quarta-feira, 20 de maio de 2009

Interessante, mas não espectacular...

"Titanic - The Artifact Exhibition"
Espaço Rossio


Tinha dito que iria a qualquer preço e estas determinações, por vezes, pagam-se caras.
Demasiado caro…
Inacessível para algumas bolsas, como a minha, mas eu estava determinada a fazer a visita e nada me demoveria… Sempre existiu alguma coisa que me liga à história deste barco, uma atracção inexplicável, sei lá, uma razão que a própria razão desconhece…
Treze euros por bilhete, comprado na bilheteira da exposição (na Net são menos 50 cêntimos).
Comprei o bilhetinho que, pelo preço, só poderia ser de 1ª classe… e tive essa confirmação quando a menina da bilheteira me entregou uma réplica de um dos bilhetes que davam acesso, em 1912, a embarcar no maior objecto móvel do mundo. Ao entregar-me o bilhete, explicou-me que no verso estava o nome de um dos passageiros que teria embarcado na trágica viagem e que no final da exposição poderia consultar a lista de passageiros e saber se teria sido um dos sobreviventes ou se, pelo contrário, teria perecido na fatídica noite.

“Embarquei” enquanto virava o bilhete e tomava conhecimento do “meu” nome…
Soube prontamente que não seria necessário consultar a tal lista para saber se o “meu eu” teria ou não sobrevivido. Soube, naquele momento, que “eu” tinha sido um dos sobreviventes… assim, já o preço que paguei pelo bilhete tinha justificação… Para além de sobrevivente, tinha feito a “minha” curta viagem num camarote de 1ª classe…
Foi com entusiasmo que iniciei a visita mas a experiência não conseguiu superar as minhas expectativas porque estas eram demasiado elevadas…
Senti alguma emoção ao ver os objectos recuperados com grande esforço da área do naufrágio. É também verdade que me senti perturbada ao ver objectos pessoais de alguns passageiros que fizeram a viagem inaugural no maior e mais luxuoso navio da época.
No entanto, o que me deu maior prazer não foi a visão dos objectos, foi poder empregar os meus sentidos do tacto e do olfacto…
Toquei e acariciei um pedaço do casco, pensando, comovida, que tinha feito parte do palácio flutuante… e fiquei surpreendida por conseguir sentir as fragrâncias, contidas nuns pequenos frasquinhos de perfume, ao fim de 97 anos… Extraordinário!

A história do Titanic, desde a concepção até ao seu funesto final, assim como frases e biografias de alguns passageiros, apresentados ao longo da exposição, são, de facto episódios importantes que devem ser contados. No que me diz respeito, não me transmitiram nada de novo… minto, existia uma falha imperdoável nos meus conhecimentos sobre o Titanic, obtidos ao longo do tempo… a existência de três portugueses (madeirenses) na lista original de passageiros de 3ª classe que terão morrido no naufrágio…
Enfim, a minha opinião final define a exposição como interessante mas não espectacular…
O “meu eu” sobrevivente… salva-vidas n.º 6, mulher, determinada e decidida.
Talvez tenha sido a determinação dela que me fez ir até ao Espaço Rossio, decidida a ver a exposição a qualquer preço…

The Unsinkable “Molly” Brown

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