(por Catarina Carvalho)
Há uma mudança a acontecer no cinema. Por um lado, as televisões estão maiores, parecidas com écrans de cinema. Por outros, os filmes estão mais intimistas. Veja-se os nomeados para os Óscares: Frost/Nixon, Milk, O Leitor…
Excepto Quem quer ser bilionário, os outros podiam ser telefilmes (como bem diz o crítico de cinema da revista Time, Richard Corliss).
Há cada vez menos diferença entre ficar em casa a ver um filme ou fazê-lo no cinema. Isto deve explicar a falta de educação e de saber estar numa sala de cinema a que tenho assistido. As pessoas comentam cenas, alto, com o parceiro do lado, comem pipocas feito alarves, riem-se e sorvem bebidas.
Mas… estão simplesmente a portar-se… como se estivessem em casa.
(por Pezinhos na Areia)
O primeiro passo a dar é ir a um cinema onde não se vendam pipocas nem bebidas.
Foi o que eu fiz ontem…
Fui ao Londres ver O Leitor. O Londres, apesar de me parecer um pouco negligenciado, continua a ter a vantagem de não estar localizado num centro comercial. Para além da total ausência de pipocas, afins e similares, é frequentado por cinéfilos ou por gente bem-educada, pelo menos é a ideia que tenho daquele espaço.
São tão bem educados que o senhor que estava à nossa frente se recostou na cadeira e dormiu a maior parte do tempo só para não incomodar... (sem ressonar, isto é importante dizer). Este senhor, ao contrário de mim, não amou o filme, mas soube estar numa sala de cinema…
Gostei mesmo muito do filme mas foi difícil a escolha. Há ocasiões em que a escolha é difícil porque nada me agrada e outras em que a escolha é difícil porque todos os filmes em cartaz me interessam…
Por mim, até fazia o sacrifício de ir a um centro comercial com 10 salas. Começava às 13 horas e ia até à sessão da meia-noite. Milk, Frost/Nixon, Quem quer ser bilionário, Vicky Cristina Barcelona, A dúvida, O Estranho Caso de Benjamim Button, A Troca, Revolutionary Road, Valquíria...
E sou eu cinéfila de trazer por casa, o que seria se fosse viciada...
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