terça-feira, 30 de junho de 2009

Elementar, meu caro Watson

Depois de várias diligências e investigações por conta própria fui recompensada…

O primeiro fado que Vicente da Câmara gravou foi o “Fado das Caldas” para aí há uns 60 anos e como o próprio disse, nem sabe como lhe foi “parar às mãos”.
O “Fado das Caldas” foi cantado numa revista na Ericeira mas nunca chegou ao Parque Mayer.
Num evento, organizado pela Câmara das Caldas da Rainha há uns três anos, o fadista contou ao público um episódio que envolveu esta canção num concerto que deu para um grupo de senhoras. Quando, nesse concerto, terminou de cantar o “Fado das Caldas” houve uma das assistentes que se abraçou a ele emocionada, dizendo que era filha do Levi (a certa altura desta música canta-se “Nas barracas do Levi, com dois tintos das Gaeiras”).

Aqui está a letra do “Fado das Caldas” com música de Raul Ferrão (julgo eu…).

Calça justa bem esticada
Já manchada p' lo selim,
Polainas afiveladas.
Antigamente era assim;
Mantas de cor nas boleias (ai)
P'ras toiradas e pr'a ceias.

De milorde aguisalhada,
À cabeça da manada
Trote largo e para a frente,
Com os seus cavalos baios,
As pilecas eram raios
Fidalgos iam co'a gente.

E p' la ponte de Tornada
Por lá é que era o caminho
Bem conduzindo a manada
A passo, devagarinho,
E quem mandava o campino (ai)
Era o mestre Vitorino.

Praça cheia, toca o hino
É dos Gamas, gado matreiro
Victor Morais, o campino,
Anadia, o cavaleiro
Que sortes tão bem mandadas
Haviam nessas toiradas.

Nos tempos que não vivi
Findavam as brincadeiras
Nas barracas do Levi
Com dois tintos das Gaeiras

Entre cartazes, letreiros
Com toiros, cavaleiros.

As barracas do Levi existiram no Parque D. Carlos I, nas Caldas da Rainha, nos anos 40...

Uma aventura na cozinha…

Aposto que este título nunca passou pelas cabeças de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada…
Poderia ser levada a pensar que numa cozinha nunca se passará nada digno de ser contado num livro, muito menos uma aventura… mas julgo que não será bem assim.
Recordo o extraordinário filme “Janela Indiscreta”, do grande mestre do suspense, com uma duração de 112 minutos, todo ele passado num apartamento, aliás, numa sala…coscuvilhando a vida dos vizinhos…
Ora, as traseiras do meu prédio têm, seguramente, todas as condições para um bom filme de suspense, até há bem pouco tempo desapareceu de circulação um dos vizinhos que cuidava de uma hortinha…
Como é habitual, estou a desviar-me do assunto, ou seja, da aventura na cozinha.
A manhã corria calma na cozinha.
Pudera, era domingo e eu dormia!
Meto a 1ª, que é uma coisa mais ou menos parecida com o primeiro sono. Quando meto a 5ª, que é uma coisa mais ou menos parecida com o sono profundo, ninguém me agarra… lá vou eu até me faltar a gasolina, que é como quem diz, até acordar sem sono…
Como eu estava a escrever, a manhã corria calma na cozinha… Depois do meio-dia ainda é de manhã?
Levantei-me, dirigi-me à cozinha, onde a manhã corria calma e, com o ar de “zombie” que me caracteriza nestas manhãs de domingo, pensei que seria melhor saltar o pequeno-almoço e começar a fazer o almoço, dado o adiantado das horas… Minto! Achei que o meu arzinho obtuso só desapareceria depois de tomar banho e beber um café e foi isso mesmo que fiz.
Voltando à manhã, que por acaso já era tarde, que corria calma na cozinha, encafuei no forno o “piano” ou o “teclado”, enfim, aquela parte do entrecosto que tem nome de instrumento musical…
So far so good…
Acompanhamento para o “piano”? Nada melhor, pensei eu, que uma “bateria” de batatinhas fritas!...
A ideia não foi boa mas como a bica ainda não tinha surtido efeito, eu insisti na fritura.
Óleo ao lume a aquecer e eu a cirandar por ali a fazer nem sei o quê…
O óleo aqueceu mais que a conta, mas como a bica continuava a não produzir efeito (o café anda mesmo adulterado…), não me apercebi e espetei com as batatinhas lá para dentro…
É pá! O óleo não gostou e desatou a ferver e a dar de frosques da frigideira, fogão abaixo…
Tive uma subida tão súbita de adrenalina que nem senti os salpicos de óleo fervente no braço quando tentei, com êxito, apagar o lume.
Os impropérios que me saíram da boca e as pragas que roguei a mim própria ter-se-ão ouvido nas traseiras, pois tinha a janela aberta e uma janela aberta é sempre uma janela indiscreta… Durante os próximos dias tenho a certeza que os vizinhos vão sussurrar à minha passagem:
“lá vai aquela que trata as filhas abaixo de cão”…
Desisti das batatas e fiz arroz, que felizmente não tentou fugir panela fora…
Uma parte da tarde de domingo, já por si dia de desespero porque antecede a 2ª feira, foi passada a limpar o fogão empapado em óleo e os arredores do fogão…
Não almocei. As asneiras que ficaram por dizer, atravessadas na garganta, desceram e taparam-me a boca do estômago…
Ainda bem que a Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada não escrevem como eu… e que eu não escrevo como elas…
Como diz Ken Follett
“no ramo editorial, quando se alcança um êxito (cof, cof, cof…) a atitude mais prudente é escrever o mesmo género até ao fim da vida”.
Assim como os palhaços não devem aventurar-se a representar Hamlet, eu não deveria aventurar-me a escrever um drama e muito menos na cozinha…

Post-scriptum
Se um dia escrever um livro com o mesmo título de um dos livros das autoras supracitadas será uma tetralogia de “Uma Aventura no Supermercado”…


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Livros e Mar: eis o meu elemento! (12)

Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia. Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.


sábado, 27 de junho de 2009

A minha onda (10)

Cantou para mim no dia do meu aniversário.
Verdade! No Estádio de Alvalade, há uns anos...

Another Comic Version...

The Big Chill
de Lawrence kasdan

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reservado à Indignação (11)

Este é um texto composto. Combina a vertente indignação com a vertente memória.
No final de mais um ano lectivo no ensino básico (Yes!!!), o balanço, a meu ver, não é positivo porque os contras são superiores aos prós… Isto, evidentemente, é a minha opinião e eu tenho uma tendência para criticar e praguejar com tudo o que tenha a ver com a aprendizagem, com algumas doutas cabeças e com os milhentos trabalhos exigidos aos alunos ao longo do ano lectivo. Efectivamente, nestes assuntos, tenho sempre tendência para opinar causticamente em relação a quase tudo o que diz respeito ao ensino actual.
Já me indignei algumas vezes com algumas ocorrências completamente descabidas e continuarei a fazê-lo à laia de desabafo, já que não consigo mudar o presente nem o futuro estado do ensino. Não desabafei aqui, quando a minha filha A. frequentou o ensino básico, porque ainda não era “proprietária” deste “confessionário virtual”… ou seja, nesse tempo limitava-me a insultar oralmente…em casa!
Onde é que no meu tempo se faziam testes de Educação Física?! Jamais!...
Testes de Educação Física? Passo-me da carola com isto, a sério!...
Educação Física é aula prática, seja ginástica, andebol, voleibol, futebol, basquetebol, paintball, colesterol, rissol ou o raio que o parta… Teorias destas modalidades terão que ser estudadas por quem quiser seguir a área de desporto, isto não é cultura geral!…
As regras aprendem-se com a prática…
As minhas filhas nunca tiveram muito apreço por esta disciplina, saem à mãezinha…que sempre arranjou 1001 desculpas para não mexer uma palha, que é como quem diz, para não fazer ginástica…
E os torneios inter-turmas? Cada ano sua modalidade… e os miúdos têm que ter apetência para tudo, seja corta-mato, futebol, andebol, briol, cachecol e mais umas quantas coisas acabadas em “ol” como mentol…
E como é que a miudagem é persuadida a participar? Com umas ameaças às “notas”!...
Qualquer mentecapto vê que esta não é a melhor maneira de convencer os alunos a serem mais participativos… mas será que os Profes de Educação Física julgam que assim conseguem cativar os alunos para a prática do desporto? Daahh!!
Que me desculpem todos os adeptos do exercício físico, mas nunca me senti atraída por qualquer prática desportiva, nem sabendo que faz bem à saúde…
Quando era adolescente deslocava-me todas as semanas ao Sport Algés e Dafundo para praticar natação e estive quase a frequentar aulas de Vela, julgo que pela Mocidade Portuguesa (não há bela sem senão…).
Hoje em dia travo alguns “combates” entre o zapping e o blogue, acabando sempre por “ir ao tapete”, ou seja, ao sofá, ficando completamente Knock out
As únicas actividades que me poderão fazer “correr seca e Meca” são passeios e viagens.
Vejam só as alegações empregadas para chegar ao veredicto final…
Desporto? Exercício físico? Lamento mas não sou militante!
Continuando a minha dissertação sobre o ensino, gostaria muito de entender as razões que levaram a incluir na carreira escolar umas disciplinas que não servem nem para “encher chouriços”, tais como Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica.
Área de Projecto!... Nomezinho pomposo não é? Pois… não sei se o problema é da disciplina, se é do programa escolar do ensino básico, se é da escola ou se é dos professores, mas a verdade é que já me começa a chatear os temas escolhidos para os trabalhinhos em grupo…
Compreendo que os miúdos devem estar elucidados sobre os problemas ambientais e esclarecidos sobre a União Europeia, mas tenham dó de mim… desde que a minha filha A. frequentou o 5º ano, ou seja, há dez anos, até ao actual 7º ano da minha filha R. que não se fala de outra coisa…
What a hell!
Já era altura de mudar de assunto, de fazer uma reciclagem.
O Estudo Acompanhado como o próprio nome indica deveria ser uma disciplina que ajudasse os alunos a estudar. Errado! Nestas aulas os alunos estão de facto acompanhados uns com os outros, mas não aprendem a estudar. Apesar de tudo talvez seja, destas três disciplinas, a mais produtiva pois acabam por ser extensões das disciplinas curriculares que os professores leccionam às turmas.
Com a disciplina de Formação Cívica passa-se uma coisa semelhante. Deveria formar cidadãos que soubessem cumprir regras de cidadania e respeitar os outros. Errado! Nestas aulas o director de turma aproveita para tratar da parte administrativa da coisa, faltas e justificações, aproveitamento, comportamento, “chamar à pedra” alguns alunos…
Sei que o director de turma não dispõe de tempo para fazer isto nas aulas da disciplina que ensina, mas a verdade é que os alunos perdem 45 minutos semanais nesta treta… e juntando mais 45 de Área de Projecto já perfaz 90 minutos que poderiam ser distribuídos por outras disciplinas realmente essenciais, como o Português e a Matemática ou até repartindo esse tempo por aquelas disciplinas que têm apenas um bloco de 90 minutos semanais.
A carga horária mantinha-se mas seria bem aproveitada.
Nos meus tempos de estudante, com uns 9 ou 10 anos, fiz exame da 4ª classe, exame de admissão ao liceu e exame de admissão às escolas técnicas… Todos! E nessa altura até tínhamos que saber as linhas de caminho de ferro e tuuuudo sobre as ex-colónias portuguesas… Passei nos três exames e deram-me a escolher Técnicas ou Liceu. Liceu, claro!! Tinha acabado de ler “Sou uma rapariga do liceu” de Odette de Saint-Maurice… e sentia-me importante e crescida…
Nos meus tempos de estudante, já no liceu, nunca existiu qualquer uma destas novas disciplinas e só tinha aulas de manhã ou de tarde, o que quer dizer que a minha vida escolar era muito mais desafogada.
No entanto, julgo que posso manifestar algum contentamento por ter alguma cultura geral, saber qual o meu papel na nossa sociedade e, acima de tudo, possuir valores morais, transmitidos pela minha família… e que tento que vão pautando a minha vida ao mesmo tempo que procuro legá-los às minhas filhas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quase Irreconhecíveis…

Alice no País das Maravilhas, novo filme de Tim Burton.
A estreia será só lá para Março de 2010 mas as primeiras fotos que circulam na internet prometem…
Johnny Depp na pele do Chapeleiro Maluco (melhor é impossível…) e Helena Bonham-Carter (previsível esta escolha, mas eu aplaudo…) no papel da Rainha de Copas.

Excêntricas q.b., assim são estas novas personagens de Charles Lutwidge Dodgson que adoptou o pseudónimo de Lewis Carroll, reservando o seu verdadeiro nome para as obras científicas (foi um dos mais distintos professores de Lógica e Matemática na Universidade de Oxford…)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Great Expectations



Aguardo, com alguma expectativa, a estreia marcada no nosso país lá para o início de Agosto.

O filme, adaptado de um romance de Bryan Burrough, passa-se na década de 30, auge da criminalidade nos EUA, e mostra as várias tentativas do agente Melvin Purvis (Christian Bale) do FBI para deter famosos criminosos como John Dillinger (Johnny Depp), Baby Face Nelson e Pretty Boy Floyd.





O realizador Michael Mann regressa à “acção” e os seus fãs e cinéfilos aguardam por mais um grande filme.
Também eu aguardo com expectativa e desassossego o regresso… de Johnny Depp!

Cada um desassossega-se com o que quer...

domingo, 21 de junho de 2009

Desconhecimento

Na manhã de 20 de Maio de 1945, ao largo da Nazaré, afundava-se o submarino de combate alemão U-963, depois dos 48 membros da sua tripulação terem rumado à praia.
O
submarino U-963 tinha por missão largar minas no canal da Mancha, tendo partido da Noruega em Abril de 1945 com esta finalidade. No início de Maio, emergem no mar da Irlanda para descobrir que a Alemanha se rendera aos Aliados. No entanto, em vez de acatar as ordens de rendição a tripulação opta pela fuga e pelo auto-afundamento em Portugal, país que esteve à margem do conflito.

A história foi apresentada, em 1998, no programa “Grande Reportagem”.
Em Junho de 2004 realizou-se uma missão de busca e o U-Boat 963 foi localizado próximo do canhão submarino da Nazaré.
Assumo a minha ignorância!!...

sábado, 20 de junho de 2009

O que (agora) me satisfazia completamente…(6)

Ter uma casinha no campo...
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais
(excerto "Casa no Campo" de Elis Regina)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Memórias e Afectos (26)

Férias, Caldas da Rainha, mês de Agosto, anos sessenta.
Não me lembro de passar umas férias sem ir almoçar a Peniche e à Nazaré.
Era uma praxe, fazia parte do “nosso protocolo”…
O meu “avôzinho” R. adorava esses almoços e os passeios que o meu pai lhe proporcionava, visto que durante o ano não saía das Caldas.
Quando íamos almoçar à Nazaré também era hábito, embora não fosse um ritual, ir até ao Monte de S. Bartolomeu.


O Monte de S. Bartolomeu ou S. Brás (anteriormente com o nome de Monte Seano) é uma formação magmática. Foi, e ainda é, local de peregrinação e de romaria das populações da região. É um sítio classificado, desde 1979, pela sua flora endémica, tipicamente mediterrânica, pela sua geologia e pelo seu incontestável valor paisagístico.
Era uma aventura e uma excitação subir até lá acima.
Cheguei a subir, a medo, os degraus periclitantes até à torre de vigia…















É uma pena que eu, nessa época, não tenha dado valor ao panorama que, certamente, se avistará lá do alto e agora não sei se me atrevia nessa subida…
Ficam as recordações...

O Pipol e a Escola

Geração Phonix e Zonix + Vodafnix + Uzix + Tmnix

Texto verídico retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, segundo dizem, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha.
Não querendo desculpabilizar este aluno e a escola, estou certa que poderia acontecer em qualquer escola neste cantinho à beira-mar plantado e com um qualquer aluno "cromo", que os há para aí às resmas, infelizmente...

Se não entenderem à 1ª, tentem uma 2ª vez...


O PIPOL E A ESCOLA

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'osLesiades'', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças dexicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?

Não!! Claro que não, meu...
O people tem é que aprender coisas que interessam...
Ah... pois é!

Tempo de férias...

... eles não são descartáveis

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não percam a esperança…

Oração das Mulheres Resolvidas
(por Júlio Machado Vaz)

Alguns comentários sarcásticos e tolos… não resistir à “análise morfológica da oração” é um dos meus "predicados"...
(por Pezinhos na Areia)

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo, (para mim, caju salgadinho…)
que a fonte nunca seque, (se os lagos puderem virar gin tónico, agradeço…)
e que a nossa sogra nunca se chame Esperança, (é preciso ter fé, claro…)
porque Esperança é a última que morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos, (quando muito divorciados, né?)
e que os nossos filhos tenham pais ricos e mães gostosas! (principalmente pais ricos, mães gostosas não passam de complementos…)
Que Deus abençoe os homens bonitos, (e que os multiplique…)
e os feios se tiver tempo... (Ó Deus… não te incomodes, trata lá da multiplicação…)
Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem,
amor para perdoá-lo e paciência pelos seus actos, (já me contentava-me com a sabedoria…)
porque Deus,
se eu pedir força,
eu bato-lhe até matá-lo. (eu não!... há pessoas que não aprendem, nem da pior maneira! …)
Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos. (ainda espero pelo “meu” cavaleiro andante…)
Um brinde também aos namorados que nos conquistaram,
aos trouxas que nos perderam,
e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos! (já não bebo mais, hoje…)
Que sempre sobre,
que nunca nos falte, (lembra-me um antigo anúncio do creme Nívea…)
e que a gente dê conta de todos! (esta é à Rambo…)
Ámen. (ou Ah…men!?)
Definitivamente
Ah… men!
Está
Resolvido!

And the oscar goes to...


domingo, 14 de junho de 2009

Roteiro da Lisboa Queirosiana

Lisboa de "Os Maias" que percorri, com as minhas filhas, conseguindo até voltar atrás no tempo...

Iniciámos o nosso percurso junto à estação do Rossio.




O Monumento aos Restauradores e a Avenida da Liberdade, na altura Passeio Público, surgem, no final da obra, como símbolo de uma Lisboa sem grande capacidade de renovação.

Saindo da Praça dos Restauradores, seguimos pela Rua 1º de Dezembro até encontrar a Rua do Carmo. Subindo a Rua do Carmo e virando à direita encontra-se a Rua Garrett.

Subindo a Rua Garrett encontra-se, na primeira rua à esquerda, a Rua Ivens. A Rua Ivens era a antiga Rua de S. Francisco (o nome da rua está ligado ao Convento de São Francisco fundado em 1217 e a área ocupada no período áureo era tão grande que se lhe chamava “a cidade de São Francisco”), onde se situa o Grémio Literário, no nº 37. Este era o local por excelência dos homens de cultura.

Na mesma artéria, algumas portas à frente, em direcção à Rua Capelo, antiga Travessa da Parreirinha, ficava o n.º 31, onde no 1º andar residia Maria Eduarda.

Regressando à Rua Garrett e continuando a subir em direcção ao Largo do Chiado, antigo Loreto, encontra-se, à direita, a Rua Serpa Pinto. Seguindo por esta rua encontramos o Largo Rafael Bordalo Pinheiro, outrora Largo da Abegoaria, onde Carlos da Maia espanca Eusebiozinho, por este andar metido na “maroteira da Corneta”.

Aqui situava-se o Casino, onde tiveram lugar as Conferências Democráticas. É ainda na Rua Serpa Pinto mas na direcção do rio que se encontra o Teatro de São Carlos, onde começaram os olhares da condessa de Gouvarinho a Carlos da Maia.

Atravessando a Rua da Trindade até à Rua Nova da Trindade, pode observar-se uma das entradas do Teatro da Trindade, onde decorreu o sarau literário de “Os Maias”. Na época, o Teatro da Trindade situa-se na Rua de S. Roque, actual Rua da Misericórdia.

Descendo a Rua Nova da Trindade chega-se também ao Largo do Chiado, onde se encontra a antiga Casa Havaneza, a melhor tabacaria da capital, tradicional importadora de cigarros, charutos, tabacos estrangeiros, em especial charutos de Havana. Aqui se reuniam os adeptos do romantismo, personalidades da burguesia e da política.

Saindo do Largo do Chiado e prosseguindo pela Rua António Maria Cardoso, encontra-se a Rua Victor Córdon, antiga Rua do Ferragial de Cima, onde se localizava, no nº 45, o Hotel Bragança (o edifício ainda existe...), frequentado por muitas personagens d’ Os Maias. O próprio Eça ali se reunia com os “vencidos da vida”. Era também nesta rua que residia o banqueiro Cohen.

Voltando à Rua António Maria Cardoso e passando, novamente, no Largo do Chiado, avançamos até à Praça Luís de Camões, ponto de encontro de quatro eixos que aí se cruzam: Rua Garrett, Rua do Loreto, Rua da Misericórdia e Rua do Alecrim, conhecida na época por Calçada do Alecrim.

Descendo a Rua do Alecrim, percurso frequentemente utilizado nas deslocações das personagens, encontra-se a Praça Duque da Terceira, cujo antigo nome era Praça dos Remolares.
Já na Praça Duque da Terceira, pode observar-se o edifício que outrora foi o Hotel Central, onde se deu a discussão entre Ega e Alencar, cada um defendendo o Naturalismo e o Romantismo, respectivamente. O Hotel Central foi o local escolhido para o jantar de homenagem ao banqueiro Cohen e foi neste jantar que Carlos viu Maria Eduarda, que se encontrava aqui alojada.

É da Praça Duque da Terceira que sai a Avenida 24 de Julho, outrora conhecida como o Aterro. Era pelo Aterro que Carlos da Maia fazia o percurso entre a Baixa e o Ramalhete.

Seguindo pela Avenida 24 de Julho, encontra-se, à direita, o Largo de Santos.
É do Largo de Santos que sai a Calçada Ribeiro Santos, citada como a Rampa de Santos.

É aqui que se passa a cena final, mostrando Carlos da Maia e João da Ega desiludidos com a estagnação de Portugal.
Continuando pela Calçada Ribeiro Santos, chega-se à Rua das Janelas Verdes.

No seguimento da Rua das Janelas Verdes, encontra-se a Rua Presidente Arriaga, antiga Rua de S. Francisco de Paula. Seria numa destas ruas ou na vizinhança delas que se situava o Ramalhete.
Aproveitar para observar bem alguns casarões e com as informações de que se dispõe tentar reconhecê-lo. Não é tarefa fácil.

Há quem afirme que Eça de Queiroz viveu aqui e se inspirou neste palacete para a composição de uma outra casa mágica, "O Ramalhete", a casa onde se inicia e desenrola parte do seu famoso romance "Os Maias".

Já no regresso, percorrer novamente a Avenida 24 de Julho até ao Cais do Sodré. Aí entra-se na Rua do Arsenal em direcção à Praça do Município, conhecida antigamente como Largo do Pelourinho.

Era aqui que se situava a hospedaria do Sr. Guimarães, onde estavam guardados os papéis que continham a verdadeira identidade de Maria Eduarda.

Terminámos aqui o nosso belo percurso cheio de simbolismo...


sábado, 13 de junho de 2009

O enigma em “Pessoa”

Faz hoje anos que nasceu, em Lisboa, Fernando Pessoa.
Não quero deixar passar este dia sem postar um pequeno “SMS” homenageando Fernando Pessoa e a Mensagem…
“Primeiro estranha-se. Depois entranha-se.” Foi este o slogan publicitário criado por Fernando Pessoa a pedido da Coca-Cola, em 1928.
Curiosamente, são estas as palavras que utilizaria para exprimir a minha relação com a poesia de Pessoa.
Primeiro estranha-se. Depois entranha-se…


O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

in Mensagem


Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
(Fernando Pessoa/Alberto Caeiro)

Transpiração 4 - Inspiração 0

Nem a ida a Sintra me devolveu a inspiração perdida...
Aguardo, pacientemente, que ela regresse.
Detesto sentir-me assim!... Cheia de ideias, vazia de inspiração...

My Father's Eyes

Estão baços, sem brilho, sem força, sem ânimo…
E quanta verdade existe quando dizemos que os olhos são o espelho da alma…
ou, quando o coração está triste, logo os olhos dão sinal…
Os olhos do meu pai não mentem…
Dizem-me que ele está cansado de viver…
Ver os nossos pais na força da vida e depois assistir ao seu declínio, à sua decadência…
é uma coisa que magoa, dói muito, deixa-nos amargurados…
Os olhos do meu pai não mentem…
Dizem-me que ele está cansado de viver…
O coração, resistente, continua a prendê-lo à vida…
O meu pai, cansado, condena-o por continuar a bater...
Eu, pelo contrário, agradeço-lhe…
apesar de saber que os olhos do meu pai não mentem…

[...]
What did I try?

Bit by bit, I've realized
That he was here with me;
I looked into my father's eyes
My father's eyes
My father's eyes

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feriado no Jardim do Éden







Ontem, fui a Sintra com as minhas filhas.
Em Sintra tudo é encantador…
Sintra é misteriosa e romântica.
Sintra tem paisagens naturais fabulosas.
Sintra tem belíssimas construções arquitectónicas.
Sintra tem belíssimas construções simples.
Nunca me canso de ir a Sintra, canso-me a andar em Sintra…
Sintra é intemporal…







"Eis que em vários labirintos de montes e vales

surge o glorioso Éden de Sintra.
Ai de mim! Que pena ou que pincel
logrará jamais dizer a metade sequer
das belezas destas vistas (...)?"
(Lord Byron)



(Excertos de Os Maias, Eça de Queiroz)
Ao portão da rua de S. Francisco, Carlos teve de esperar um quarto de hora.
… Enfim, o maestro desceu, a correr, quase aos trambolhões, com um cache-nez de seda na mão, o guarda-chuva debaixo do braço, abotoando atarantadamente o paletot.
Quando vinha pulando os últimos degraus, uma voz esganiçada de mulher gritou-lhe de cima:
- Olha não te esqueçam as queijadas!
[…]
Chegavam às primeiras casas de Sintra, havia já verduras na estrada a batia-lhes no rosto o primeiro sopro forte e fresco da serra. E, a passo, o break foi penetrando sob as árvores do Ramalhão. Com a paz das grandes sombras, envolvia-os pouco a pouco uma lenta e embaladora sussurração de ramagens, e como o difuso e vago murmúrio de águas correntes. Os muros estavam cobertos de heras e de musgos: através da folhagem, faiscavam longas flechas de sol. Um ar subtil e aveludado circulava, rescendendo às verduras novas; aqui e além, nos ramos mais sombrios, pássaros chilreavam de leve; e naquele simples bocado de estrada, todo salpicado de manchas do sol, sentia-se já, sem se ver, a religiosa solenidade dos espessos arvoredos, a frescura distante das nascentes vivas, a tristeza que cai das penedias e o repouso fidalgo das quintas de Verão... Cruges respirava largamente, voluptuosamente.
- A Lawrence onde é? Na serra? - perguntou ele com a ideia repentina de ficar ali um mês naquele paraíso.
[...]
De resto – continuou Alencar – tudo em Sintra é divino. Não há cantinho que não seja um poema…
[...]
Partiram. Sintra ficava dormindo ao luar.
O break rodou em silêncio, na beleza da noite.
- Com mil raios! – exclamou de repente o Cruges.
O break parou, todos o olhavam suspensos; e, no vasto silêncio da charneca, sob a paz do luar, Cruges, sucumbido, exclamou:
- Esqueceram-me as queijadas!



Pois a mim, não!...
Não me esqueci das queijadas, nem dos travesseiros…
Mas também (ainda) não me esqueci do preço que me pediram para ir do Palácio da Vila até Monserrate, de charrete …
Os meus palpites estavam errados e com uma enorme margem de erro…
Pediram-me... 70 euros!!!...
Setenta euros!!!... Escusado seria dizer que não fui...
Fiquei com esta cara...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Message in a bottle (17)

Artigo de Clara Ferreira Alves - Expresso Março 2009

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.

domingo, 7 de junho de 2009

Tendo em conta...

... que 70% das leis que vigoram em Portugal são "cozinhadas" na União Europeia, então o melhor slogan, da campanha eleitoral para as Europeias 2009, foi Lá se fazem, cá se pagam!
Não tenho dúvidas a respeito disso...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia Mundial do Ambiente

Ver Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente aqui


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dr. Jekyll and Mr. Hyde...

...em versão softassim está hoje o meu estado de espírito...

Mau feitio...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Projectos em marcha

O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade tem em curso vários projectos de âmbito nacional, como o da recuperação do habitat do lince ibérico, os de Turismo de Natureza ou o de conservação do golfinho do estuário do Sado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dia da Criança

Há quase 21 anos, o professor doutor Nuno Cordeiro Ferreira., pediatra, professor catedrático e uma figura marcante da medicina, disse-me, na primeira consulta da minha filha A., na altura com oito dias de existência, que as crianças eram como os animais, tinham que ser “domesticadas”…
Fiquei perplexa, completamente banzada… não queria acreditar que tinha ouvido aquilo da boca de um médico. No entanto, não foram precisos muitos dias para eu compreender o que aquelas palavras significavam.
Actualmente, não podia estar mais de acordo com ele, as crianças são sábias e se os adultos não se acautelam, caem nos seus jogos chantagistas…
Não estou a ser cruel, estou a ser realista, e agradeço ao doutor Nuno por me ter alertado, no início do meu papel de mãe, para o facto das criancinhas, indefesas, amorosas e fofas, poderem ser também umas verdadeiras pestinhas…
Passados uns anos, houve alguém que me disse que as crianças eram o pior do mundo
Perante o meu espanto e o meu ar indignado, visto que o que acabava de ouvir contrariava tudo o que eu pensava e sentia, a pessoa passou a explicar que dizia isso apenas porque as crianças crescem, deixam de ser crianças, deixam a idade da inocência e transformam-se em adultos…
Eu até entendo mas não consigo concordar.
As crianças, enquanto crianças, são uma das melhores realidades do mundo e da vida.
Claro que sempre houve e haverá aqueles miúdos embirrantes (a mim só me apetece dar-lhes um grande beliscão) mas isso é outra conversa porque, a maioria das vezes, a culpa vai direitinha para os progenitores… que não souberam “domesticá-los” ou que não tiveram a sorte de, como eu, serem avisados…
É com alguma tristeza que o digo, mas se é verdade que a criança é um retrato da sociedade do futuro, então, pelo que vou observando por aí, acho que isso é preocupante…
Neste dia, desejo a todas as crianças do mundo um mar de felicidades…