quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Calçada Portuguesa

A calçada portuguesa, tal como o nome sugere, é típica de Portugal e muito utilizada no calcetamento urbano. As pedras utilizadas são irregulares, de basalto e calcário, podendo ou não formar padrões decorativos, tradicionalmente a preto e branco.

Sem dúvida que a calçada portuguesa é bonita e possui a vantagem de permitir que a água das chuvas se infiltre no solo, mas ficamos por aqui no que diz respeito aos aspectos positivos deste tipo de pavimento. Como não há bela sem senão, a calçadinha portuguesa torna-se numa verdadeira armadilha para os idosos e para quem tem que se deslocar de canadianas, principalmente quando o piso está molhado. Compreendo que a calçada portuguesa é única, nos diferencia dos outros países e é uma tradição antiga, mas, do meu ponto de vista, parece-me que a segurança dos cidadãos deveria ser essencial e sobrepor-se à beleza e aos costumes. Os passeios, devido à falta de conservação, apresentam-se, na sua maioria, desnivelados e esburacados, formando-se imensas poças de água quando chove. As pedras gastam-se com facilidade e muitas delas encontram-se já muito polidas, tornando-se perigosas particularmente quando o piso está molhado. Basta um passo em falso e é queda certa. Basta apoiar mal as canadianas e vump! Estamos estatelados no chão!... Só quem nunca teve que se movimentar de canadianas neste piso, poderá colocar a estética à frente da comodidade e da segurança. Experimentem andar ao pé-coxinho com duas canadianas em piso escorregadio! Até faz chorar as pedras da calçada! Lamentavelmente, escrevo com conhecimentos profundos de causa, pois fui obrigada, há uns anos, a contornar algumas dificuldades em consequência do maravilhoso calcetamento nacional…
Existem vários tipos de pavimento de fácil assentamento e manutenção, resistentes, permeáveis e antiderrapantes, que poderiam substituir harmoniosamente as nossas brancas pedras dos passeios.

Como já devem ter imaginado, não sou uma defensora fervorosa da calçada portuguesa. A mim não me faz falta nenhuma, embora, com alguma benevolência, lhe dê a oportunidade de ser preservada nas zonas mais conhecidas e turísticas.

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