Acreditem ou não, nunca tinha visto “Doctor Zhivago” (1965) do princípio ao fim. Por casualidade, no sábado, dia 16, estava anunciado para as 22h 40m na RTP2. Embora o filme seja uma looonnnga-metragem, o horário pareceu-me decente, aliado à vantajosa ausência de intervalos neste canal. Mantive-me, heroicamente, até às duas da matina, mas confesso que passei pela fase cabecear por volta da uma da manhã.
Não me lembro qual era, na época, a décalage entre as estreias nos EUA e Portugal, mas quando o filme estreou cá, certamente depois de 1965, eu era uma garotinha. Ainda assim, recordo-me do falatório e entusiasmo que houve à volta do trio romântico, Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin e nunca esqueci a banda sonora, melhor dizendo, o magnífico “Lara’s Theme”. Planeei ver o filme assim que a idade o permitisse… (foi até hoje… talvez fosse interdito a menores de 50 anos, ahahah).
“Doctor Zhivago” foi tão maltratado pelos críticos que o realizador David Lean chegou a equacionar abandonar a carreira cinematográfica, mas a manifesta aceitação do público deitou por terra as palavras ácidas dos críticos e, até hoje, o filme é inesquecível. Passado entre 1917 e 1918, tendo por pano de fundo a revolução russa e a primeira guerra mundial, o filme tece críticas tanto ao czarismo como ao ideário comunista e mostra como os acontecimentos históricos e sociais podem ser decisivos na vida de cada um dos personagens. Um final trágico que lhe assenta que nem uma luva…
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