Enfeitar a casa no Natal sempre foi, para mim, uma tarefa particularmente agradável e sempre a fiz envolta numa alegria que só o espírito natalício poderia proporcionar.
O Natal sempre foi a minha época do ano favorita. Enquanto as minhas filhas foram crianças, o Natal continuou a ser a época do ano que mais prazer me dava.
Com a idade, o Natal vai perdendo aquela magia que tinha e até se torna um pouco nostálgico. As tradições, por uma razão ou por outra, vão-se perdendo e dou por mim a pensar que o Natal se tornou numa grande chatice, numa obrigação e num gastar de dinheiro desesperante.
Actualmente, o período veraneante de férias é o meu preferido, é por ele que passo o ano a suspirar…
Quando era adolescente, a minha mãe rondava a idade que tenho agora e recordo-me dela dizer “Não vejo a hora de ver o Natal passado, só dá trabalho!”.
Eu achava isto abominável, sacrílego mesmo!... Como é que era possível alguém não gostar desta quadra?
Agora mãe, agora é que eu te entendo. Eu quero é sopas e descanso! (pensando melhor, troco as sopas por mão de vaca com grão…).
No entanto, não apreciar o Natal não é sinónimo de ser completamente avessa a tudo o que diga respeito à época natalícia e assim sendo, no início do mês de Dezembro enfeitava a casa, fazia a árvore e o presépio.
Fazia! Já não faço!...
O ano passado, por esta altura do ano, tentei fazer as habituais decorações natalícias.
Esqueci-me, porém, que aqui havia gato…
Não cheguei a perceber se ele estava demasiado contagiado com o espírito próprio da época ou se existia uma hostilidade qualquer em relação ao Natal.
Sei que não foi possível manter a árvore de pé e os enfeites recolheram às caixas.
Este ano, persisti nas decorações!
Este ano, aqui há dois gatos!...
Roeram velas e bonecos de neve. O presépio não resistiu… o musgo artificial foi esgravatado e remexido até a cabana ficar careca…
Atacaram a árvore, morderam-na, serviram-se dela como arranhador.
Camuflados entre os ramos…fizeram emboscadas…
Partiam depois em loucas correrias pela casa…voltando novamente à árvore…
Camuflados entre os ramos…fizeram emboscadas…tentando caçar o pequeno espírito natalício que teima ainda em andar cá por casa…
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