Colombo, meio-dia! Cheguei com um estado de espírito mais ou menos tragável. O centro comercial já estava cheio de gente! Tinha os meus objectivos delineados para não perder o meu precioso tempo a deambular à toa pelo centro comercial. Passei pela Worten, Bertrand, Nespresso (sim, já há loja no Colombo…), Timberland, Stradivarius, fumei um cigarrito e fui comer uma bucha.
Colombo, duas da tarde! A minha boa disposição inicial já tinha começado a retirar-se para outras paragens, pois saí da Bertrand sem um único livro da lista comprado… Procurei sem encontrar e quando perguntei não havia um único exemplar disponível, dos que faziam parte do meu rol. Fiquei logo possessa! Não sei explicar a razão, mas as livrarias nos centros comerciais, mesmo as conceituadas, só têm os “últimos gritos da moda” e os livros que constavam na minha lista não eram “novidades”. Parece que o Natal vem agravar a situação porque a maioria das pessoas que compram livros para oferecer têm tendência a comprar o que está no top… e tudo o resto é banido para segundo e terceiro planos. Uma rapariga perguntava por “Sarrasine” de Honoré de Balzac! Deves estar com uma sorte, pensei eu. Com tantas “novidades” é preciso querer livros de autores que já não escrevem mais…
Depois da bucha, e já sem qualquer entusiasmo, voltei ao trajecto antecipadamente estudado. Ericeira, Billabong, Springfield, Fnac, Pull e Zara. As decepções foram-se sucedendo. As duas primeiras esticam-se à brava nos preços e nem sempre encontro justificação para isso. Springfield, Pull e Zara têm a roupa praticamente toda igual, padronizada, sem nada que as distinga umas das outras. Entrei na Fnac completamente envinagrada e foi com muitos amargos de boca e uma “crise de bílis” que de lá saí. Embora não fizesse parte do meu itinerário, fui à Sephora. Nesta altura, o meu estado de espírito estava intragável!... Fui atendida, e mal informada, por “rapariguinhas do shopping petulantes”, todas vestidas de igual e “nos lábios um bom batom” vermelho (julgo que faria parte do uniforme). Juntando a isso os risinhos parvos e as conversas ocas, lembraram-me a tontinha da Barbie… Dizer que eu estava passada dos carretos é pouco. Era urgente sair rapidamente do Colombo, antes que a minha irracionalidade começasse a dar nas vistas. Apanhei um táxi. O taxista optou por um percurso onde imperam os semáforos e o trânsito, mas estava longe de imaginar que transportava dentro do carro uma “bomba relógio”. Tanto o taxista como o taxímetro, um gatuno legítimo, começaram a irritar-me. Aproveitei a paragem no semáforo e num impulso, pouco comum em mim, paguei a quantia indicada e bazei, deixando o taxista entregue ao tráfego caótico, ou seja, preso na sua própria armadilha. Sem qualquer tipo de remorsos, mas à beira de um ataque de nervos, cheguei a casa. Agradeço à Nespresso por ter salvo o dia. Atendimento personalizado com profissionais competentes. A organização é sempre cinco estrelas, nem parece que estamos em Portugal. Um luxo!...
sábado, 11 de dezembro de 2010
Um dia de cão
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