Lisboa de "Os Maias" que percorri, com as minhas filhas, conseguindo até voltar atrás no tempo...
Iniciámos o nosso percurso junto à estação do Rossio.
Iniciámos o nosso percurso junto à estação do Rossio.
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O Monumento aos Restauradores e a Avenida da Liberdade, na altura Passeio Público, surgem, no final da obra, como símbolo de uma Lisboa sem grande capacidade de renovação.
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Saindo da Praça dos Restauradores, seguimos pela Rua 1º de Dezembro até encontrar a Rua do Carmo. Subindo a Rua do Carmo e virando à direita encontra-se a Rua Garrett.
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Subindo a Rua Garrett encontra-se, na primeira rua à esquerda, a Rua Ivens. A Rua Ivens era a antiga Rua de S. Francisco (o nome da rua está ligado ao Convento de São Francisco fundado em 1217 e a área ocupada no período áureo era tão grande que se lhe chamava “a cidade de São Francisco”), onde se situa o Grémio Literário, no nº 37. Este era o local por excelência dos homens de cultura.
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Na mesma artéria, algumas portas à frente, em direcção à Rua Capelo, antiga Travessa da Parreirinha, ficava o n.º 31, onde no 1º andar residia Maria Eduarda.
Regressando à Rua Garrett e continuando a subir em direcção ao Largo do Chiado, antigo Loreto, encontra-se, à direita, a Rua Serpa Pinto. Seguindo por esta rua encontramos o Largo Rafael Bordalo Pinheiro, outrora Largo da Abegoaria, onde Carlos da Maia espanca Eusebiozinho, por este andar metido na “maroteira da Corneta”.
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Aqui situava-se o Casino, onde tiveram lugar as Conferências Democráticas. É ainda na Rua Serpa Pinto mas na direcção do rio que se encontra o Teatro de São Carlos, onde começaram os olhares da condessa de Gouvarinho a Carlos da Maia.
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Atravessando a Rua da Trindade até à Rua Nova da Trindade, pode observar-se uma das entradas do Teatro da Trindade, onde decorreu o sarau literário de “Os Maias”. Na época, o Teatro da Trindade situa-se na Rua de S. Roque, actual Rua da Misericórdia.
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Descendo a Rua Nova da Trindade chega-se também ao Largo do Chiado, onde se encontra a antiga Casa Havaneza, a melhor tabacaria da capital, tradicional importadora de cigarros, charutos, tabacos estrangeiros, em especial charutos de Havana. Aqui se reuniam os adeptos do romantismo, personalidades da burguesia e da política.
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Saindo do Largo do Chiado e prosseguindo pela Rua António Maria Cardoso, encontra-se a Rua Victor Córdon, antiga Rua do Ferragial de Cima, onde se localizava, no nº 45, o Hotel Bragança (o edifício ainda existe...), frequentado por muitas personagens d’ Os Maias. O próprio Eça ali se reunia com os “vencidos da vida”. Era também nesta rua que residia o banqueiro Cohen.
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Voltando à Rua António Maria Cardoso e passando, novamente, no Largo do Chiado, avançamos até à Praça Luís de Camões, ponto de encontro de quatro eixos que aí se cruzam: Rua Garrett, Rua do Loreto, Rua da Misericórdia e Rua do Alecrim, conhecida na época por Calçada do Alecrim.
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Descendo a Rua do Alecrim, percurso frequentemente utilizado nas deslocações das personagens, encontra-se a Praça Duque da Terceira, cujo antigo nome era Praça dos Remolares.
Já na Praça Duque da Terceira, pode observar-se o edifício que outrora foi o Hotel Central, onde se deu a discussão entre Ega e Alencar, cada um defendendo o Naturalismo e o Romantismo, respectivamente. O Hotel Central foi o local escolhido para o jantar de homenagem ao banqueiro Cohen e foi neste jantar que Carlos viu Maria Eduarda, que se encontrava aqui alojada.
Já na Praça Duque da Terceira, pode observar-se o edifício que outrora foi o Hotel Central, onde se deu a discussão entre Ega e Alencar, cada um defendendo o Naturalismo e o Romantismo, respectivamente. O Hotel Central foi o local escolhido para o jantar de homenagem ao banqueiro Cohen e foi neste jantar que Carlos viu Maria Eduarda, que se encontrava aqui alojada.
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É da Praça Duque da Terceira que sai a Avenida 24 de Julho, outrora conhecida como o Aterro. Era pelo Aterro que Carlos da Maia fazia o percurso entre a Baixa e o Ramalhete.
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Seguindo pela Avenida 24 de Julho, encontra-se, à direita, o Largo de Santos.
É do Largo de Santos que sai a Calçada Ribeiro Santos, citada como a Rampa de Santos.
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É aqui que se passa a cena final, mostrando Carlos da Maia e João da Ega desiludidos com a estagnação de Portugal.
Continuando pela Calçada Ribeiro Santos, chega-se à Rua das Janelas Verdes.
Continuando pela Calçada Ribeiro Santos, chega-se à Rua das Janelas Verdes.
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No seguimento da Rua das Janelas Verdes, encontra-se a Rua Presidente Arriaga, antiga Rua de S. Francisco de Paula. Seria numa destas ruas ou na vizinhança delas que se situava o Ramalhete.
Aproveitar para observar bem alguns casarões e com as informações de que se dispõe tentar reconhecê-lo. Não é tarefa fácil.
Aproveitar para observar bem alguns casarões e com as informações de que se dispõe tentar reconhecê-lo. Não é tarefa fácil.
Há quem afirme que Eça de Queiroz viveu aqui e se inspirou neste palacete para a composição de uma outra casa mágica, "O Ramalhete", a casa onde se inicia e desenrola parte do seu famoso romance "Os Maias".
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Já no regresso, percorrer novamente a Avenida 24 de Julho até ao Cais do Sodré. Aí entra-se na Rua do Arsenal em direcção à Praça do Município, conhecida antigamente como Largo do Pelourinho.
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Era aqui que se situava a hospedaria do Sr. Guimarães, onde estavam guardados os papéis que continham a verdadeira identidade de Maria Eduarda.
Terminámos aqui o nosso belo percurso cheio de simbolismo...
3 comentários:
Hoje tenho mesmo que deixar o meu comentário!! Como é bom mergulhar nas "imagens" dos Maias e sentir-me de novo a vivenciar uma Lisboa que nunca conheci mas com a qual me identifico tanto..Mais do que com a que temos hoje em dia!Obrigado por este momento queirosiano.
O progresso não é sinónimo de melhor qualidade de vida, antes pelo contrário...isto, claro está, na minha modesta opinião. Como não tenho possibilidade de viajar no presente, faço viagens ao passado e também aí consigo encontrar "pessoas" que de outra forma nunca teria oportunidade de conhecer...
Agora, por exemplo, imagino-me a ler "Os Maias" sentada numa poltrona do Hotel Central ou, sei lá, numa tertúlia animada no Grémio...
Julgo que os momentos queirosianos têm um efeito inebriante nas pessoas sensíveis e românticas...
só agora comecei a ler a obra e dou por mim a calcorrear lisboa em busca dos locais descritos na dita, para assim poder beber e saborear as vivências de outros tempos com os qais me identifico bastante. obrigado
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