segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

No escurinho do cinema…

…chupando drops de anis, longe de qualquer problema, perto de um final feliz. Assim começa Flagra, a canção de Rita Lee.
Dispenso os drops de anis, prescindo de finais felizes e, em alguns casos, troco a sala de cinema pelo animatógrafo familiar…

Depois de tomar conhecimento de que o filme “Contraluz”, do realizador português Fernando Fragata, tinha sido galardoado com o prémio na categoria de melhor drama no Festival Internacional da Costa Rica fiquei com curiosidade em vê-lo. Rodado integralmente nos Estados Unidos, conta com um elenco de actores portugueses e americanos e conta-nos como a vida de um conjunto de pessoas, estranhas umas às outras, acaba casualmente por se cruzar devido a penosos acontecimentos pessoais que mudam as suas vidas. Joaquim de Almeida como um dos protagonistas é completamente irrelevante… Não sendo um filme notável, gostei!

contraluz
O que posso dizer do “Planeta dos Macacos: A origem”? Que a tecnologia que criou a personagem Gollum em “O Senhor dos Anéis” foi também usada para criar os símios digitais. Que se para algumas pessoas o efeito é magnífico, para mim não é assim tão extraordinário (shame on me!... deve ser falta de sensibilidade tecnológica…). Que Andy Serkis (como Gollum e mais tarde como Capitão Haddock) foi escolhido para dar corpo e vida ao macaco Caesar.
O filme tocou-me, sobretudo, pela mensagem crítica sobre as leis que regem as pesquisas médicas com animais e ficamos por aqui…

planet-of-the-apes

Entre o filme “A Árvore da Vida”, de Terrence Mallick, e o filme “Melancolia”, de Lars Von Trier, venha o diabo e escolha… Neste último, um planeta gigante que dá pelo nome de Melancholia, desconhecido até à data por estar oculto pelo Sol, aproxima-se tragicamente da Terra. A sequência inicial do filme, ao som de “Tristão e Isolda” (grandioso…), só pode ser fruto de um qualquer entorpecimento induzido por álcool ou drogas…fogo! A primeira parte do filme não anda, arrasta-se, é de um marasmo assustador… O casamento de Justine (Kirsten Dunst assombrosa no papel…) decorre num clima de falsa e efémera felicidade, a noiva luta para ser feliz, mas entra num estado de instabilidade emocional e melancolia. A segunda parte rasteja, é solenemente enfadonha… O centro das atenções passa a ser a irmã da noiva, Claire, que vive completamente mortificada pela ameaça iminente da catástrofe. Se no início, Claire era o apoio de Justine, quando a tragédia está prestes a desabar é Justine, que nada tem a perder com o fim do mundo, que lhe transmite uma calma de morte...

MelancoliaEleito melhor filme de 2011 pela Sociedade de Críticos de Cinema, nos EUA, e melhor filme de 2011 pela Academia Europeia de Cinema, um bando de iluminados dos quais, evidentemente, não faço parte porque me falta sensibilidade cinematográfica. Segundo a crítica “Melancolia” é uma pérola, na minha questionável opinião é um tesourinho deprimente, uma dor, uma angústia sem fim, uma pedrada de 140 minutos…

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