quinta-feira, 23 de junho de 2011

Tantos dias sem ti...

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa dos nossos sonhos e abraçá-la.

Quinhentos e quarenta e sete dias sem ti, pai. A dor foi serenando, mas a mágoa que sinto pela tua ausência e a saudade permanecem…
Posso sentir saudades de alguém que não vejo há muito tempo, de um amigo, de um grande amor, de um lugar, de uma situação ou de um acontecimento, mas esse sentimento é reversível mesmo que seja temporário. Essas saudades podem gerar alguma nostalgia, mas posso “matar as saudades” reencontrando a pessoa que estava longe, revendo o amigo ou o lugar, e isso faz-me feliz. Não consigo “matar saudades” de um momento, do tempo que passou, não consigo “matar a saudade” que tenho de ti, pai…
Esta saudade é uma mistura de sentimentos de angústia, de tristeza, de separação e de perda. Quando tento, como curativo, pensar que por mais longa e escura que seja a noite o sol volta sempre a brilhar, não alcanço nenhuma paz. Apesar de não te ver estás sempre ao meu lado? Estás perto em espírito?... Por mais que tente, pensar assim não me traz nenhum conforto. Relembrar-te, vendo fotografias, causa-me uma profunda melancolia. A tua ausência, a falta da tua presença física, a privação da tua voz, a inexistência do teu olhar, fazem-me sentir uma dor imensa. Enquanto foste um pilar da minha vida, enquanto fizeste verdadeiramente parte da minha existência, eu era realmente afortunada. Podia olhar-te, ouvir-te, sentir-te, abraçar-te... e para mim, ainda que tudo o que é cerebral me fascine, a verdadeira vida é a dos sentidos… Pai, és um pedaço de mim que ficou para trás. Tantos dias sem ti…

3 comentários:

Paula disse...

e ao teu Pai de quem eu ainda me recordo e o meu falecido Pai tanto admirava vai um beijo grande e com muito respeito
para ti princesa um xi coracao grande

Pezinhos na Areia disse...

Obrigada pela ajuda moral, é muito bom ler estas palavras de afecto pelo meu pai. As tuas palavras, vindas do outro lado do oceano, são como um balão de oxigénio para a minha amargura...

Um abração do tamanho do diâmetro da Terra, em milímetros!!!

Paula disse...

eu recordo-me do Sr .C. e assim como me recordo do meu pai falar sempre com muito respeito dele e de eles estarem a conversar na Praca da Igreja creio que em frente ao teu predio de menina ; o meu Pai era bastante mais jovem que o teu logo essa admiracao era sincera e genuina.
Eu entendo a tua dor e magoa princesa a minha foi mais recente e ainda custa-me tanto a aceitar .
Sao as tais perdas que custarao para sempre
Recebe um beijo com ternura e um abraco igual ao que tu me enviaste agora