domingo, 30 de outubro de 2011

Ensaio sobre a “pobredade”

A puberdade é a fase da pré-adolescência. A “pobredade” (esta palavra não foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, é unicamente fruto de um delírio da minha mente perturbada…) é a fase da pré-indigência. Diz-se que um indivíduo está na puberdade quando adquire maturidade sexual e se torna apto para a procriação. Um indivíduo encontra-se na “pobredade” quando ganha, esqueçam, na “pobredade” não se ganha nada, quando perde capital e se torna apto para suportar a privação…A puberdade é um processo de mudança em qualquer geração, seja ela rasca ou à rasca. Já a “pobredade” é um processo de mudança rasca que deixa qualquer geração à rasca.
Na pré-adolescência, isto é, na puberdade, ocorrem várias modificações morfológicas e psicológicas. Na “pobredade” também, baixa de peso, aparecimento de cabelos brancos, irritabilidade, variações de humor e distúrbios da memória (Quem sou eu? Quem tem medo de Virgínia Woolf? Quem tem farelos? Quem matou Laura Palmer?...).
A puberdade tem uma duração definida, ocorre num determinado espaço de tempo. A “pobredade” tem um começo, mas nunca sabemos quando termina. Pode durar um ano, dois, cinco, dez… Assim, a puberdade é um período de transição e a “pobredade” é um período de aflição.
Passei pela puberdade há uns anos (ou será que foi no mês passado? Vai na volta foi ontem e já não me lembro…) e preparo-me, agora, para passar uns anos na “pobredade”. Apesar das diferenças, e de ter passado mais tempo na fase pubertária do que na fase proletária, consigo, no meu caso particular, encontrar uma semelhança, o carcanhol… ou melhor, a falta dele!

Parece-me que este ensaio não correu lá muito bem. Julgo que merecia, mesmo, um ensaio de porrada…

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