O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, decretou guerra à burocracia. Mandou abrir quatro processos disciplinares aos funcionários que "enrolam" as decisões, empatam e metem os documentos na gaveta e promete que não vai ficar por aqui.
"Manter uma paz podre, coexistir com a incompetência e tratá-la com sorrisos é prejudicial", diz o autarca, que detectou 3000 documentos pendentes, há cerca de dois anos, e passou ao confronto, ameaçando com a demissão das chefias. "Os dirigentes que quiserem sair é um favor que nos prestam, até agradeço que aqueles cuja competência está posta à prova que desapareçam." Na semana passada, os chefes de departamento e de divisão foram avisados, por correio electrónico, que teriam de despachar meia centena de documentos por dia. "Mandem-me 50 por dia que eu trato [despacho] 50 por dia", disse Macário.
A ameaça de sanções, aparentemente, resultou para alguns funcionários. Ontem, foram enviados para o presidente 80 documentos, mas outros mantiveram o ritmo e não cederam às ameaças. "Na semana passada, deparei com quatro situações de escandalosa e manifesta incompetência - uma pessoa que vai quatro vezes à Loja do Cidadão para despachar uma certidão", exemplificou. Só entre 2008 e 2009, vindos do executivo anterior, presidido pelo socialista José Apolinário, disse, "havia 3000 documentos sem seguimento".
O autarca do PSD admite que um documento pode levar "semanas ou meses a despachar, mas nunca ficar anos sem resposta". Por isso, promete: "Abri quatro processos de inquérito e pelo vejo vou abrir mais estes dias - por manifesta falta de zelo, por irresponsabilidade."
Já quando foi autarca em Tavira, o social-democrata levantou mais de uma dezena de processos disciplinares, mas não conseguiu demitir ninguém: "A lei é corporativa e defende a incompetência." Na Câmara de Faro, em ano e meio de mandato, diz já ter detectado "uns 50 funcionários que não fazem mais nada do que receber o ordenado". O número de documentos despachados na Câmara de Faro, segundo o seu presidente, é de sete a oito por semana. Como havia 3000 em lista de espera, conclui que iria "levar mais de dez anos" para normalizar a situação. Passo seguinte: reuniu as chefias e "cara a cara" informou que queria a casa arrumada. "Achei que o assunto estava a ter proporções de falta de lealdade para comigo e tinha de ter consequências", declarou. A seguir, por email, deu instruções sobre como queria ver ultrapassada a questão. Um dos exemplos que aponta como exemplificativo do cúmulo da burocracia: um documento que deu entrada em Maio de 2008 "vai em 63 passos e ainda não está resolvido". O caso refere-se a obras particulares, com o direito de audição do munícipe, no núcleo histórico da cidade. "Isto é o cúmulo da irresponsabilidade da administração pública - uma máquina inoperante burocrática, com falta de mentalidade prática, que enrola sobre si própria."
Perante este quadro, Macário sustenta que "tem de haver alguém a dar uma pancada forte para despertar, e quem se portou mal tem de comer". Questionado sobre se não teme a contestação política, responde: "Tenho plena consciência disso, agora se não fizer nada, o regabofe continua". E para quem ache que não tem competência para decidir, afirma: "Deleguei as competências máximas, mesmo assim enrolam e não decidem."
"Manter uma paz podre, coexistir com a incompetência e tratá-la com sorrisos é prejudicial", diz o autarca, que detectou 3000 documentos pendentes, há cerca de dois anos, e passou ao confronto, ameaçando com a demissão das chefias. "Os dirigentes que quiserem sair é um favor que nos prestam, até agradeço que aqueles cuja competência está posta à prova que desapareçam." Na semana passada, os chefes de departamento e de divisão foram avisados, por correio electrónico, que teriam de despachar meia centena de documentos por dia. "Mandem-me 50 por dia que eu trato [despacho] 50 por dia", disse Macário.
A ameaça de sanções, aparentemente, resultou para alguns funcionários. Ontem, foram enviados para o presidente 80 documentos, mas outros mantiveram o ritmo e não cederam às ameaças. "Na semana passada, deparei com quatro situações de escandalosa e manifesta incompetência - uma pessoa que vai quatro vezes à Loja do Cidadão para despachar uma certidão", exemplificou. Só entre 2008 e 2009, vindos do executivo anterior, presidido pelo socialista José Apolinário, disse, "havia 3000 documentos sem seguimento".
O autarca do PSD admite que um documento pode levar "semanas ou meses a despachar, mas nunca ficar anos sem resposta". Por isso, promete: "Abri quatro processos de inquérito e pelo vejo vou abrir mais estes dias - por manifesta falta de zelo, por irresponsabilidade."
Já quando foi autarca em Tavira, o social-democrata levantou mais de uma dezena de processos disciplinares, mas não conseguiu demitir ninguém: "A lei é corporativa e defende a incompetência." Na Câmara de Faro, em ano e meio de mandato, diz já ter detectado "uns 50 funcionários que não fazem mais nada do que receber o ordenado". O número de documentos despachados na Câmara de Faro, segundo o seu presidente, é de sete a oito por semana. Como havia 3000 em lista de espera, conclui que iria "levar mais de dez anos" para normalizar a situação. Passo seguinte: reuniu as chefias e "cara a cara" informou que queria a casa arrumada. "Achei que o assunto estava a ter proporções de falta de lealdade para comigo e tinha de ter consequências", declarou. A seguir, por email, deu instruções sobre como queria ver ultrapassada a questão. Um dos exemplos que aponta como exemplificativo do cúmulo da burocracia: um documento que deu entrada em Maio de 2008 "vai em 63 passos e ainda não está resolvido". O caso refere-se a obras particulares, com o direito de audição do munícipe, no núcleo histórico da cidade. "Isto é o cúmulo da irresponsabilidade da administração pública - uma máquina inoperante burocrática, com falta de mentalidade prática, que enrola sobre si própria."
Perante este quadro, Macário sustenta que "tem de haver alguém a dar uma pancada forte para despertar, e quem se portou mal tem de comer". Questionado sobre se não teme a contestação política, responde: "Tenho plena consciência disso, agora se não fizer nada, o regabofe continua". E para quem ache que não tem competência para decidir, afirma: "Deleguei as competências máximas, mesmo assim enrolam e não decidem."
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