5ª e última Parte (escrita, entre outros afazeres, nos intervalos de uns exercícios de Física, um teste de geografia, outro de matemática e algumas dúvidas sobre as placas litosféricas…)
Abril de 2009
Deixámos Alvorninha mas, fica desde já assente que no próximo “Reservado à Indignação”, vou indignar-me com algumas coisitas de lá…
Deixámos Alvorninha pela estrada que nos levaria às Caldas da Rainha.
Passámos à Trabalhia, localidade que faz parte das minhas memórias de infância, antes mesmo de ir para a escola primária. O meu pai trabalhava numa companhia de seguros e sempre que falava no “trabalho” dele na “companhia”, não sei que associação eu fazia (talvez a junção das duas palavras, sei lá…) que me levava a pensar que ele trabalhava na Trabalhia… E não me limitava a pensá-lo, dizia-o…e isso, claro, era alvo de chacota por parte de toda a família, principalmente do mano J.C.
Entrámos finalmente nas Caldas da Rainha!
Evidentemente que eu tinha planeado este passeio e levava um post it com os meus locais de interesse.
O meu circuito não era turístico nem tinha por objectivo fazer uma visita ao património histórico ou cultural das Caldas da Rainha. O meu circuito e os meus locais de interesse a visitar eram, praticamente todos, pontos e referências de recordações, de memórias e afectos…
Descendo a Rua Diário de Notícias que termina junto à Praça da Fruta, pedi ao meu irmão para entrar na Mata das Caldas.Tantas lembranças boas que tenho da Mata Rainha D. Leonor…quando, nos anos 60, se fazia ali a Feira do 15 de Agosto, à qual eu nunca faltava. Nesses dias, de festa e feira na cidade, havia sempre uma multidão que, à noite, se encaminhava para a Mata por qualquer um dos acessos. De facto, era à noite que a feira tinha o seu encanto, a sua magia e o seu mistério nos caminhos mal iluminados e de terra batida que levavam ao recinto, nas sombras dos plátanos, nos recantos escuros, enfim, na obscuridade da noite…
A Mata, plácida e muda, acordava do seu repouso para se encher de vida, alegria, animação, cor e emoções sem fim. E que emoções…carrosséis, circo, barraquinhas dos tiros, carrinhos de choque, a roda gigante, o comboio fantasma, a casa dos espelhos com os seus labirintos, que prometia gargalhada certa…
Os comes e bebes, as tendas e os feirantes com bugigangas, loiças, barros, plásticos, botas e sapatos, mantas e cobertores, samarras, chapéus, rifas para as panelas…e um nunca mais acabar de quinquilharia e chinesices…
A bruxa que lia a sina e o algodão doce também nunca falhavam no recinto da feira mas aquilo que sempre me fascinou, uma atracção famosa nesse tempo, foi o Poço da Morte…talvez porque a perícia dos aventureiros me fazia sentir insignificante, talvez por pensar que desafiar a morte era completamente descabido, talvez porque o nome me dava arrepios…
Tal como “depois da tempestade vem a bonança”, acabados estes dias de feira, a Mata adormecia novamente e tudo voltava a ser silêncio e quietude…
Era esse silêncio e essa serenidade que levavam o meu pai a sentar-se nas bancadas do Caldas Sport Clube, a ler um livro, enquanto eu vagueava pelo meio das árvores segura de que nada de mal me poderia acontecer…
Saímos da Mata e fomos estacionar os carros junto à estação dos caminhos-de-ferro. Dali, seguimos a pé em direcção à Rua Fonte do Pinheiro, tentando eu explicar onde, nos anos 60, se localizavam os bombeiros e a casa do meu avô R. Na Rua Miguel Bombarda, procurei, em vão, a casa onde morou a minha madrinha. Era uma casa cor-de-rosa só de rés-do-chão esquerdo e direito e umas águas furtadas. No seu lugar encontra-se agora um prédio de dois andares que não me chocou muito, embora não tenha, em termos arquitectónicos, a beleza que ainda se consegue encontrar em muitos prédios nas Caldas, ricos e conhecidos pelo seu estilo art noveau e pelos seus azulejos. Lindos!!... Já na Rua Heróis da Grande Guerra, fiquei encantada com a Loja 107. Condicionada pelas horas, não tive oportunidade de desfrutar de tudo o que esse espaço tem, sem dúvida, para oferecer. Entrei, dei uma vista de olhos rápida demais para os meus gostos literários e saí, mas tive o privilégio de ter uma visão deliciosa, uma gatinha, a Florbela (não sei o apelido, mas certamente será Espanca…), a passear-se por entre os livros… Para quem, como eu, é apaixonado por livros e gatos, ali estava uma harmonia perfeita…
Espero voltar mas com tempo.
Outro dos locais que fazia parte do meu circuito e que, curiosamente, continua bem vivo nas minhas lembranças, era a Pensão 1º de Maio. Era nesta pensão que, nos anos 60, almoçávamos ou jantávamos, várias vezes, durante as férias de Verão. Também era hábito levar o comer para casa, em marmitas de três andares, hoje em dia completamente ultrapassadas pelos tupperwares.
Estas recordações foram abaladas assim que avistei o estado deplorável e triste da “pensão dos meus sonhos”… Deprimente!
Esta pensão, antes tão cheia de vida e de vidas, não resistiu à passagem do tempo e vê-la assim tão desprezada fez-me pena pois foi como se uma pequena parte do meu passado se tivesse esboroado… mas vou tentar continuar a lembrá-la como era nos seus bons e velhos tempos.
Descemos em direcção ao Parque D. Carlos e, como já tive ocasião de o dizer num dos posts, o que sempre me atraiu aqui, vá-se lá saber a razão, foram os cadeirões vermelhos de madeira, junto ao coreto.
Fizeram bem em acorrentá-los porque eu era bem capaz de levar um para casa… Se ainda houvesse cadeirões destes à venda, eu compraria um… adoro-os!
O Parque sempre foi lindo e continua lindo e bem cuidado, mas os Pavilhões encontram-se num estado de abandono e pareceu-me que, actualmente, só servem de abrigo aos pombos.
Mas as minhas boas recordações do Parque não se ficam pelos cadeirões vermelhos, também o parque infantil me traz à memória os belos momentos em que ali brinquei, no tempo em que os baloiços eram diversificados e bonitos e variavam de parque para parque. Também ali existiu um recinto onde alugavam bicicletas à hora e foi aí que aprendi e passei horas a pedalar…
Apesar de não constar dos meus locais a visitar, fomos à loja da Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro, que assinalou o seu centenário em 2008. Felizmente que “deitaram a mão” a esta referência na história da cerâmica e do património cultural, principalmente porque o meu “avôzinho” R., discípulo de Bordalo Pinheiro, não ia gostar nada de assistir ao desmoronar desta fábrica…
O meu próximo ponto de interesse foi o Café Central, onde passei tantas tardes com o meu avô enquanto ele lia o jornal. O café foi remodelado mas, se não estou errada, a porta mantém-se inalterada. Já não tem o mesmo fascínio que eu lhe encontrava na minha infância, mas continua a ostentar na mesma parede o painel de Júlio Pomar, datado de 1955, e isso, para mim, é o bastante para me fazer recuar no tempo…
Foi aqui que lanchámos. Eu sei que os tempos são outros, tão distantes dos que eu guardo nas minhas lembranças. Eu sei que o progresso é incontornável. O lanche, por melhor que fosse, deixou-me um sabor a lágrimas… Sei que o pior bolo comido ao lado do meu avô me teria sabido pela vida… e sei-o porque, como diz uma melodia de Beautiful World , “I know because my heart tells me so”…
Fui numa corrida fotografar o prédio onde nasceu a minha mãe. É curioso verificar que, quase com noventa anos, ainda se mantém de pé e recuperado, e isso deixou-me orgulhosa dele, tão resistente como aquela que ele viu nascer há oitenta e oito anos. Espero que o conservem sempre assim. Estupidamente seguimos pela rua das montras, embora o meu percurso sentimental não fosse esse. Deveria ter seguido pelo Café Bocage, outro dos locais também frequentado pelo meu avô, que fica no topo da Praça da Fruta, à esquerda, quase fronteiro à Ermida de São Sebastião. Esta igreja, ao contrário de tantos outros lugares, não me deixou boas recordações pois foi aí o velório do meu avô e o reiniciar da caminhada sem ele… nunca mais as coisas foram iguais, nunca mais as pessoas foram as mesmas…
Na verdade, o Café Bocage não está esquecido e ficará, assim como outras memórias, para a próxima visita.
A última paragem foi nos “Capristanos” ou nos “Claras”, uma central de camionagem inaugurada em Janeiro de 1949, agora com o nome banal de Rodoviária do Tejo. Segundo um relato que li no Jornal do Oeste, “mais do que uma central de camionagem, foi o primeiro centro comercial das Caldas da Rainha, composto por escritórios, restaurante, café, sala de espera, bilheteiras, tabacaria, barbearia e vitrinas iluminadas que serviam de montra às principais lojas das Caldas, que ali expunham os seus produtos”. E é verdade, eu sou testemunha disso… Foi nesta central, nos saudosos anos 60, que eu manifestei pela primeira vez a vontade de partir à aventura. Todos doidos à minha procura e eu sentada numa camioneta que ia para a Nazaré… Fui apanhada e o meu espírito aventureiro esmoreceu, claro! As minhas lembranças desta central e do café foram traídas assim que olhei a porta giratória. Esta, outrora de metal reluzente, não escapou ao progresso e deixaram-na completamente descaracterizada… Já não é a porta que fazia parte da minha imaginação, não é a mesma porta onde eu “girei” centenas de vezes…
Já na recta final do percurso “Reviver o passado”, ainda tive oportunidade de conhecer o amigo Z.V., autor do Blog “Águas Mornas”, que me aturou os saudosismos e alimentou a nostalgia durante as semanas que precederam este passeio às Caldas da Rainha. Achei-o uma pessoa extraordinária… Aqui fica um pedido de desculpas pelo facto de não o ter contactado após o passeio, agradecendo a amabilidade e a disponibilidade que revelou.
Deste passeio ficou a vontade de voltar brevemente.
Para trás fica o que vivi e o que gostaria de ter vivido… e de certeza que gostaria de ter vivido mais intensamente!…
Abril de 2009
Deixámos Alvorninha mas, fica desde já assente que no próximo “Reservado à Indignação”, vou indignar-me com algumas coisitas de lá…
Deixámos Alvorninha pela estrada que nos levaria às Caldas da Rainha.
Passámos à Trabalhia, localidade que faz parte das minhas memórias de infância, antes mesmo de ir para a escola primária. O meu pai trabalhava numa companhia de seguros e sempre que falava no “trabalho” dele na “companhia”, não sei que associação eu fazia (talvez a junção das duas palavras, sei lá…) que me levava a pensar que ele trabalhava na Trabalhia… E não me limitava a pensá-lo, dizia-o…e isso, claro, era alvo de chacota por parte de toda a família, principalmente do mano J.C.
Entrámos finalmente nas Caldas da Rainha!
Evidentemente que eu tinha planeado este passeio e levava um post it com os meus locais de interesse.
O meu circuito não era turístico nem tinha por objectivo fazer uma visita ao património histórico ou cultural das Caldas da Rainha. O meu circuito e os meus locais de interesse a visitar eram, praticamente todos, pontos e referências de recordações, de memórias e afectos…
Descendo a Rua Diário de Notícias que termina junto à Praça da Fruta, pedi ao meu irmão para entrar na Mata das Caldas.Tantas lembranças boas que tenho da Mata Rainha D. Leonor…quando, nos anos 60, se fazia ali a Feira do 15 de Agosto, à qual eu nunca faltava. Nesses dias, de festa e feira na cidade, havia sempre uma multidão que, à noite, se encaminhava para a Mata por qualquer um dos acessos. De facto, era à noite que a feira tinha o seu encanto, a sua magia e o seu mistério nos caminhos mal iluminados e de terra batida que levavam ao recinto, nas sombras dos plátanos, nos recantos escuros, enfim, na obscuridade da noite…
A Mata, plácida e muda, acordava do seu repouso para se encher de vida, alegria, animação, cor e emoções sem fim. E que emoções…carrosséis, circo, barraquinhas dos tiros, carrinhos de choque, a roda gigante, o comboio fantasma, a casa dos espelhos com os seus labirintos, que prometia gargalhada certa…
Os comes e bebes, as tendas e os feirantes com bugigangas, loiças, barros, plásticos, botas e sapatos, mantas e cobertores, samarras, chapéus, rifas para as panelas…e um nunca mais acabar de quinquilharia e chinesices…
A bruxa que lia a sina e o algodão doce também nunca falhavam no recinto da feira mas aquilo que sempre me fascinou, uma atracção famosa nesse tempo, foi o Poço da Morte…talvez porque a perícia dos aventureiros me fazia sentir insignificante, talvez por pensar que desafiar a morte era completamente descabido, talvez porque o nome me dava arrepios…
Tal como “depois da tempestade vem a bonança”, acabados estes dias de feira, a Mata adormecia novamente e tudo voltava a ser silêncio e quietude…
Era esse silêncio e essa serenidade que levavam o meu pai a sentar-se nas bancadas do Caldas Sport Clube, a ler um livro, enquanto eu vagueava pelo meio das árvores segura de que nada de mal me poderia acontecer…
Saímos da Mata e fomos estacionar os carros junto à estação dos caminhos-de-ferro. Dali, seguimos a pé em direcção à Rua Fonte do Pinheiro, tentando eu explicar onde, nos anos 60, se localizavam os bombeiros e a casa do meu avô R. Na Rua Miguel Bombarda, procurei, em vão, a casa onde morou a minha madrinha. Era uma casa cor-de-rosa só de rés-do-chão esquerdo e direito e umas águas furtadas. No seu lugar encontra-se agora um prédio de dois andares que não me chocou muito, embora não tenha, em termos arquitectónicos, a beleza que ainda se consegue encontrar em muitos prédios nas Caldas, ricos e conhecidos pelo seu estilo art noveau e pelos seus azulejos. Lindos!!... Já na Rua Heróis da Grande Guerra, fiquei encantada com a Loja 107. Condicionada pelas horas, não tive oportunidade de desfrutar de tudo o que esse espaço tem, sem dúvida, para oferecer. Entrei, dei uma vista de olhos rápida demais para os meus gostos literários e saí, mas tive o privilégio de ter uma visão deliciosa, uma gatinha, a Florbela (não sei o apelido, mas certamente será Espanca…), a passear-se por entre os livros… Para quem, como eu, é apaixonado por livros e gatos, ali estava uma harmonia perfeita…
Espero voltar mas com tempo.
Outro dos locais que fazia parte do meu circuito e que, curiosamente, continua bem vivo nas minhas lembranças, era a Pensão 1º de Maio. Era nesta pensão que, nos anos 60, almoçávamos ou jantávamos, várias vezes, durante as férias de Verão. Também era hábito levar o comer para casa, em marmitas de três andares, hoje em dia completamente ultrapassadas pelos tupperwares.
Estas recordações foram abaladas assim que avistei o estado deplorável e triste da “pensão dos meus sonhos”… Deprimente!
Esta pensão, antes tão cheia de vida e de vidas, não resistiu à passagem do tempo e vê-la assim tão desprezada fez-me pena pois foi como se uma pequena parte do meu passado se tivesse esboroado… mas vou tentar continuar a lembrá-la como era nos seus bons e velhos tempos.
Descemos em direcção ao Parque D. Carlos e, como já tive ocasião de o dizer num dos posts, o que sempre me atraiu aqui, vá-se lá saber a razão, foram os cadeirões vermelhos de madeira, junto ao coreto.
Fizeram bem em acorrentá-los porque eu era bem capaz de levar um para casa… Se ainda houvesse cadeirões destes à venda, eu compraria um… adoro-os!
O Parque sempre foi lindo e continua lindo e bem cuidado, mas os Pavilhões encontram-se num estado de abandono e pareceu-me que, actualmente, só servem de abrigo aos pombos.
Mas as minhas boas recordações do Parque não se ficam pelos cadeirões vermelhos, também o parque infantil me traz à memória os belos momentos em que ali brinquei, no tempo em que os baloiços eram diversificados e bonitos e variavam de parque para parque. Também ali existiu um recinto onde alugavam bicicletas à hora e foi aí que aprendi e passei horas a pedalar…
Apesar de não constar dos meus locais a visitar, fomos à loja da Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro, que assinalou o seu centenário em 2008. Felizmente que “deitaram a mão” a esta referência na história da cerâmica e do património cultural, principalmente porque o meu “avôzinho” R., discípulo de Bordalo Pinheiro, não ia gostar nada de assistir ao desmoronar desta fábrica…
O meu próximo ponto de interesse foi o Café Central, onde passei tantas tardes com o meu avô enquanto ele lia o jornal. O café foi remodelado mas, se não estou errada, a porta mantém-se inalterada. Já não tem o mesmo fascínio que eu lhe encontrava na minha infância, mas continua a ostentar na mesma parede o painel de Júlio Pomar, datado de 1955, e isso, para mim, é o bastante para me fazer recuar no tempo…
Foi aqui que lanchámos. Eu sei que os tempos são outros, tão distantes dos que eu guardo nas minhas lembranças. Eu sei que o progresso é incontornável. O lanche, por melhor que fosse, deixou-me um sabor a lágrimas… Sei que o pior bolo comido ao lado do meu avô me teria sabido pela vida… e sei-o porque, como diz uma melodia de Beautiful World , “I know because my heart tells me so”…
Fui numa corrida fotografar o prédio onde nasceu a minha mãe. É curioso verificar que, quase com noventa anos, ainda se mantém de pé e recuperado, e isso deixou-me orgulhosa dele, tão resistente como aquela que ele viu nascer há oitenta e oito anos. Espero que o conservem sempre assim. Estupidamente seguimos pela rua das montras, embora o meu percurso sentimental não fosse esse. Deveria ter seguido pelo Café Bocage, outro dos locais também frequentado pelo meu avô, que fica no topo da Praça da Fruta, à esquerda, quase fronteiro à Ermida de São Sebastião. Esta igreja, ao contrário de tantos outros lugares, não me deixou boas recordações pois foi aí o velório do meu avô e o reiniciar da caminhada sem ele… nunca mais as coisas foram iguais, nunca mais as pessoas foram as mesmas…
Na verdade, o Café Bocage não está esquecido e ficará, assim como outras memórias, para a próxima visita.
A última paragem foi nos “Capristanos” ou nos “Claras”, uma central de camionagem inaugurada em Janeiro de 1949, agora com o nome banal de Rodoviária do Tejo. Segundo um relato que li no Jornal do Oeste, “mais do que uma central de camionagem, foi o primeiro centro comercial das Caldas da Rainha, composto por escritórios, restaurante, café, sala de espera, bilheteiras, tabacaria, barbearia e vitrinas iluminadas que serviam de montra às principais lojas das Caldas, que ali expunham os seus produtos”. E é verdade, eu sou testemunha disso… Foi nesta central, nos saudosos anos 60, que eu manifestei pela primeira vez a vontade de partir à aventura. Todos doidos à minha procura e eu sentada numa camioneta que ia para a Nazaré… Fui apanhada e o meu espírito aventureiro esmoreceu, claro! As minhas lembranças desta central e do café foram traídas assim que olhei a porta giratória. Esta, outrora de metal reluzente, não escapou ao progresso e deixaram-na completamente descaracterizada… Já não é a porta que fazia parte da minha imaginação, não é a mesma porta onde eu “girei” centenas de vezes…
Já na recta final do percurso “Reviver o passado”, ainda tive oportunidade de conhecer o amigo Z.V., autor do Blog “Águas Mornas”, que me aturou os saudosismos e alimentou a nostalgia durante as semanas que precederam este passeio às Caldas da Rainha. Achei-o uma pessoa extraordinária… Aqui fica um pedido de desculpas pelo facto de não o ter contactado após o passeio, agradecendo a amabilidade e a disponibilidade que revelou.
Deste passeio ficou a vontade de voltar brevemente.
Para trás fica o que vivi e o que gostaria de ter vivido… e de certeza que gostaria de ter vivido mais intensamente!…
2 comentários:
Então minha amiga…com estes elogios fico com o ego enoooooorme.
Fico à espera de um novo regresso à terra que tanto a marcou.
Um abraço
Muito grata pela sua ternura. Será sempre bem vinda porque amigos são os que amam os livros e os gatos. A Florbela é Espanca de sobrenome e gatinha de afecto.
Isabel Castanheira, Loja 107
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