segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Carta

É frequente ouvir dizer que no creo en brujas, pero que las hay, las hay. Seguindo este raciocínio tenho boas razões para pensar que mesmo não acreditando no Pai Natal, ele existe… Pensei escrever-lhe uma carta.

Querido Pai Natal

Não te vou agradecer o “presente” do ano passado. Julgo que não merecia uma “prenda” tão trágica, mas a vida é assim, nunca temos aquilo que mais desejamos e eu desejei muito as melhoras do meu pai. Não fui atendida…
Este ano, não quero árvore de Natal, nem enfeites, nem luzes. Este ano, não quero presépio. Este ano, não quero rabanadas, nem coscorões, nem filhós, nem sonhos, nem azevias, nem broas, nem bolo-rei. Este ano, não quero ouvir canções natalícias. Este ano, não quero prendas. Este ano, não quero consoada.
Pai Natal, o que eu quero mesmo é retroceder exactamente um ano, a este mesmo dia, e poder reparar os erros. Pai Natal, o que eu quero mesmo é retroceder exactamente um ano, a este mesmo dia, e ver o meu pai, ouvi-lo, tocar-lhe, rir com ele, abraçá-lo e dizer-lhe que o adoro.
O tempo passou veloz, a dor suavizou, a raiva enfraqueceu, mas a saudade não passa nunca… Uma parte feliz do meu passado desapareceu…
Pai Natal, o que eu quero mesmo é retroceder exactamente um ano, a este mesmo dia…e, se possível, fazer parar o tempo… Leva-me no teu trenó. Fico a aguardar...

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