sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A lei dos “cowboys”

O primeiro a sacar é que se safa…

Recordo, desde sempre, as pequenas trocas de galhardetes entre os meus pais.
Esta troca de "elogios" recíproca sempre mereceu a minha atenção porque, na verdade, eles tinham graça. Chegaram mesmo a conseguir rir deles próprios, coisa que acho muito saudável.
Evidentemente que estes "miminhos", com o avançar da idade, se foram tornando cada vez mais cáusticos porque o traquejo já vai sendo outro e, diga-se, em abono da verdade, eles também nunca faltavam aos "treinos"…
Só para que fiquem registados, exemplos do que acabo de escrever, aqui deixo duas preciosidades, que testemunhei, inseridas num só diálogo. Um luxo…tendo em conta que são as duas da autoria da minha mãe, que sempre teve "melhores notas" nesta matéria…
O meu pai procurava uma pilha e nesta demanda pediu à minha filha R para o ajudar. No preciso momento em que ele levantava o sofá, para ela espreitar lá por baixo, a minha mãe entrou na sala e, claro está, perguntou o que andavam a fazer.
− Andamos a ver se encontramos uma pilha… – respondeu o meu pai.
− Uma pilha!? Tu é que me pões numa pilha de nervos!... – ripostou a minha mãe.
Para pôr, rapidamente, um ponto final no assunto, o meu pai, conformado, disse:
− Não se encontra a pilha, paciência…
A minha mãezinha, sem compasso de espera, atirou a matar:
− Paciência…Paciência tenho eu para te aturar!...
Estes gracejos fazem-me lembrar os trocadilhos hilariantes de António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho, nos anos de ouro do cinema português.

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