domingo, 28 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (49)

Nada como terminar o mês com memórias e afectos...
Reconhecem estas caras?... Sim? Não?

E esta?... Também não?

Talvez esta vos desperte a memória!
O que eu suspirei por ele...

Está difícil? Vou dar uma ajudinha...
Pela mesma ordem da primeira foto, temos da esquerda para a direita:
Marc di Napoli (Bruno, ou "Cow-Boy"), Thierry Bourdon (Patrick),
François Mel (Lustucru), Béatrice Marcillac (Marion-des-Neiges) e Frédéric Nery (Franz).

Ah... Já se lembram!...
Pois é... O tempo também passa por eles...


Jean-Louis Blum (Byloke) e Philippe Normand (Jean-Loup).

Les Galapiats ou Le Trésor du Château sans nom. Em Portugal, Os Pequenos Vagabundos.
A minha série de culto dos anos 70...


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (21)

“Eu penso que só existe um tipo de pessoas. Pessoas.”

Numa pequena cidade do sul dos Estados Unidos, durante os anos da Depressão, o advogado Atticus Finch aceita a dura tarefa de defender um homem negro, injustamente acusado de violar uma jovem branca. A sua defesa exemplar custa-lhe muitas amizades mas faz com que ganhe o respeito e a adoração dos seus dois filhos que já haviam perdido a mãe.
Pelo olhar de uma criança, entramos numa comunidade conservadora e racista em que o preconceito envenena as relações humanas.
Não Matem a Cotovia foi Prémio Pulitzer e eleito como um dos melhores romances do século XX.
Este extraordinário romance deu origem ao filme To Kill a Mockingbird (Na sombra e no silêncio) e Gregory Peck ganhou um Oscar pela brilhante interpretação do advogado sulista.

As cotovias não fazem mais nada a não ser cantar para satisfação nossa. Não comem coisas nos jardins das pessoas, não fazem ninhos nas searas, não causam danos a ninguém. É por isso que é pecado matar uma cotovia.

O romance é baseado nas memórias da autora e leva-nos ao Alabama dos anos 30, ao racismo e preconceitos próprios da época e do local. Os problemas dos adultos vistos pelas crianças fazem deste livro uma obra comovedora e fizeram-me recuar até às minhas longínquas e intermináveis férias de Verão…
Um dos que faz parte da lista dos cem melhores.
Mais um para juntar à minha lista dos “já lidos”.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (48)

Livros da minha infância ou mais pedacinhos das minhas memórias...

Portugal à lupa

50 anos de números para conhecer melhor o país.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reservado à Indignação (14)

A ideia de me sentir roubada e não fazer nada, irrita-me!
A ideia de me sentir roubada irrita-me mais ainda, quando o larápio me assalta com autoridade, dentro da legitimidade, ou seja, escudado pela lei. Nestes casos, não me resta outra alternativa que não seja esgrimir com a palavra escrita, tanto para contestar como para aplacar a minha revolta.
Faço os meus descontos para a Segurança Social e usufruo de um plano de seguro de saúde, “gentilmente cedido” pelo meu empregador. Em Maio de 2009 fui confrontada com a possibilidade de inscrição no subsistema de saúde de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública. Esse registo, opcional, seria feito dentro de um prazo limite, não sendo, findo esse período, aceite qualquer inscrição. Com este “ultimato”, associado a uma conjecturável perda do seguro (que felizmente ainda não aconteceu…), acabei por fazer a malvada inscrição e comecei a efectuar o respectivo desconto de 1,5 %, a partir de Julho do mesmo ano. Sucede que, até à presente data, ainda não fiz uso do cartão da ADSE, mas isso já é um problema transversal que em nada interfere com assunto que se segue.
Só no início de Fevereiro deste ano fui informada que o valor descontado mensalmente para a ADSE, relativo à tal inscriçãozinha, não era dedutível em sede de IRS, por ser considerado não obrigatório…
Passei-me da marmita… Enviei um e-mail para o Portal das Finanças (Direcção Geral dos Impostos) expondo a situação. Foram muito rápidos na resposta, dizendo que, de facto, esses descontos não são dedutíveis em sede de IRS. E mais não disseram… embora eu tenha perguntado qual a diferença entre este desconto e o de um seguro de saúde, sendo que este último é dedutível mas ambos opcionais…
Enquanto isto, uma colega pediu um esclarecimento à DECO sobre os valores entregues à ADSE. Segue a resposta na íntegra:
Em resposta ao e-mail que teve a amabilidade de nos enviar, informamos que as contribuições entregues para o subsistema de saúde ADSE suportadas por V. Ex.ª deverão ser incluídas no anexo A (campo 425), se tiverem um carácter obrigatório (correspondem nesse caso a contribuições obrigatórias para regimes de protecção social - artigo 25.º do Código do IRS).
Ao invés, se os valores entregues para o subsistema de saúde ADSE tiverem um carácter opcional, V. Ex.ª deverá incluí-los, não no anexo A, mas antes no campo 711, do quadro 7, do anexo H.
Com os melhores cumprimentos.
O Serviço de Informação
DECO / PROTESTE

Esfreguei as mãos de contente! Por pouco tempo…
Pensei, para com os meus botões, que era estranho as Finanças estarem enganadas, mas…
A dúvida persistia: Quem tem razão? A DECO ou as Finanças? Em que é que ficamos? São ou não dedutíveis?
Ao pesquisar na NET, algum esclarecimento sobre o assunto, deparei com uma informação de um desafortunado contribuinte, referente ao ano passado.
Os descontos para a ADSE, que passaram a ser opcionais, colocam-se no Anexo H - Quadro 7, no campo 711 (Contribuições individuais para fundos de pensões e outros regimes complementares de Segurança Social). No entanto, ao colocar o NIF da Entidade Gestora/Donatária, neste caso o da ADSE que é 600000303, deu-me um erro de validação porque diz que o NIF da Entidade Gestora/Donatária deve iniciar por 5, 68, 72 ou 98.

Hã? Huh? hein? Hmmm hum... Ah!
Aqui estava a prova de que a Direcção Geral dos Impostos não brinca em serviço e por que razão me respondera tão prontamente. Claro! Não existe uma norma legal… porque não há interesse em fazê-la…e parece que já lá vão quatro anos!
Isto abalou as minhas esperanças mas, ainda assim, não me pôs fora de combate…
Seguiu, ontem, um e-mail para o Departamento Administrativo da ADSE, com conhecimento ao Gabinete Jurídico, com mais uns pedidos de elucidação. Foram lidos mas, até à data, não me responderam… Dando o benefício da dúvida, pode ser que a resposta ainda chegue, mas, caso isso não aconteça, farei um reenvio do e-mail porque como beneficiária e pagadora tenho direito a uma explicação, nem que seja a dizer que nada sabem…
Se não me responderem, considerarei isso como uma falta de polidez por parte dos serviços públicos e ponderarei a hipótese de deixar de injectar dinheiro na ADSE.
Hmmm hum...será possível meter estes descontos como Donativos ao Estado?...
Ou será que este ano, nas declarações de IRS, fomos contemplados com um campo em que consta um Saco Azul?...
Termino como comecei. A ideia de me sentir roubada e não fazer nada, irrita-me!

Bonjour Tristesse...

A saudade é doentia, a culpa também... ´
Faz hoje dois meses que te perdi. Apesar de dormir descansada, a minha consciência continua agitada e não consigo alcançar uma paz de espírito... O vazio continua.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O que (agora) me satisfazia completamente…(10)

... encarnar o Capitão Haddock e insultar o meu fim-de-semana!

100 Escolhas

Num dos meus delírios de arrumações, tive ocasião de relembrar a lista dos cem melhores livros de sempre, publicada há uns meses pela Newsweek.
Relembrei ainda, pois tinha marcado os nomes das obras com um visto, quais os que faziam parte da minha lista dos “já lidos” e pensei o mesmo que, seguramente, já devo ter pensado na altura em que imprimi o dito rol: “destes cem… só li dez?”
Os títulos que fazem parte da lista são, a meu ver, discutíveis, tão discutíveis como alguns dos que fazem parte do Plano Nacional de Leitura ou da matéria curricular de Língua Portuguesa (depois queixam-se que a malta nova não gosta de ler…).
Claro que gostos não se discutem e a apreciação que eu faço de um livro poderá ser diferente da avaliação de outra pessoa mas não consigo entender por que fazem parte da dita lista alguns títulos, como Confissões de Santo Agostinho ou As Variedades da Experiência Religiosa de William James. Ainda há leitores para estas obras? Até me podem chamar iletrada e bronca mas prefiro isso ao sofrimento que deverá ser a leitura dessas obras. Garanto que não vou ler!
Outra coisa que me faz confusão é o facto de ser de 1982, o título mais recente que podemos encontrar, levando-me a pensar que de há vinte e oito anos para cá não se escreve nada sublime, nada que seja digno de figurar na lista dos cem melhores…e aqui, discordo totalmente.
Claro que a lista vale o que vale, mas fico consumidinha por pensar que, tendo vivido já mais de metade da minha vida, me esforcei muito pouco para ler “os melhores de sempre”…
Por outro lado, se aos “já lidos”, adicionar os que não li mas vi os filmes, ou seja, os “já vistos”, passo de uns miseráveis dez por cento para uns lamentáveis dezoito por cento. Nos restantes maioritários oitenta e dois por cento estão obras que, juro pela minha felicidade, tentei ler (talvez não tenha tentado muito, mas tentei…), mas não passei das primeiras páginas. Nestes contam-se, por exemplo, A Divina Comédia, Admirável Mundo Novo e Em Busca do Tempo Perdido. Tendo em conta que este último me foi recomendado como uma daquelas obras de leitura “obrigatória” antes de morrer, peço à Nossa Senhora dos Aflitos que me dê maturidade literária e paciência para empreender, com alguma celeridade, a leitura dos 5 volumes…
Francamente, também já pensei numa alternativa à falta de tempo para ler tantos clássicos e julgo que encontrei a resposta.

Parece-lhe impossível ler 90 livros em apenas uma hora? Agora já não é uma meta do outro mundo. Esta é uma obra sobre os maiores livros de sempre, todos eles clássicos e de leitura obrigatória. Se não os leu, agora é a sua oportunidade de os ler a todos de uma assentada. Se os leu, poderá lê-los aqui outra vez e verificar o que retinha na memória. Em quatro vinhetas, contamos-lhe toda a história, uma espécie de romance destilado, para que consiga ler 90 livros numa hora. Perfeito para pessoas com pressa ou simplesmente para quem não tem tempo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Paraíso Perdido

Nos confins da Beira Alta, junto à fronteira espanhola, uma velha linha de comboio jaz no fundo dos vales, esquecida e desgastada pela passagem do tempo.
Esta velha linha, onde outrora passavam os comboios que ligavam Porto a Paris, está hoje abandonada. Desde 1985 que aqui não passam comboios. O troço foi construído no final do século XIX, compreende vinte túneis e dez pontes, constituindo uma formidável obra de engenharia.
O percurso entre a estação espanhola de la Fregeneda e a estação portuguesa de Barca d'Alva, numa extensão de 17km, é conhecido por
Ruta de los Túneles e constitui um interessante percurso pedestre.

Pare, Escute e Olhe

...um dos mais graves atentados ao património cultural do País desde o 25 de Abril de 1974, a destruição da Linha do Tua.
(Comunicado da APPI/Janeiro de 2008)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A minha Última Aquisição

Agradeço à A.M. e à F. por me terem falado neste livro. Passará a fazer parte dos meus livros de mesa-de-cabeceira. Li-o num fôlego. Numa palavra, divinal! Recomendo a pais, filhos, professores e alunos.

“Não podemos escolher as cartas que nos são distribuídas, a nossa liberdade reside em saber jogá-las.”

Tornou-se tradição em muitas universidades americanas convidar os professores a proferirem uma palestra designada por “The Last Lecture”, sobre os temas que mais valorizariam para deixar ao mundo como seu legado pessoal se a sua vida estivesse a chegar ao fim.
Quando Randy Pausch de 46 anos, professor na Pensilvânia, soube do seu estado avançado de cancro do pâncreas, organizou uma palestra na Carnegie Mellon University, onde perante o olhar incrédulo da assistência deixou um verdadeiro testemunho de vida, pedindo para ninguém sentir pena dele que era decididamente o pior que lhe poderia acontecer.
Randy Pausch estava decidido a viver da melhor maneira o tempo que lhe restava. Como simultaneamente aquela palestra iria ser gravada em vídeo, Pausch considerou-a uma oportunidade única para deixar aos filhos, de tenra idade, uma imagem positiva do homem que ele profundamente é. Então, em Setembro de 2007, apresentou a palestra que intitulou “Conquistar os nossos sonhos de infância”.
O livro baseia-se nesta palestra, onde Pausch não se debruçou sobre o tema da morte, mas antes sobre a importância de realizar os sonhos da infância e aproveitar cada momento como se fosse o último.
“A Última Aula” de Pausch, que transmite uma energia contagiante, inteligência e sentido de humor, foi na realidade uma lição de vida.
Randy Pausch faleceu em Julho de 2008.
Podemos assistir à sua “Última Aula” no youtube ou em www.thelastlecture.com


Randy Pausch – além de investigador e professor premiado, trabalhou para a Adobe, Google, Electronic Arts e Walt Disney. Foi considerado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

Jeffrey Zaslow – é autor de uma coluna do Wall Street Journal e assistiu à “Última Aula” de Pausch. Foi ele quem escreveu depois a história desta emocionante palestra.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (47)

Esta boneca de papel, assim como os vestidos e chapéus, fazem parte do espólio bolorento que ainda guardo com ternura.
É a única que conseguiu sobreviver ao passar dos anos e, embora um pouco danificada, fez as delícias das minhas filhas. A mim, ainda me faz feliz...

Foi com uma satisfação, quase infantil, que descobri aqui imensas de bonecas de papel.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

All we need is love

Celebra-se hoje o dia de S. Valentim, uma importação mais ou menos recente, a par com o Halloween.
Com a importação de tantos dias especiais, acabámos por importar também o carnaval brasileiro, com as meninas "descascadas" bailando nos carros alegóricos, em desfiles carnavalescos por esse país fora, esquecendo que estamos na estação do ano entre o Outono e a Primavera…
Com a importação de tantos dias específicos, julgo ser perfeitamente possível que o nosso país ainda venha a celebrar o Dia da Marmota (Groundhog Day), no dia 2 de Fevereiro, com todas as festividades a ele associadas, incluindo, claro está, uma parada.
Na minha juventude, o dia de S. Valentim ainda não tinha chegado a Portugal. Recordo, no entanto, que tive conhecimento da sua existência através de algumas revistas brasileiras da época. Confesso que o assunto me passou ao lado porque não me via na necessidade de ter um dia dos namorados, isso tinha eu todos os dias…e aproveitava-os bem!...
Diz Isabel Stilweel, numa pequena crónica dedicada ao tema, que "o dia de S. Valentim foi feito para aqueles casais que têm a ambição de voltar a sentir aquilo que sentiam quando primeiro se apaixonaram, ou seja, a grande maioria. Segundo uma investigação publicada na revista Psychology Today, as primeiras experiências marcam-nos e mudam-nos para sempre. A novidade de um primeiro encontro, de um primeiro beijo, fica gravada a ferro e fogo, porque todos os nossos sentidos estão alerta. O que explica porque mesmo na velhice se tende a recordar a infância e a juventude como se fosse ontem: eram tempos em que quase tudo era “a primeira vez”.
O pior é que o cérebro é muito, muito esperto e sabe perfeitamente quando é que lhe estão a oferecer uma reprise de um episódio anterior. Inteligente, não lhe dá a atenção que dedicou ao primeiro, e, consequentemente, não produz o fogo-de-artifício de dopamina, a tal hormona que nos faz sentir nas nuvens."
Então o que há a fazer? Criar experiências novas quando ele ou ela menos esperar…e isso não impõe que seja feito no dia dos namorados…
Em qualquer um dos outros 364 dias, ou porventura em todos, podemos viver momentos únicos, mágicos e que ficarão na nossa memória para sempre…

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Novidades de Fevereiro...

Lançamento: 12 de Fevereiro
Arteplural Edições

Adaptação de Harriet Castor
Ilustrações de Zdenko Bašić

“Que estranho, que estranhosíssimo!”, exclamou Alice. Entra na toca do coelho com a Alice e descobre as aventuras mágicas do mirabolante País das Maravilhas. Aqui os coelhos falam, as cartas de jogar andam de um lado para o outro e os gatos desvanecem conforme querem. Vais encontrar os seres mais desconcertantes e os bolos mais esquisitos que alguma vez viste.
Surpreende-te com o Gato de Cheshire e o seu sorriso de orelha a orelha. Procura as chaves escondidas e responde à pergunta-chave do País das Maravilhas.
Abre as portas do País das Maravilhas e encontra todo o tipo de coisas invulgares.

Livros e Mar: eis o meu elemento! (20)

Uma história que chocou a sociedade da época.


No fim da tarde de quarta-feira dia 13 de Novembro de 1918 Maria Adelaide Coelho da Cunha, filha e herdeira de Eduardo Coelho, fundador do Diário de Notícias, e mulher do administrador do mesmo jornal, Alfredo da Cunha, saiu de sua casa, o Palácio de São Vicente, à Graça, para nunca mais voltar, pretendendo começar uma nova vida junto de Manuel Claro, um homem com quase metade da sua idade e que até há um ano atrás fora motorista da família.
(…)
Resumidamente, e na descrição sarcástica do marido, Maria Adelaide, de quarenta e oito anos, fugira para trocar um palácio em Lisboa por um primeiro andar alugado, modestíssimo, em Santa Comba Dão; um homem de cultura e de sociedade, seu marido e pai do seu único filho, por um “serviçal”, seu antigo “chauffeur” que se dizia negociante de várias coisas; uma requintada posição no topo da pirâmide social da época, por uma aldeia onde só convive com gente ordinária; sedas, tafetás, cetins, brocados, rendas e veludos, peles e jóias, por roupas muito pobres.
(…)
Só podia haver uma explicação para tão extraordinária mudança de vida e uma frase sintetiza o diagnóstico: Maria Adelaide enlouquecera.
…Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid, os mais famosos alienistas portugueses, utilizam, entre outros, o argumento do climatério para declarar Maria Adelaide “degenerada hereditária, na qual se vem manifestando em relação com menopausa, graves perturbações dos afectos e dos instintos que a privam de capacidade civil para reger a sua pessoa e administrar os seus bens”.
(…)
Para o filho, a possibilidade da mãe estar louca, por mais terrível que lhe deva ter sido admiti-lo, poderá ter apaziguado a sua dor. Afinal, aquela mulher perfeita não o trocara a ele e à família, abdicando igualmente do seu requintado círculo social, para ir viver um sórdido romance de cordel. Estava doente!
(…)
Que horrível momento aquele! Estava à porta do Conde de Ferreira!
Dar a perceber a minha indignação era pior. Estava consciente do lugar onde a tinham trazido, esses hospitais de doidos onde há coletes-de-forças que com facilidade os vestem a qualquer pessoa. A sua revolta seria tomada apenas como um sintoma de loucura.
(…)
Tempos antes, fugira, do mesmo manicómio, outro doente, um advogado ali internado vítima de uma cabala familiar. Esse advogado viria a denunciar, energicamente, nos jornais, “a monarquia absoluta de Júlio de Matos”, autor do decreto de 11 de Maio de 1911 que regia as condições em que alguém podia ser internado num manicómio. Na verdade, qualquer pessoa poderia requerer o internamento de outra no manicómio, desde que apresentasse o atestado de dois médicos e um exame do próprio Júlio de Matos.
(…)
Nos hospitais de doidos, tudo são sintomas de loucura: se a gente ri; se a gente chora; se estamos tristes ou alegres; se se fala ou se se está calado; quando se anda ou se está parado; se temos fome ou temos fastio; se dormimos ou se não há sono, se não nos insurgimos contra o que nos fazem ou se protestamos contra os enxovalhos e as humilhações; (…) a todo o instante, quem ali entra, por força há-de ser doido; e, se o não é, tratam de o endoidecer à força.
(…)
Alguém que declarassem louco, era confinado a um manicómio em condições muito semelhantes, passe o aparente exagero, às de um herético colhido nas malhas da Inquisição de tão sinistra memória. Isolado, desprovido de voz e de quaisquer direitos cívicos, era-lhe absolutamente vedado o contacto com o exterior, ao nível da própria correspondência, até os médicos da enfermaria onde estava confinado ou Júlio de Matos, instância suprema, decidirem em contrário. Tudo isto regulamentado e aceite de acordo com o famoso decreto de 11 de Maio de 1911.
E era nesta teia que Maria Adelaide caíra.
(…)
Se em vez de me haver deixado apaixonar por um filho do povo, me tivesse agradado dum duque ou dum marquês, nem eu era uma doente, nem a família me julgava desonrada.
Não, (…) decididamente, ou estamos todos doidos ou quem o está não sou eu!
(…) a tese da “pesada tara hereditária” que, na tapeçaria das gerações, manchava o sangue da senhora de São Vicente com uma “degenerescência” a que o feitio das suas orelhas – com “aderência dos lóbulos e um esboço do tubérculo de Darwin” – conferiria um argumento de não pouco peso, no diagnóstico de Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid.
(…)
Não havia dúvida possível. Consideravam-me demente e privavam-me de capacidade civil para reger a sua pessoa e administrar os seus bens.
(…)
Daquela hora em diante eu não devia mais considerar-me gente: não tinha fortuna; não tinha liberdade; não tinha nada; mas, não tenho nada aparentemente, eu tinha muito mais do que todos eles – tinha coração.
(…)
Portugal, anos 20 do século XX. Dois opositores, marido e mulher, ambos letrados, ambos muitíssimo famosos, manifestamente inteligentes e reconhecidamente sensíveis, vão a esgrimir um com o outro, nos respectivos jornais ao seu serviço, com a mais letal de todas as armas. A palavra.
(…)
Afirmando que hei-de sair vitoriosa, afirmo-o convicta; porque sendo certo que não estou, nem nunca estive doida, há-de provar-se. Leva cinco, dez, quinze anos? Leva-me o resto da vida? Leve o tempo que levar; há-de provar-se.
(…)
A herdeira do Diário de Notícias acabará por revelar toda a força do seu carácter insubmisso nas páginas de um vespertino, A Capital.
(…)
Alfredo da Cunha, que de facto vendera o Diário de Notícias, tinha neste órgão de comunicação social, que o pai de sua mulher fundara com Tomás Quintino Antunes, grandes amigos, a começar pelo director, e enorme influência.
(…)
Num país em que as leis autorizavam o divórcio, por que razão ele tinha sido sempre negado a Maria Adelaide Coelho da Cunha, preferindo-se em vez disso a solução do hospício? Recusara-lho o marido. E os parentes mais próximos, porque respeitam as convenções sociais.
(…)
Manuel Claro saiu da prisão a 28 de Janeiro de 1922, com uma fiança de oito contos, e a um mês de completar quatro anos de cadeia. Tinha à sua espera Maria Adelaide. Os dois foram, naturalmente, viver juntos.
(…)
Em Novembro de 1942 morre o Dr. Alfredo da Cunha e o seu filho pede a um amigo para descobrir a sua mãe. Desejava, profundamente, voltar a vê-la. Maria Adelaide acedeu, de imediato, a este encontro. As saudades não eram inferiores às manifestadas pelo filho. Estava com 70 anos e pede-lhe que levante a interdição a que estava sujeita, nada pretendendo da sua fortuna nem do Palácio de São Vicente. O pedido deve ter sido prontamente concedido – o maior opositor à sua concretização fora Alfredo da Cunha.
(…)
A relação entre os dois, há tantos anos interrompida, reatou-se a partir daí, com o filho a ir ao Porto mais amiúde para estar com a mãe
(…)
Maria Adelaide morreu em 1954 e está no cemitério de Ramalde. Manuel Claro partiu deste mundo em 1967. Também está sepultado em Ramalde.


Em 1 de Novembro de 2008, o sobrinho-neto de Manuel Claro foi visitar o tio ao cemitério de Ramalde. Ali, uma senhora veio ter com ele para o informar de que os restos mortais de Maria Adelaide tinham sido transladados, há alguns anos, para a campa de Manuel Claro.
Desta forma, e fossem quais fossem as razões que presidiram a tal decisão, o resultado “é que os meus tios acabaram por ficar juntos, mesmo depois da morte.”


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A morte é a curva da estrada

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

Fernando Pessoa

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (46)

Livros da minha adolescência - 4

A minha fase hitchcockiana, a descoberta do mestre do suspense...

O gato do autocarro

Casper, assim se chamava o felino preto e branco, costumava usar os transportes públicos para os seus passeios diários e era por isso já conhecido pelos motoristas da carreira número três em Plymouth, no Reino Unido, que conheciam inclusive quais as paragens em que descia.

Segundo os jornais locais, o gato acabou por morrer atropelado por um automóvel que se pôs em fuga e a notícia, antes de sair nos jornais, circulou nos mesmos autocarros onde Casper andava: “Muitos conheciam o Casper, que adorava toda a gente, e também gostava das viagens de autocarro”, dizia um papel com uma fotografia do gato, afixado pela dona.
“Infelizmente, um automobilista atropelou-o e fugiu, e Casper morreu dos ferimentos. Vamos sentir a sua falta. Obrigado a todos os que o acarinharam”, prosseguia a nota.
Num comunicado da empresa de camionagem, a companhia admitiu estar “devastada” com a morte do animal, mas manteve o sentido de humor: “Suspeitamos que ele esteja agora a explorar o Céu e a contar aos outros gatos lá em cima as muitas aventuras que teve”, afirmava.

Renascer aos 63 anos...

Autobiografia (de Rosa Lobato de Faria escrita para o JL há dois anos)

Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.

Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom. Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).

Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.

Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves. Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra-chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.

Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.

Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo. Encontramo-nos no meu próximo romance.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Experiências...

... fotográficas da minha filha R


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (46)

Anos 60. Mister Ed, o cavalo que falava, uma das séries de televisão que continua a fazer parte das minhas memórias...

Avatar

15 Horas, fila H, lugar 16.

Entrei num espectáculo visual prodigioso e mágico.
Entrei em Pandora, planeta dos Na’vis… simplesmente encantador…
A história, uma bela visão de ecologia, uma linda lição de protecção do ambiente!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (19)

“O principal desafio para um escritor de ficção, é criar um mundo imaginário e então arrastar o leitor para lá.” Acabei de ler o 2º volume e já sinto a falta dos personagens que acompanhei ao longo desta extensa história.
Envolvente, cativante e intemporal. Quase me senti a fazer parte do enredo, voltando atrás no tempo e vivendo os acontecimentos em pleno século XII.
Para mim, um dos melhores romances históricos sobre a Idade Média.

Assim que as finanças permitam vou adquirir Um Mundo sem Fim, uma sequela de Os Pilares da Terra. Não vejo a hora.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A lei dos “cowboys”

O primeiro a sacar é que se safa…

Recordo, desde sempre, as pequenas trocas de galhardetes entre os meus pais.
Esta troca de "elogios" recíproca sempre mereceu a minha atenção porque, na verdade, eles tinham graça. Chegaram mesmo a conseguir rir deles próprios, coisa que acho muito saudável.
Evidentemente que estes "miminhos", com o avançar da idade, se foram tornando cada vez mais cáusticos porque o traquejo já vai sendo outro e, diga-se, em abono da verdade, eles também nunca faltavam aos "treinos"…
Só para que fiquem registados, exemplos do que acabo de escrever, aqui deixo duas preciosidades, que testemunhei, inseridas num só diálogo. Um luxo…tendo em conta que são as duas da autoria da minha mãe, que sempre teve "melhores notas" nesta matéria…
O meu pai procurava uma pilha e nesta demanda pediu à minha filha R para o ajudar. No preciso momento em que ele levantava o sofá, para ela espreitar lá por baixo, a minha mãe entrou na sala e, claro está, perguntou o que andavam a fazer.
− Andamos a ver se encontramos uma pilha… – respondeu o meu pai.
− Uma pilha!? Tu é que me pões numa pilha de nervos!... – ripostou a minha mãe.
Para pôr, rapidamente, um ponto final no assunto, o meu pai, conformado, disse:
− Não se encontra a pilha, paciência…
A minha mãezinha, sem compasso de espera, atirou a matar:
− Paciência…Paciência tenho eu para te aturar!...
Estes gracejos fazem-me lembrar os trocadilhos hilariantes de António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho, nos anos de ouro do cinema português.

Gosto...e não se fala mais nisso! (15)






Uma maneira das crianças comerem mais hortícolas?




Existem…e parece que já foram comercializadas.
São lindas!

Stop

The Petition to STOP BRUTAL TORTURE OF DOGS and dog meat consumption in South Korea.

Assinem…

Informação deturpada…

…ou problemas na transmissão de ordens.

Do coronel para o capitão: Amanhã haverá um eclipse do Sol. Se estiver bom tempo, os soldados formarão na parada para assistir ao fenómeno. Se chover, manter-se-ão na caserna.

Do capitão para o sargento: Por ordem do nosso coronel, amanhã haverá um eclipse do Sol. Se estiver bom tempo, os soldados formarão na parada. Se chover, será na caserna.

Do sargento para os soldados: Amanhã, se chover, o coronel fará eclipsar o Sol dentro da caserna. Se fizer bom tempo, será na parada.

Os soldados entre si: Parece que amanhã vão eclipsar o coronel dentro da caserna. Nós vamos apanhar Sol para a parada.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Flashes

Hoje teria ficado na tranquilidade do lar, calma e muda, inteiramente entregue ao silêncio e às lágrimas… mas, infelizmente, por diversas razões, nunca podemos fazer aquilo que mais desejamos.
Os dias correm rotineiros, embalados pela saudade e, por vezes, essa saudade ataca-me quando menos espero. Quando penso que a dor da perda está a atenuar, afinal está bem viva e desperta.
As imagens e as doces lembranças sucedem-se em catadupa mas acabam sempre por dar lugar às recordações mais recentes e amargas…e essas teimam em permanecer como imagens estáticas e silenciosas, como fotografias que captam os momentos.
Hoje, estas imagens são como flashes que registaram para sempre aqueles momentos dolorosos, flashes que registaram aqueles momentos que eu não consigo esquecer. Como se o mundo tivesse parado e só os registos tristes tivessem ficado gravados na minha lembrança.
Talvez porque não tive oportunidade de dizer, pela última vez, ao meu pai, que ele não estava só, que eu estaria sempre ao seu lado, que o amava, que sofria com ele e por ele. Porque não lhe dei um último abraço, porque pensei que ainda tinha tempo e adiei para “amanhã”…
Na ilusão do “amanhã”, perdi o momento de “ontem”…

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Matas-me com o teu olhar...

Pudera!
Até a mim me dá um treco...


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Canto do Cisne

Em homenagem

Candelária

Hoje é dia de Nossa Senhora das Candeias ou Candelária. Segundo o ditado popular, Candelária a rir , está o Inverno para vir; Candelária a chorar, está o Inverno a passar.

Hoje o Sol brilhou o dia todo. Quer isto dizer que a Candelária riu...
Será que há tradições que ainda são o que eram e está o Inverno para vir?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Memórias e Afectos (45)

Livros da minha adolescência - 3

As duas colecções completas dos anos 60! E são minhas!...

As minhas férias eram sempre deliciosas na companhia dos cinco... Claro que os sete não tinham o mesmo magnetismo mas a aventura, apesar de menos empolgante, estava presente, e isso era o bastante para eu passar umas horas fantásticas...