A Questão Finkler, magistralmente escrito por Howard Jacobson e vencedor do Man Booker Prize 2010, é de um humor sublime, que nos faz pensar e sorrir. A questão judaica vista e avaliada por Julian Treslove, que não sendo judeu gostaria de o ser e pelo olhar do seu amigo de longa data que é judeu, mas abomina os judeus. Assuntos importantes e questões pertinentes esmiuçados de uma forma divertida. Um romance que não nos dá tréguas, que não conseguimos parar de ler, brilhante.
Julian Treslove está em plena crise de identidade. Ele não tem uma opinião muito concreta sobre a circuncisão, o conflito entre Israel e a Palestina, ou os monumentos ao Holocausto - na verdade, sobre todo e qualquer aspeto da cultura judaica dos nossos dias. Mas o verdadeiro problema com a identidade de Julian é não ser judeu - não que esse pormenor o impeça de viver obcecado com o judaísmo.
No início do livro Julian, de 49 anos, acaba de sair de um jantar com o seu colega dos tempos de escola Sam Finkler e do antigo professor de ambos, Libor Sevcik. Sam e Libor, ambos judeus, perderam recentemente as suas esposas. O passado de Julian com as mulheres é um pouco diferente: nunca se casou e tem dois filhos adultos que sempre ignorou. No meio dos seus devaneios, enquanto regressa a casa, acaba por ser assaltado por uma mulher que, ao partir, lhe chama Judeu - ou pelo menos foi isso que lhe pareceu ouvir. A partir desse momento, o seu sentido de identidade começará a transformar-se radicalmente...
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