sexta-feira, 22 de julho de 2011

Message in a bottle (56)

Subscrevo na íntegra este texto divinal!

Um bom chef de família (Cidalidias in NS)

Se há coisa que me entusiasma é imaginar que um dia vou ter um homem a cozinhar para mim. Não é o sonho de muitas mulheres?
Um homem que pensa a cozinha, que faz jantares e almoços, é um afrodisíaco muito potente na minha cabeça. Imaginá-lo a pensar que ingredientes vai comprar, que vira a alcatra ou a perdiz com a espátula na frigideira, dá comigo em doida.
Há aquelas mulheres que se deliciam a ver um atleta desnudado com seus bíceps em evidência (sonhando cheirar a roupa interior suada deles) e há depois as mulheres como eu, que se babam a ver um homem na cozinha, querendo chafurdar no seu avental.
Fui almoçar com um homem desses. E fiquei a salivar. Gosto dos amigos com quem falo essencialmente de comida.
Acho até que quem não serve para comer não serve para procriar. E quando me junto à mesa com eles, os nossos olhos brilham com a descoberta de novos restaurantes, um prato mais arrojado, um ingrediente que se comprou no supermercado do Martim Moniz.
Por muito que isto possa soar a cliché, para mim continua a trazer-me água à boca. Agora juntem a um destes gourrmets o dom de cozinhar! Já ninguém me tira da mesa...
Imaginem-me (se quiserem ser generosos comigo), arranjar um namorado chef (o que eu gostaria de lhe chamar chefe em todas as circunstâncias).
A ideia de ele fazer de mim cobaia dos seus preparados, já me desconcentra. Estar em casa a escrever as minhas coisas e ele vir ter comigo de colher de pau em riste, dar-me a provar a iguaria... Meu Deus, seria o fim do mundo!
Quem serão as mulheres (homens?) que conquistam estes homens? Se um homem se conquista pela boca, então estes já naturalmente prendados (e a dispensar estes atributos da cara-metade) serão seduzidos pelo quê? (Gostava tanto de pensar que seria por textos apicantados...)
Quando no outro dia fui ao restaurante onde havia um menu a sugerir, ponha-se nas mãos do chef, eu (apesar de estar acompanhada), fechei os olhos e deixei a minha imaginação voar...
Quase que poderia ter reproduzido o orgasmo que Sally fingiu ter à mesa com Harry (mas o meu seria verdadeiro).
Durante a refeição, eu ia lançando alguns olhares pecaminosos sobre o dito chef que, infelizmente (mas mostrando ser um excelente profissional), só tinha olhos para a carne que trabalhava com afinco... Pôr-me nas mãos do chef era, como já perceberam, tudo o que queria. Nem que tivesse de ir a Fátima a pé todas as semanas, para abater as calorias...
E já no fim destas linhas vem-me à cabeça algo ainda mais sedutor - e depois de uma boa dose de sexo (meias doses não dá) o que prepararão estes homens para a sua amante! Amada? Ou seja, ainda suados e cansados, levantam-se, vão à cozinha e voltam de bandeja na mão? E ficam a ver a amada a deliciar-se com o seu outro dom?Ou será que Deus, repartindo os dons pelos homens, tirou a estes o dom da alcova?
Uma mulher que leve um destes é mulher feliz que anda de sorriso permanente. Eu vou querer saber quem são as mulheres destes homens e o que tiveram de fazer para os conquistar.
E pressentindo que o meu bolo de chocolate será ineficaz com eles, vou então à loja das meias e das ligas. Fantasio que o chef é homem para me meter a faca na liga...

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