quarta-feira, 9 de março de 2011

Era uma vez na América (3)

(continuação)

A Rede Social, de David Fincher, apesar de tantos prémios conquistados, apesar de tantas críticas e opiniões favoráveis, classificando-o mesmo como excitante, apesar de não duvidar dos talentos de Fincher e de Aaron Sorkin, apesar de tratar um tema actual da sociedade, não consigo contrariar o meu parecer negativo, formado antecipadamente. Como sou anti-redes sociais, porque em 90 por cento dos casos não têm outra serventia que não sejam o exibicionismo e a bisbilhotice, é natural que esse sentimento hostil se faça sentir contra o Facebook, o website da moda. Isto não me vai correr nada bem… se tenho a fatalidade de um dos mais de quinhentos milhões de usuários activos ler este “post”, estou tramada… Ok, eu sei que o Facebook não é apenas um instrumento de contactos e troca de conteúdos ocos (é agora que me vão matar!), que há muita gente que o utiliza para promover produtos, para manter uma ligação constante com a clientela, etc., etc… mas a verdade é que as relações humanas estão a ficar para trás. Tenho uma quantidade limitada de grandes amigos e não os trocaria por quinhentos do Facebook. Never!
Voltando ao filme, o diálogo inicial é delirantemente rápido, os outros diálogos são rápidos e alucinantes. Vou tentar resumi-lo telegraficamente: Mark Zukerberg para além de “levar com os pés” da namorada, esta ainda lhe chama anormal. Stop. Mark, um verdadeiro computer nerd, tem a ideia de criar uma página para comparar a beleza das estudantes de Harvard. Stop.

A página tem vinte e dois mil acessos em duas horas e os servidores da universidade dão o berro. Stop. O êxito de Mark chama a atenção dos gémeos Winklevoss. Stop. Estes pretendem criar uma rede social para os estudantes de Harvard e convidam-no para trabalhar com eles. Stop. Baseando-se nesta ideia, Mark, com a ajuda financeira do seu amigo Eduardo, lança na rede TheFacebook. Stop. Parker, co-fundador do Napster junta-se a Mark, toma decisões sobre os negócios e arranja investidores. Stop. Eduardo descobre que o acordo que tinha assinado com os investidores de Parker lhes permitiu depauperar a sua parte na empresa. Stop. Eduardo resolve processar Mark. Stop. Os gémeos também processam Mark por roubo de propriedade intelectual, ou seja, acham que ele lhes roubou a ideia. Stop.The End. Stop.

Ah, o filme termina com Mark a enviar um pedido de amizade à antiga namorada… sim, aquela que lhe chamou anormal! Multimilionário? Que lhe faça bom proveito! Nerd!

(continua)

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