quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Memórias e Afectos (70)

Durante a década de 60, recordo-me que a Rádio Televisão Portuguesa apresentava, salvo erro às quartas-feiras, as Noites de Teatro. Não consigo determinar se as transmissões eram em directo, ou gravadas e transmitidas posteriormente, mas tenho uma certeza inabalável, para mim eram noites fascinantes. Existem obras que, sendo documentos históricos, certamente farão parte dos arquivos da RTP, mas também fazem parte das minhas memórias pessoais. As árvores morrem de pé, Vamos contar mentiras, O roubo do colar, Os fidalgos da casa mourisca, A dama das camélias, Aqui há fantasmas… Palmira Bastos, Varela Silva, Raul Solnado, Florbela Queiroz, Manuel Lereno, Elvira Velez, Eunice Muñoz, Josefina Silva, Rui de Carvalho, Barreto Poeira, Cármen Dolores, Fernanda Borsatti, Artur Semedo, Henrique Santana, Paulo Renato, Armando Cortez, Luís Cerqueira, Igrejas Caeiro, Lurdes Norberto, Mário Pereira, Irene Cruz, Rui Furtado…
Serões tão agradáveis... que marcaram para sempre as noites televisivas desse tempo.
E a frase mais célebre do teatro português pertence a uma cena magistral quase no final da peça As árvores morrem de pé. Palmira Bastos, num desempenho notável, batendo vigorosamente com a bengala, diz: "Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores".

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