segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Livros e Mar: eis o meu elemento! (16)

Comecei a lê-lo hoje, numa curta viagem de comboio, e acabei-o na minha hora de almoço.
Ao contrário do tamanho das letras, o livro não é grande, mas entusiasmou-me logo a partir do primeiro parágrafo.
Disse-me, quem leu, que era um livro intimista e é verdade. Deu-me a conhecer uma nova faceta do autor que, escrevendo na primeira pessoa, se revela emocional, afectivo, nostálgico e amargurado. Neste livro é perceptível a importância de uma pessoa, não quando estamos com ela, mas quando sentimos a sua falta…
Esta viagem sem regresso cativou-me pela forma admirável como está escrita e comoveu-me, não fosse eu uma eterna apaixonada e sonhadora…
Esta viagem sem regresso durou, sensivelmente, seis semanas, mas como dizia Fernando Pessoa, o valor das coisas não está no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.


Há viagens sem regresso nem repetição. Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar. Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-te, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela idade, com aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste exposta, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma.

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