizesse a mais pálida ideia de quem era e quais os seus sonhos…).
Revivo ainda o surgimento dos Beatles, assim como o sucesso da banda (ainda que não fizesse parte das meninas que puxavam os cabelos e gritavam) e também ainda hoje recordo, com um sorriso, a estranheza que senti ao tomar conhecimento do movimento hippie e do depravado festival de música Woodstock
Ter “vivido” estes acontecimentos é um privilégio do qual eu não abdicaria nem com a promessa do elixir da juventude ou da vida eterna...

domingo, 5 de julho de 2009

Message in a bottle (18)

Mais uma pequena passagem de um livro de Gonçalo Cadilhe.

... Penso no fogo que arde dentro dos alpinistas, penso nessa raça de humanos que se mexe pelo estímulo mais absurdo que há: não ver nada mais alto. Penso em João Garcia, na sua determinação em viver com qualidade de vida, porque "qualidade de vida" não é o todo-terreno para o engarrafamento matinal cinco dias por semana, nem poupar no preço daquilo que se come para se gastar naquilo que se mostra. "Qualidade de vida" não são os quatro apelidos e três nomes próprios do filho varão, nem a lista de espera de dois anos para a creche, nem o T1 de luxo entrincheirado no horror paisagístico que caracteriza a periferia portuguesa em geral, a Grande Lisboa em particular. "Qualidade de vida" não é a música que bate na cabeça no sábado à noite, a amena cavaqueira com o copinho de uísque na mão...
Qualidade de vida é ter um sonho e viver por ele, é fazer como o João Garcia, que é português mas de uma raça antiga que se vai diluindo sem apelo nem antídoto nas compras do hipermercado no domingo à tarde.


sábado, 4 de julho de 2009

A dor de pensar...

Há coisas que doem muito só de pensar nelas.
Dizê-las dói ainda mais
A compreensão, às vezes, exige silêncio.

Message in a bottle (18)

Não resisto a postar este "cartaz" irresistível que me chegou por e-mail.
É bom saber que podemos sempre contar com pessoal divertido, com um espírito deliciosamente mordaz e humor inteligente.
Conseguem fazer uma "pérola" a partir de um tesourinho deprimente...
Junto um texto para compor o ramalhete...

Tourada à Portuguesa...
(por João Moniz no jornal Destak)

Os defensores dos animais só podem estar deprimidos. Após a notícia de que 159 espécies estão em risco de extinção em Portugal, apesar dos inúmeros alertas ao longo dos anos, eis que a luta contra as touradas leva uma estocada inesperada.

Em pleno Parlamento, principal órgão de soberania nacional, o ministro da Economia resolveu publicitar a tourada à portuguesa.

Perante os aplausos de uns e os apupos de outros, os artistas da faena tentaram lidar o touro o melhor possível para saírem em braços da praça. E entre uns ferros bem metidos por uns e umas marradas dolorosas para outros, eis que no fim nada mudou: o animal foi o único sacrificado.



sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mentes Perigosas

Não sei se deveríamos colocar o nosso país em alerta vermelho ou em alerta amarelo.
Quando vi os últimos estudos divulgados sobre os hábitos de leitura dos portugueses, fiquei um bocado inquieta…
Os resultados deixam-me preocupada, quase tanto como a gripe A…
Ouvi, há dois dias, uma técnica de saúde referir que todas as gripes começam por ser pandémicas, passando depois a gripes comuns. Eu acredito, mas até isso acontecer é um pandemónio…
A iliteracia preocupa, mas a falta de vontade e o desinteresse pela leitura são coisas que me deixam desgostosa. Ler é uma das maravilhas do mundo, ler dá asas à nossa imaginação e à nossa fantasia. Eu adoro ler e, se conseguir que esse prazer seja usufruído numa esplanada (preferencialmente com vista para o mar) ou num café (cheio de gente mas que eu só ouça o ruído de fundo), então sim, junta-se o agradável…ao agradável…
O desinteresse pela leitura é uma pandemia há muito instalada no nosso país e por vezes penso que combatê-la é uma batalha perdida, uma luta contra moinhos de vento.
Dizia o estudo que 57% dos portugueses lêem livros mas lêem apenas de duas a cinco obras por ano. Desconfio que nestas obras estarão incluídos os livros do código da estrada, os livros de reclamações, os livros de receitas, os livros escolares, os livros de instruções, os livros do Tio Patinhas, os livros de auto ajuda e os livros de cheques…
A leitura de livros ocupa o 6º lugar na forma como os portugueses ocupam os seus tempos livres, 17% contra 97% a ver televisão.
Sarcasmos à parte, até porque eu também faço parte da percentagem que vê televisão, dos 57% de portugueses que lê, a maioria são mulheres… e estou convicta de que Mario Vargas Llosa tem razão quando diz que é graças a elas que ainda hoje a literatura continua a ser publicada e vendida…


O livro “Mulheres que lêem são perigosas” de Stefan Bollmann apresenta, julgo que através do olhar de fotógrafos e pintores, a relação entre as mulheres e os livros, ao longo de quatro séculos.
Bollmann foi mais longe e no livro “Mulheres que escrevem vivem perigosamente” conta-nos histórias de mulheres que, contra tudo e contra todos, pensaram e escreveram.
No prólogo de “Mulheres que lêem são perigosas” pode ler-se:
“Nas fogueiras da Inquisição arderam sobretudo mulheres e livros”.