Tudo a trabalhar até aos 100 anos: vamos pôr os idosos a dar o litro
(por Tiago Mesquita, Jornal Expresso)
Bruxelas quer mudar a idade de reforma para os 70 anos. Mas deviam ir mais longe. Até aos 100 pelo menos. Pôr a malta reformada e pensionista a fazer alguma coisinha útil.
Passam todo o dia sem fazer nenhum. Coçam-se. Os idosos e não a malta de Bruxelas entenda-se. Estes últimos fartam-se de trabalhar. Uns mouros. Já os primeiros ou estão sentados ou estão deitados. A fazer lembrar o menino Jesus nas palhinhas deitado que Herman José tão bem retratou. Vêem a Fátima Lopes e o Preço certo em euros. Riem quando o alpinista sobe e se "esbardalha" montanha abaixo ou quando o "Gordo" manda um piropo à Lenka da montra de prémios. Está a tarde ganha. Venha a sopinha de nabiças que o Malato é já a seguir.
Os senhores da Europa precisam de todos a trabalhar. Como se sabe a taxa de desemprego jovem é praticamente zero na zona Euro (desculpem mas tive de parar para me rir). Porque é que alguns apenas por terem umas rugas a mais e não se conseguirem deslocar podem ficar alapados ao sofá ortopédico? Toca a mudar a rota do GPS no andarilho. Em vez de irem para o parque jogar à bisca lambida e falar do preço dos medicamentos que tal ajudar a Economia europeia que bem precisa?
"Ah e tal mas eu passei toda a minha vida a cavar batatas, estou cansado". E então? Ninguém mais especializado do que o senhor, um jovem de 87 anos para ir empacotá-las para uma fábrica. "E eu passei 65 anos a costurar, tenho as minhas mãos todas desgraçadinhas". Então e quem melhor do que a senhora para ir trabalhar para uma fábrica de calçado, a coser botas com uma máquina Industrial? Tem as aptidões. "Mas eu já não me consigo mexer, estou entrevadinha". Não faz mal, não é preciso, aquilo mexe-se sozinho. Tem uns botõezinhos e tudo. Ponha os olhos no Senhor Manoel de Oliveira. Aos 150 anos de idade ainda vais estar a filmar o `Aniki bóbó 3´ - O bóbó final.
Portugal é um país envelhecido. A taxa de natalidade tem diminuído drasticamente. Junta-se a crise, falta de poder de compra e o desemprego a rondar os 11%. E este génios da Europa o que pretendem fazer? Uma política que vise criar soluções de emprego? Verdadeiros incentivos aos jovens? Não. Pôr as pessoas a trabalhar até caírem para o lado. Elimina-se a fase em que só dão despesas de saúde. Da fábrica, empresa, ou serviço público directamente para o cemitério. Os pensionistas e reformados passam a ser trabalhadores. As pensões e reformas deixam de ser um peso e passam a designar-se vencimento. Isto sim é combater o desemprego. Quanto aos jovens desempregados eles que tenham calminha que ainda vão ter muitas décadas para trabalhar. Se começarem aos 50 a estagiar ainda têm 50 pela frente para contribuir.
Porque não transformar os lares de idosos em empresas cotadas na bolsa? Ficávamos com a PT para os "boys" e os Centros geriátricos para os "oldies". Vale tudo nesta Santa Europa. Se isto continuar assim ainda vamos ter o coveiro a enterrar-se a ele próprio.
(por Tiago Mesquita, Jornal Expresso)
Bruxelas quer mudar a idade de reforma para os 70 anos. Mas deviam ir mais longe. Até aos 100 pelo menos. Pôr a malta reformada e pensionista a fazer alguma coisinha útil.
Passam todo o dia sem fazer nenhum. Coçam-se. Os idosos e não a malta de Bruxelas entenda-se. Estes últimos fartam-se de trabalhar. Uns mouros. Já os primeiros ou estão sentados ou estão deitados. A fazer lembrar o menino Jesus nas palhinhas deitado que Herman José tão bem retratou. Vêem a Fátima Lopes e o Preço certo em euros. Riem quando o alpinista sobe e se "esbardalha" montanha abaixo ou quando o "Gordo" manda um piropo à Lenka da montra de prémios. Está a tarde ganha. Venha a sopinha de nabiças que o Malato é já a seguir.
Os senhores da Europa precisam de todos a trabalhar. Como se sabe a taxa de desemprego jovem é praticamente zero na zona Euro (desculpem mas tive de parar para me rir). Porque é que alguns apenas por terem umas rugas a mais e não se conseguirem deslocar podem ficar alapados ao sofá ortopédico? Toca a mudar a rota do GPS no andarilho. Em vez de irem para o parque jogar à bisca lambida e falar do preço dos medicamentos que tal ajudar a Economia europeia que bem precisa?
"Ah e tal mas eu passei toda a minha vida a cavar batatas, estou cansado". E então? Ninguém mais especializado do que o senhor, um jovem de 87 anos para ir empacotá-las para uma fábrica. "E eu passei 65 anos a costurar, tenho as minhas mãos todas desgraçadinhas". Então e quem melhor do que a senhora para ir trabalhar para uma fábrica de calçado, a coser botas com uma máquina Industrial? Tem as aptidões. "Mas eu já não me consigo mexer, estou entrevadinha". Não faz mal, não é preciso, aquilo mexe-se sozinho. Tem uns botõezinhos e tudo. Ponha os olhos no Senhor Manoel de Oliveira. Aos 150 anos de idade ainda vais estar a filmar o `Aniki bóbó 3´ - O bóbó final.
Portugal é um país envelhecido. A taxa de natalidade tem diminuído drasticamente. Junta-se a crise, falta de poder de compra e o desemprego a rondar os 11%. E este génios da Europa o que pretendem fazer? Uma política que vise criar soluções de emprego? Verdadeiros incentivos aos jovens? Não. Pôr as pessoas a trabalhar até caírem para o lado. Elimina-se a fase em que só dão despesas de saúde. Da fábrica, empresa, ou serviço público directamente para o cemitério. Os pensionistas e reformados passam a ser trabalhadores. As pensões e reformas deixam de ser um peso e passam a designar-se vencimento. Isto sim é combater o desemprego. Quanto aos jovens desempregados eles que tenham calminha que ainda vão ter muitas décadas para trabalhar. Se começarem aos 50 a estagiar ainda têm 50 pela frente para contribuir.
Porque não transformar os lares de idosos em empresas cotadas na bolsa? Ficávamos com a PT para os "boys" e os Centros geriátricos para os "oldies". Vale tudo nesta Santa Europa. Se isto continuar assim ainda vamos ter o coveiro a enterrar-se a ele próprio.
2 comentários:
estou a adorar ler este blog, parabéns pela forma como escreve e sobre o que escreve!
Ana, agradeço muito as suas palavras, mas o meu blog é mais um no meio dos milhares de blogs de banalidades...
Comecei a escrever aceitando um desafio das minhas filhas e para tentar sair um pouco da rotina diária. Fiquei viciada!...
Escrevo como se estivesse a fazer um arquivo, para mais tarde recordar. As minhas grandes "paixões", além das minhas "ricas filhas", são os livros, os meus gatos e o mar...
Assim que tiver oportunidade, envio-lhe um e-mail. Percebi que se interessa por miniaturas e estive a admirar as preciosidades que tem. Verdadeiramente divinais!
Um abraço
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