sábado, 23 de julho de 2011

Eu e os clássicos

Comecei por ver a segunda adaptação ao cinema do romance de Nabukov, “Lolita”. Filmado por Adrian Lyne em 1997, conta com a participação de Jeremy Irons, Dominique Swain, Melanie Griffith e Frank Langella nos papéis principais. Escolhi esta adaptação depois de ter sido classificada pelo filho adolescente de David Gilmour (livro Clube de Cinema) e por ele próprio como uma obra-prima. Lamento discordar. Na minha perspectiva, depois de duas horas e um quarto de filme, que eu vi bocejando, vou pô-lo na lista dos filmes “peixe-espada”, chatos e compridos… Comprova-se, mais uma vez, que a veneração dos críticos por uma obra não actua em mim como uma verdade absoluta que não deve ser contrariada. Talvez a adaptação feita por Stanley Kubrick, em 1962, seja menos enfadonha e realce mais as personagens sem recorrer a cenas amorosas repetidamente enfastiantes. A ver num futuro próximo.

Acreditem ou não, nunca tinha visto “Doctor Zhivago” (1965) do princípio ao fim. Por casualidade, no sábado, dia 16, estava anunciado para as 22h 40m na RTP2. Embora o filme seja uma looonnnga-metragem, o horário pareceu-me decente, aliado à vantajosa ausência de intervalos neste canal. Mantive-me, heroicamente, até às duas da matina, mas confesso que passei pela fase cabecear por volta da uma da manhã.
Não me lembro qual era, na época, a décalage entre as estreias nos EUA e Portugal, mas quando o filme estreou cá, certamente depois de 1965, eu era uma garotinha. Ainda assim, recordo-me do falatório e entusiasmo que houve à volta do trio romântico, Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin e nunca esqueci a banda sonora, melhor dizendo, o magnífico “Lara’s Theme”. Planeei ver o filme assim que a idade o permitisse… (foi até hoje… talvez fosse interdito a menores de 50 anos, ahahah).

“Doctor Zhivago” foi tão maltratado pelos críticos que o realizador David Lean chegou a equacionar abandonar a carreira cinematográfica, mas a manifesta aceitação do público deitou por terra as palavras ácidas dos críticos e, até hoje, o filme é inesquecível. Passado entre 1917 e 1918, tendo por pano de fundo a revolução russa e a primeira guerra mundial, o filme tece críticas tanto ao czarismo como ao ideário comunista e mostra como os acontecimentos históricos e sociais podem ser decisivos na vida de cada um dos personagens. Um final trágico que lhe assenta que nem uma luva…

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