sexta-feira, 23 de abril de 2010

Miúdos Graúdos...

... ou Gente pequena, Grandes exemplos...

O hábito de ler dá-nos elasticidade mental, apela à nossa imaginação e enriquece o nosso vocabulário. Ler é importante para fazer com que as crianças se tornem criativas, e uma óptima maneira de armazenar conhecimentos.
É através da escrita que conseguimos, muitas vezes, detectar se uma criança tem ou não hábitos de leitura.
Não quis deixar de partilhar um texto da minha sobrinha C, com 9 anos e a frequentar o 4º ano de escolaridade. Na escola e sem ajuda, foi pedido um texto onde teria que contar uma história, dando um nome a um homem, a um animal e a um objecto.


Faço aqui a transcrição do texto:

O banco “Velho”

Era uma vez um jardim em Nova Iorque que se chamava o jardim da estátua da Liberdade.
Aquele jardim era muito bonito, para além de ter exposições de pessoas muito importantes e de ser bonito de se ver e de estar, acabava por ser calmo.
Nesse jardim havia um banco castanho, velho. Ele já existia desde a 2ª Guerra Mundial entre a América e os Nazis.
Nesse tempo, nesse banco sentavam-se as mães e as filhas que perdiam os pais ou os maridos.
O banco era muito velho, quase já não se aguentava em pé, estava rugoso, mas não era por isso que as pessoas se deixavam de sentar naquele banco, pelo contrário até lhe chamavam o “Velho”. Os namorados, as amigas, os turistas, enfim…toda a gente se sentava aí.
Um homem chamado Miguel, com 45 anos, de cabelo loiro e de olhos verdes como as algas do mar, também costumava sentar-se no banco mas havia um problema, era que pesava 150 kg.
Ele tinha um cão chamado Bolinhas era castanho, muito fofinho e muito giro.
Um dia, Miguel estava a passear com o cão e foi ao jardim da estátua da Liberdade.
Como já estava cansado sentou-se no banco.
Mal se sentou o banco caiu no chão.
Miguel ficou envergonhado porque toda a gente ficou a olhar para ele.
Dias depois, resolveram fazer uma estátua num museu e puseram o banco mais velho do Universo.
Ficou na história.


Quantos, na instrução primária, fizeram um texto semelhante, com este conjunto de conhecimentos?
Estou em crer que nenhum de nós tinha esta "bagagem"...
Aqui está uma prova de que as crianças que lêem mais, escrevem melhor.
E quanto mais elas escreverem, melhor se torna a sua escrita…
Ponham os olhos na minha sobrinha C! Felizmente, ainda há miúdos assim…

4 comentários:

oap disse...

Quando vi o texto da tua sobrinha C, minha filha, como deves calcular, fiquei muito orgulhosa. Não só pela capacidade dela em escrever, em estruturar bem as frases, mas também por mostrar uma grande sensibilidade.
Os conhecimentos demonstrados resultam não só do seu gosto pela leitura, (sai ao pai!!!), mas também do interesse dela em ouvir notícias e fazer perguntas sobre história.
Devo dizer que me tenho preocupado bastante em passar certos ensinamentos à C., e devo dizer que me tenho inspirado noutra mãe, que tem feito um trabalho marilhoso com as filhas, que és tu!!! Por isso muito te tenho que agradecer, pela inspiração que me tens dado, como pelo trabalho magnífico que tens feito e continuas a fazer. Por isso, hoje véspera de dia mãe, tenho que te desejar um grande dia!!!

Pezinhos na Areia disse...

Claro que a educação e os valores morais também fazem parte do engrandecimento das crianças. Como diz o velho ditado "de pequenino se torce o pepino", ou seja, é desde tenra idade que o nosso carácter se começa a formar e os pais têm que estar atentos para que haja um bom desenvolvimento a nível sociocultural e emocional dos filhos.
Parabéns pelo vosso "trabalho".

Estava longe de imaginar que um merecido elogio à minha sobrinha C., tivesse como consequência o enaltecer das minhas particularidades maternas…
Se a C., depois de ler o post "engordou uns quilitos" por se sentir aplaudida, o que direi eu, depois desta tua exposição a gabar-me? Nem caibo em mim, as roupas ficaram super apertadas e estou com alguma dificuldade em passar nas portas…
Na verdade, fiquei sem palavras e, em véspera de mais um dia da mãe, agradeço muito esta “prenda” antecipada!...

Um abraço

Anónimo disse...

Depois de ler este texto da C. só tenho a dizer "Pirosa és tu!"

Pezinhos na Areia disse...

Ó "anónimo" Z.C....
Sou pirosa, foleira, tímida de espírito e com uma vergonhosa falta de visão...afinal de contas a Floribela era uma fonte de conhecimentos e inspiração!
Fiz mal em não ter visto...

Imagina a C. com os seus óculos, ar intelectual, de Gin tónico na mão e a fumar charuto!...
Tenho que tomar cuidado com a concorrência, ui, ui...