sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feriado no Jardim do Éden







Ontem, fui a Sintra com as minhas filhas.
Em Sintra tudo é encantador…
Sintra é misteriosa e romântica.
Sintra tem paisagens naturais fabulosas.
Sintra tem belíssimas construções arquitectónicas.
Sintra tem belíssimas construções simples.
Nunca me canso de ir a Sintra, canso-me a andar em Sintra…
Sintra é intemporal…







"Eis que em vários labirintos de montes e vales

surge o glorioso Éden de Sintra.
Ai de mim! Que pena ou que pincel
logrará jamais dizer a metade sequer
das belezas destas vistas (...)?"
(Lord Byron)



(Excertos de Os Maias, Eça de Queiroz)
Ao portão da rua de S. Francisco, Carlos teve de esperar um quarto de hora.
… Enfim, o maestro desceu, a correr, quase aos trambolhões, com um cache-nez de seda na mão, o guarda-chuva debaixo do braço, abotoando atarantadamente o paletot.
Quando vinha pulando os últimos degraus, uma voz esganiçada de mulher gritou-lhe de cima:
- Olha não te esqueçam as queijadas!
[…]
Chegavam às primeiras casas de Sintra, havia já verduras na estrada a batia-lhes no rosto o primeiro sopro forte e fresco da serra. E, a passo, o break foi penetrando sob as árvores do Ramalhão. Com a paz das grandes sombras, envolvia-os pouco a pouco uma lenta e embaladora sussurração de ramagens, e como o difuso e vago murmúrio de águas correntes. Os muros estavam cobertos de heras e de musgos: através da folhagem, faiscavam longas flechas de sol. Um ar subtil e aveludado circulava, rescendendo às verduras novas; aqui e além, nos ramos mais sombrios, pássaros chilreavam de leve; e naquele simples bocado de estrada, todo salpicado de manchas do sol, sentia-se já, sem se ver, a religiosa solenidade dos espessos arvoredos, a frescura distante das nascentes vivas, a tristeza que cai das penedias e o repouso fidalgo das quintas de Verão... Cruges respirava largamente, voluptuosamente.
- A Lawrence onde é? Na serra? - perguntou ele com a ideia repentina de ficar ali um mês naquele paraíso.
[...]
De resto – continuou Alencar – tudo em Sintra é divino. Não há cantinho que não seja um poema…
[...]
Partiram. Sintra ficava dormindo ao luar.
O break rodou em silêncio, na beleza da noite.
- Com mil raios! – exclamou de repente o Cruges.
O break parou, todos o olhavam suspensos; e, no vasto silêncio da charneca, sob a paz do luar, Cruges, sucumbido, exclamou:
- Esqueceram-me as queijadas!



Pois a mim, não!...
Não me esqueci das queijadas, nem dos travesseiros…
Mas também (ainda) não me esqueci do preço que me pediram para ir do Palácio da Vila até Monserrate, de charrete …
Os meus palpites estavam errados e com uma enorme margem de erro…
Pediram-me... 70 euros!!!...
Setenta euros!!!... Escusado seria dizer que não fui...
Fiquei com esta cara...

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