sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Em exibição numa sala…

… perto de mim…

Na (minha) impossibilidade de acompanhar como espectadora a 12ª Festa do Cinema Francês, tentarei, por outras vias, ver alguns dos filmes que fazem parte desta programação tão eclética.
Enquanto tal não sucede (lamentavelmente o dia só tem 24 horas e não podemos adicionar-lhe mais 4 ou 5de lazer…), contentei-me com umas sessões recentes, ainda que caseiras, da sétima arte.
Reforço, mais uma vez, que não sou uma perita em cinematografia. Frequentemente, quando alguém sugere que um filme é bom ou uma obra-prima, o mais certo é eu não aplaudir, mas também sucede o inverso, isto é, insinuarem que o filme é básico/medíocre e eu acho o filme bom. É possível que isso aconteça justamente porque eu sou básica…

Water for Elephants (Água aos Elefantes), logo à partida um filme pouco conceituado e até desvalorizado. Basta Robert Pattinson carregar ainda o estigma da personagem da saga Crepúsculo, mas, apesar de não ser brilhante e eu não pertencer ao seu clube de admiradoras, conseguiu uma interpretação bastante satisfatória ao lado da já premiada Reese Witherspoon. Quanto a Christoph Waltz não necessita do meu reconhecimento, volta a ser o actor que tem o desempenho mais interessante. Não sendo um grande filme, comoveu-me, particularmente a elefanta, e manteve-me agradavelmente acordada…

Water

Horrible Bosses (Chefes Intragáveis), um argumento batido, mas pândego, um elenco delicioso, tanto a nível de actores sobejamente famosos como de actores menos conhecidos do público, e uma comédia que resulta bem. Não sou fã deste género de filmes, mas aconselho a verem, principalmente se estiverem desanimados com a vida. Comigo resultou, passei uns momentos muito divertidos… Quem é que nunca pensou em matar o boss (ou o professor)? Ninguém? Tão fingidos!…

HorribleBosses

Midnight in Paris (Meia-noite em Paris), de Woody Allen, é um delírio de imaginação, humor, música e diálogos e, como tal, eu gostei bastante. Gostei muito do desempenho de Owen Wilson. Em entrevista ao Hollywood Reporter, o cineasta referiu que o protagonista era um personagem mais sério no roteiro original e que teve que o reescrever adaptando-o a Owen. O resultado final foi muito bom, a personagem foi bem explorada e houve momentos em que Owen conseguiu mesmo “vestir” a personalidade de Woody Allen e transmitir algumas das suas particularidades (digo eu, que não percebo nada disto…). Claro que há sempre toda aquela complexidade, própria dos filmes (mais visível nos mais antigos) de Allen, que só ele, como actor, conseguia exteriorizar, mas Owen foi um substituto muito bom. “Viajando” para o passado, entre a Belle Époque e os loucos anos 20, o protagonista tenta esquecer o presente e fugir do futuro que não se prevê feliz nem promissor. Nestas “viagens”, que não passam de escolhas entre vidas diferentes, conhece celebridades que sempre venerou e habitavam a sua imaginação, como Hemingway, Scott Fitzgerald, Picasso, Dali, Toulouse-Lautrec, Luis Buñuel, Gertrude Stein, Degas, Matisse, T.S. Eliot, enfim, um mundo quimérico que eu adorei, não fosse eu uma sonhadora incurável por parte de tia e uma nostálgica por opção…A rever!

Midnight

The Illusionist (O Ilusionista) deu-me a ideia de ser um filme que dificilmente terá sido bem digerido por mentes superiores ou cinéfilos, mas como eu sou apenas uma amante ignorante de cinema, gostei do trabalho do realizador Neil Burger, que já tive oportunidade de apreciar em Limitless (Sem Limites). Não é um filme excepcional, não o vejo como cinema de autor, mas também não o considero um filme comercial nem tão-pouco um filme menor. Edward Norton (que achei extraordinário em Fight Club), no papel do ilusionista Eisenheim, tem uma actuação enigmática e sedutora que me faria cair-lhe aos pés (isto é a minha faceta de romântica sem emenda…). Onde começa a realidade e onde acaba a magia? Um bom filme, um verdadeiro jogo de ilusionismo, uma forma habilidosa de fazer cinema.

The_Illusionist

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