quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O meu respeitável gato

Fazendo hoje três anos que o T. entrou na minha família, quero homenageá-lo e agradecer-lhe por todos os momentos felizes que nos tem proporcionado, pois não há animal doméstico que se compare ao gato. O gato, que me desculpem os donos dos outros animais, é o animal com mais carácter e personalidade que eu conheço, o gato não responde a um chamamento com um abanar de cauda frenético, só dá turras e ronrona quando acha que o dono merece e, quando se deita no nosso colo, não o faz porque nós queremos, mas sim porque quer mimos ou quando tem frio.
O T. chegou a nossa casa precisamente no dia de Reis e chamo-lhe, com alguma frequência, Rei Gordo (Godo…). À minha gata chamo princesinha louca por causa das suas diabruras hilariantes e deliciosas. Mas hoje a homenagem é para o meu gato, o Senhor T.
O T. tem inúmeras alcunhas, todas carinhosas, como, por exemplo, safardana, miudosco, badigas e gatatui (devido ao seu apetite insaciável e ao seu gosto pela cozinha…) e tenho por hábito perguntar-lhe (como se ele me respondesse…) quem é o gato mais lindo e mais fofo da linha de Sintra?...
Confesso que, até ao dia de Reis de 2007, não tinha nenhuma simpatia especial por gatos, mas depois do Senhor T. entrar na minha vida, passei a ser uma amante incondicional de gatos… Porquê? Talvez porque os gatos têm uma capacidade natural para manipular os donos e o T. percebeu que, naquela casa, era somente necessário conquistar a pessoa que menos afinidade sentia por ele, ou seja, eu… e com toda a sua “sabedoria”, não é que me “domesticou” completamente?
Só quem tem, ou já teve, gatos, pode compreender a paixão por estes felinos. Há lá coisa mais terna que o doce ronronar de um gato…

Para além desta foto, reproduzo, aqui, uma passagem de uma crónica do MEC (que li no Cavacos das Caldas) no jornal Público.

"...O que espanta num gato é a maneira como combina a neurose, a desconfiança e o medo - para não falar numa ausência total de sentido de humor - com o talento para procurar e apreciar o conforto e, sobretudo, a capacidade para dormir 20 em cada 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas. O gato é neurótico, mas brinca. Brinca com seriedade, mas brinca. Tem acessos, muito curtos, de loucura, em que se embandeira em saltinhos oblíquos. Mas, acima de tudo, descobriu o sistema binário da existência. Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome. Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as necessidades. Podem ser secundárias (cagar, amar, mijar, brincar, ansiar), mas são verdadeiramente necessárias. Se não tem sono, é porque tem fome. Se não tem fome, é porque tem sono. Se não tem uma coisa ou outra, é porque tem de fazer as necessidades.
É ou não uma lição de vida? Sim; é. "

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