terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Uma Pata Amiga...




"Não te envergonhes que, às vezes,
os animais estejam mais próximos
de ti do que as pessoas"

A minha onda (6)

Cat Stevens - Father and Son

domingo, 21 de dezembro de 2008

Gosto...e não se fala mais nisso! (6)

Decorei esta poesia para uma aula de Português.
Ainda hoje a sei de cor.


Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga - Antologia poética

sábado, 20 de dezembro de 2008

Memórias e Afectos (8)


Por esta altura do ano, há quarenta anos atrás e tendo já o hábito da leitura, era meu costume deslocar-me ao Bazar Bebé. Esta loja, no centro da vila, agora cidade, onde nasci, para além dos brinquedos da época tinha também prateleiras cheias de livros.
A minha mãe conhecia bem os donos do Bazar Bebé e dava-me autorização para lá ir escolher livros, dentro de um certo limite, claro, que ela no dia seguinte iria pagar.
A dona do Bazar Bebé já sabia e achava graça ao facto de eu querer os livros embrulhados um a um e usava até papéis diferentes...
Este sempre foi um dos momentos mais preciosos dos meus natais...

Há pessoas assim...em vias de extinção!...

Podia ser minha filha, pois tem menos dezoito anos que eu.
Tenho o privilégio de ser não só colega mas também amiga da engenheira S. e gozo do privilégio da sua amizade.
Talvez nunca tenha manifestado o meu sincero apreço por ela, tanto profissional como pessoal, mas não é defeito, é feitio, sou reservada por natureza e tenho dificuldade em demonstrar os meus sentimentos.
Já tive ocasião de dizer que os amigos são a família que nós escolhemos e eu, neste campo, tenho sido bafejada pela sorte.
Há colegas de quem sou apenas isso, colega. Há outros colegas por quem sinto muita estima. Há colegas, bem poucos, de quem sou amiga antes de ser colega.
No entanto, a S. é a única amiga colega com quem eu sou e seria sempre capaz de falar como se falasse comigo mesma e conseguir falar com alguém como se comigo própria falasse não é fácil e não está ao alcance de qualquer um.
A S. tem sido o superior hierárquico com quem mais gostei e gosto de trabalhar.
É fácil encontrar um superior hierárquico com boas capacidades de trabalho.
É difícil encontrar um superior hierárquico com belíssimas capacidades de trabalho, excelente nas relações humanas e com os valores morais que eu tanto prezo e que vão sendo cada vez mais raros…
É pena que os chefes não pensem nos subordinados como pessoas, é pena que não saibam fazer um elogio na hora certa, é pena que os chefes não sigam o exemplo da S. porque só iriam beneficiar com isso. Se ontem fiz um forcinha para acabar um trabalho, não foi pelo chefe que o fiz, foi pela S. Pela S. eu faço um esforço, pela S. eu sou capaz de dar o meu melhor. Porque compensa…
Os amigos não partilham apenas ideias, histórias do dia-a-dia, vivências, conhecimentos, fofocas. Os amigos partilham, sobretudo, alegrias, tristezas, reveses da vida, altos e baixos, enfim, partilham sentimentos…
Sei que, mais cedo ou mais tarde, a S. vai ler este post. Por essa razão quero dizer-lhe que isto é um elogio, não da loucura, mas à pessoa extraordinária que tive o prazer de conhecer há quase nove anos…
Sempre fui um pouco avessa à festa da passagem de ano, sempre me incomodou festejar a entrada num novo ano sem saber o que este me reserva.
Apesar disso, saber que a S. estará no departamento no próximo ano faz-me sentir feliz…
Este texto é assim como uma prenda de Natal, sem laço mas com uma etiqueta:
Para a S. com votos de um santo Natal…

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

La Ballata del Mare Salato

Livros e Mar: eis o meu elemento! (6)

Por algum motivo deu o nome ao meu blog...
Em Julho de 1967, com A Balada do Mar Salgado, Hugo Pratt dava ao mundo a primeira aventura desse marinheiro misterioso, anti-herói, romântico, idealista, defensor dos fracos e oprimidos chamado Corto Maltese.

Ravioli de Pombo

Li que alguns chefes propõem receitas de Natal com pombo.
Eu acho a sugestão "deliciosa"... desde que não seja eu a comê-los.
Aplaudo esta ideia desde que aproveitem, para o menu natalício, os milhões e milhões de pombos que enchem as ruas, os passeios, os telhados, os monumentos e que "enchem" a minha varanda de cocó corrosivo...
Aproveitem os pombos!
E que tal uns ravioli de pombo para a mesa da consoada?
Ou pombo recheado, empadão de pombo, feijoada de pombo, pombo à lagareiro, jardineira de pombo, pombo à brás e porque não rabanadas de pombo? Parece-me bem!
Isto seria o "sonho" de qualquer membro do movimento anti pombo, ao qual pertenço...
Não gosto de pombos nem dos seus apoiantes!
Também odeio galinhas mas essas, felizmente, não povoam as nossas cidades...
Movimento anti pombo forever...

Parábola da multiplicação dos "Paes" Natais...

Estou com uma dúvida e não consigo concentrar-me, aliás, quase não durmo…
Como não deixo de pensar no assunto e a dúvida me assola, não consigo trabalhar…
A minha mente fica totalmente obcecada com a dúvida e as possíveis respostas que a possam desfazer.
Só consigo ter paz depois de encontrar uma resposta à dúvida que me atormenta…
A moda das bandeirinhas à janela, lançada, julgo eu, por Marcelo Rebelo de Sousa e não por Scolari, pegou. Pegou e sempre que se avizinha um Euro ou um Mundial de Futebol elas voltam qual exterminador implacável – I’ll be back… e nestas ocasiões o país transforma-se num enorme “pagode”…
A minha dúvida reside numa outra moda, também ela foleira, pirosa e saloia, que é a dos milhares de pais natais insufláveis que invadem o nosso país, na época natalícia.
Quem terá sido o autor desta (triste) ideia? Quem poderá ter sido o “pai” ou a “mãe” desta onda insuflável?
Nunca ouvi dizer que o Pai Natal subia e entrava pelas janelas, varandas ou marquises…
Só podem ter sido os meus pais e restante família que me impingiram a ideia, errada por sinal, que o Pai Natal descia pela chaminé…
Outra ideia errada que a família me transmitiu foi a de que o Pai Natal era grande e gordo… e agora descobri que o Pai Natal é anão!...e flácido…
Os meus pais vão ter que me explicar isto direitinho, ai vão, vão…
Afinal de contas mentiram-me e agora sofri uma desilusão!...
Estou a imaginar o Pai Natal alpinista a parar o trenó em 2ª fila e ao estilo do Homem Aranha, começar a escalada…
Bom, mas de quem terá sido a ideia? Quem apelou aos portugueses para “espetarem” com aquele Pai Natal pimba nas janelas?
Terá sido o Quim Barreiros?... Não me parece!...
Creio que terá sido o Stanley Ho…
Claro! Agora tudo faz sentido. Só podia ter sido ele!
Assim como as lojas dos chineses proliferam pelo país, também o Pai Natal bimbo e foleiro se multiplicou pelas fachadas dos prédios e quase que aposto que são todos Made in China ou Made in Taiwan…
Ah, mas verdadeiramente lindo é quando o Pai Natal, flácido e anão, coabita com uma bandeirinha desmaiada e uma mangueira de luzes natalícias…
Isso é a combinação perfeita e ninguém pode negar que é uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa…

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Message in a bottle (9)

O que está a passar-se com os idosos em Portugal deve preocupar-nos a todos. Mais: encher-nos de vergonha. Por um lado, é o número crescente de filhos que batem nos pais e os submetem a tratamento ignóbil. Por outro, é o escândalo das pensões e reformas que os familiares retêm e gerem a seu bel-prazer.
Agora é a notícia de que todos os anos, nesta altura, há idosos com alta que são deixados nos hospitais. Provavelmente, foi sempre assim e as notícias não corriam como hoje. Não interessa. Dramático é pensar que os maus exemplos desta sociedade sem valores vão forçosamente frutificar e que amanhã, por este andar, tudo será ainda pior.

(Director do Global)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Gosto...e não se fala mais nisso! (5)






É este o meu conceito
de subir na vida.





Pelos degraus da
sabedoria...

Let's look at the trailer (6)

The Big Chill.Mais um dos meus filmes favoritos.
Com um dos meus actores favoritos,William Hurt.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Prenda inesperada e inesquecível…

O departamento onde trabalho fez um lanche de Natal para os funcionários.
Segundo o meu colega S., o nosso departamento divide-se em duas alas, a ala dos infecto-contagiosos, farta em pessoal pouco simpático, e a ala psiquiátrica, a nossa, quase todos bem dispostos, dados à paródia e malucos q.b.
Não estive presente nesse lanche.
Não gosto de fantochadas…
Não estive presente nesse lanche.
Não me apetece fazer conversa…
Não estive presente nesse lanche.
Não sou obrigada a conviver com quem não quero…
Estes lanches e almoços de Natal repetem-se todos os anos e ano após ano continuam iguaizinhos…
As chefias reúnem a maralha à qual não ligam patavina durante 364 dias por ano e nesse dia, melhor dizendo, durante uma hora ou duas “atacam-nos” com discursos fraternos e pantominices do género “produtividade”, “desempenhos” e “desafios”, como se a malta estivesse interessada naquilo… ou então “tentam” dar-nos atenção perguntando onde vamos passar o Natal ou se já comprámos as prendas todas…
Só me apetece perguntar:
― E por que razão quer saber? Quer comprar as prendas por mim?
Este ano, nesse tal lanchinho depressivo tiveram a “ousadia” de oferecer uma lembrança aos presentes e mais tarde aos ausentes. Um calendário de cartolina, em folha A4, impresso em frente e verso, formato “landscape”, ornamentado com pequenas imagens alusivas ao Natal, bonecos de neve, árvores e renas… e com a missão do nosso departamento.
Deprimente!...
Pôr imagens de Natal num calendário com os doze meses do ano, não lembra ao diabo. É o mesmo que usar uma toalha de mesa com ramos de azevinho e bonecos de neve durante o Verão…
Ridículo! Deprimente!...
Será que foi nesta “rica prenda” que gastaram o dinheiro do prémio de produtividade que eu não recebi este ano?
Seria preferível não dar nada.

Não é uma questão de ser pobre e mal agradecida, é uma questão de ser pobre mas ter bom senso…
Fiz “olhos de mercador” e enfiei o tesourinho deprimente no fundo da gaveta…

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Aqui há gato...

Enfeitar a casa no Natal sempre foi, para mim, uma tarefa particularmente agradável e sempre a fiz envolta numa alegria que só o espírito natalício poderia proporcionar.
O Natal sempre foi a minha época do ano favorita. Enquanto as minhas filhas foram crianças, o Natal continuou a ser a época do ano que mais prazer me dava.
Com a idade, o Natal vai perdendo aquela magia que tinha e até se torna um pouco nostálgico. As tradições, por uma razão ou por outra, vão-se perdendo e dou por mim a pensar que o Natal se tornou numa grande chatice, numa obrigação e num gastar de dinheiro desesperante.
Actualmente, o período veraneante de férias é o meu preferido, é por ele que passo o ano a suspirar…
Quando era adolescente, a minha mãe rondava a idade que tenho agora e recordo-me dela dizer “Não vejo a hora de ver o Natal passado, só dá trabalho!”.
Eu achava isto abominável, sacrílego mesmo!... Como é que era possível alguém não gostar desta quadra?
Agora mãe, agora é que eu te entendo. Eu quero é sopas e descanso! (pensando melhor, troco as sopas por mão de vaca com grão…).
No entanto, não apreciar o Natal não é sinónimo de ser completamente avessa a tudo o que diga respeito à época natalícia e assim sendo, no início do mês de Dezembro enfeitava a casa, fazia a árvore e o presépio.
Fazia! Já não faço!...
O ano passado, por esta altura do ano, tentei fazer as habituais decorações natalícias.
Esqueci-me, porém, que aqui havia gato…
Não cheguei a perceber se ele estava demasiado contagiado com o espírito próprio da época ou se existia uma hostilidade qualquer em relação ao Natal.
Sei que não foi possível manter a árvore de pé e os enfeites recolheram às caixas.
Este ano, persisti nas decorações!
Este ano, aqui há dois gatos!...
Roeram velas e bonecos de neve. O presépio não resistiu… o musgo artificial foi esgravatado e remexido até a cabana ficar careca…
Atacaram a árvore, morderam-na, serviram-se dela como arranhador.
Camuflados entre os ramos…fizeram emboscadas…
Partiam depois em loucas correrias pela casa…voltando novamente à árvore…
Camuflados entre os ramos…fizeram emboscadas…tentando caçar o pequeno espírito natalício que teima ainda em andar cá por casa…

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Natal está a chegar...

As renas do Pai Natal

Dasher, Dancer,
Prancer, Vixen,
Comet, Cupid,
Donder, Blitze
Rudolfo

Message in a bottle (8)

Arquitectos
(por Joaquim Letria)

A meu ver, os arquitectos formam uma classe à parte.
Conheci muitos, uns a favor, outros contra a ditadura, cá em Portugal e no estrangeiro, mas todos com aquele “je ne sais quoi” que eles têm, da roupa às canetas, aos relógios, aos carros, ao conhecimento, ao estilo de vida. Alguns deles fazem o favor de serem meus amigos.
A casa onde nasci é hoje o atelier de uma dupla de grandes arquitectos que, além de reconstruir zonas de Veneza, dá aulas na Suíça, tem obra feita em Portugal e ganha prémios internacionais bem merecidos.
Trabalhando na casa onde deixei a memória e os afectos da família, os irmãos Aires Mateus empenham-se hoje, entre outras coisas, em ali produzir a reabilitação do Teatro Capitólio. Onde vi dezenas de filmes ao ar livre e tive uma das minhas primeiras manifestações políticas da minha vida, com a “Alma boa de Tse Tuan” de Maria Della Costa.
Sem dúvida que são os arquitectos que se metem na minha vida. Ainda bem.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Imagens Reais...

O drama… o horror… a tragédia…
Não sei se Artur Albarran alguma vez terá dito isto antes de mostrar cenas de compras natalícias mas se não o fez, poderia ter feito.
Resolvi fazer as compras de Natal!
Dois dias passados a fazer compras de Natal!...
O drama… o horror… a tragédia…
Arrasto-me, tenho a cabeça oca, estou desidratada e tenho olheiras.
O desgaste foi tanto que perdi à volta de 5cm de altura… e emagreci uns 2 quilos (na carteira, pelo menos…).
O drama… o horror… a tragédia…
O cartão multibanco está fininho, fininho, de tanto passar nos terminais!
De cada vez que o tirava da carteira, sentia um calafrio!
Entrei em centenas de lojas, todas apinhadas de gente!
O drama… o horror… a tragédia…
O que eu procuro não encontro e encontro o que não quero.
Andar com sacos de compras nos transportes públicos. Lembrei-me do famoso preto da Casa Africana que já só existe no nosso imaginário.
A paciência e a imaginação completamente perdidas em filas…
O drama… o horror… a tragédia…
A lista de compras obrigatória ainda não está completa!...
O desgaste segue dentro de algumas horas. Vou perder mais uns 3cm de altura…
O drama…
Fazer compras!
O horror…
Gastar dinheiro!
A tragédia…
Ainda não comprei tudo!...
Diz-se que o Natal é todos os dias (porra!), é quando um homem quiser.
Pois então o meu Natal, para o próximo ano, vai ser em meados de Julho, princípios de Agosto! Não tenho o subsídio de Natal mas tenho o de férias e o reembolso do IRS e faço as compras enquanto o pessoal está todo no Algarve…
O drama vai ser convencer a família…
O horror vai ser cantar “A todos um bom Natal” ou “Oh! Christmas tree” com trinta e tal graus…
A tragédia é que não há pastelarias a fazerem bolo-rei, sonhos, filhós, rabanadas, broas, enfim, todas aquelas coisas que eu adoro…
Mas pronto, como é época de praia também não convém comer estas coisas que só fazem mal, só engordam, só fazem borbulhas, só fazem “castrol”…
Por mim, está feito!
Natal em Julho! Até podemos variar as prendas. Uns óculos de sol, um fato de banho, uma toalha de praia, um bronzeador, umas havaianas…
Por mim está feito!
Natal em Julho!...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Memórias e Afectos (7)

Tinha eu 5 anos quando o meu pai comprou o primeiro carro. Um Ford Taunus 12M, conhecido por Bola do Mundo... Calculo que lhe custou uma "bela fortuna"!...
Demorávamos cerca de duas horas e meia para chegar às Caldas da Rainha, onde nos esperavam ansiosos e rezando para que a "longa" viagem corresse bem.
A auto-estrada, actual A1, acabava no Carregado, depois estrada nacional atrás de camionetas de carga... Recordo-me de passar em Alenquer. Esta vila, na época natalícia, fazia um presépio enorme que se avistava da estrada.
Eu, solta no banco de trás, cantava a viagem toda...
Não sei qual a razão mas a porta do lado do condutor passou a fechar mal, aliás, estava bem fechada mas parecia apenas encostada. Sempre que alguém nos ultrapassava, buzinava e fazia sinal, avisando que a porta estava mal fechada...
O meu pai, atencioso, agradecia e fechava a porta que já estava fechada... tranquilizando assim o outro condutor...
Eu, solta no banco de trás, ria-me...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Reservado à Indignação (6)

Mais uma da Prof. de Educação Visual...
Ah, mas esta, quando for a reunião com a D.T., no fim do período, vai ser falada…
Tás feita, minha!...
Esta, não vou deixar passar, nem que a vaca tussa!...
Frequentemente, nas aulas de E.V., os alunos chamam a professora para tirar alguma dúvida ou para os ajudar. Sendo as aulas de Educação Visual, aulas práticas, é normal…
Frequentemente a professora responde:
– Não estou… Morri!
COMO?
Ó “stôra”, a senhora, definitivamente, não escolheu a profissão certa.
Um professor NÃO PODE dizer estas coisas…
Os bons professores possuem metodologia, os professores fascinantes possuem sensibilidade.
A senhora parece-me que não possui uma coisa nem outra, ou seja, não é boa professora quanto mais fascinante.
Os professores que escolheram a via do ensino só podem ter nascido para ensinar, são possuidores de uma “graça divina”.
Os outros são pretensos professores que gostariam de ter outra qualquer profissão. Julgo que será o seu caso. E sei do que estou a falar porque quase cheguei a educadora de infância mas no estágio arrepiei caminho. Percebi a tempo que as crianças não podiam ser prejudicadas pela minha falta de vocação, pela minha vontade de ter outra profissão.
Os professores estão lá precisamente para ensinar, para ajudar os alunos, para tirar dúvidas.
Sendo as aulas de E.V., aulas práticas, não é normal o professor não se disponibilizar para ir junto dos alunos…
Isto sim, isto é uma justificação para bater no Prof.!!... (e olhe que eu não sou violenta, tenho o cadastro limpo…).
Não contente com estas atitudes nada profissionais, na aula passada teve a lata de dizer:
– Porra! Estou farta disto tudo!...
COMO?
Ó “stôra”, decididamente a senhora é uma cavalgadura!
E peço aqui desculpa às cavalgaduras, que sendo irracionais ainda têm desculpa para as tolices que fazem…
Que moral tem a senhora para chamar a atenção um aluno? E que tal responder assim a um superior hierárquico? Experimente, vá lá...
Para a próxima vez que o meu chefe requisitar a minha presença, vou seguir a sua doutrina e responder-lhe:
– Não estou… Morri! ou Porra! Estou farta disto tudo!...
Rezo, ao Senhor dos Aflitos, para que ele seja tão compreensivo como os seus alunos… e me deixe em paz!
Afinal é para isso que eu lá estou…
Para não ser incomodada e levar o ordenado ao fim do mês…Não é “stôra”?...

Feriado

Tudo o que me ocorre dizer sobre este feriado:
Continuamos a ser dominados pelos espanhóis, de um ponto de vista económico, embora também seja verdade que até os espanhóis estão a sair de Portugal...
Não vou escrever mais nada. Poderia conter cenas eventualmente chocantes...
Só um pequenino comentário:
Poderia chamar-me Paloma ou Conchita...
Qual era o drama?