Não resisto a postar mais um texto do blogue "100 Reféns" (Tiago Mesquita, jornal Expresso)
Deliciosamente sarcástico...
Faça praia no Estoril e leve um tiro na rótula como recordação.
Vá para fora cá dentro. Faça férias em Portugal. Vá para a praia de fato-de-banho no seu automóvel e saia de lá nu numa ambulância. Com direito a visita guiada ao novo hospital de Cascais. Espectacular.
Não sei por que razão a GNR continua a enviar tropas especiais para os palcos de Guerra do outro lado do mundo se pode enviá-las para a Praia do Tamariz ali no Estoril. Fica mais perto, gasta-se menos e a probabilidade de terem que intervir é muito maior. O ambiente é igualmente hostil. Não fica nada atrás de uma Cisjordânia, Iraque ou Afeganistão. Nos intervalos os agentes podem jogar uma máquina no Casino, dar um mergulho ou uma voltinha de gaivota. Ou ainda passear numa daquelas bananas puxadas pelo barco do banheiro.
Quando eu era miúdo brincava-se com baldes, pás e ancinhos. Jogava-se ao prego. Mas as brincadeiras de praia mudaram. Agora brinca-se com facas, revolveres 9mm, dão-se tiros nas pernas das pessoas e facadas no bucho. Portanto, é muito mais agradável. Antigamente havia lutas de areia na praia. Hoje em dia há lutas de gangs.
O banheiro era na altura a pessoa encarregue de fazer a segurança na praia. Agora é a brigada de intervenção da PSP. E desconfio que haja alguns membros dos GOE, atiradores especiais e agentes à paisana a patrulharem as praias. Vi no outro dia um senhor pendurado num colchão de água com cara de quem me partia o pescoço com um puxão de orelhas.
Hoje em dia o Instituto de Socorros a Náufragos aconselha as pessoas a usarem sempre protector, estarem abrigadas às horas de maior exposição solar e sobretudo a não esquecerem de levar para a praia o colete à prova de balas e um par de matracas. E sempre que possível, alugar um toldo ou palhota com vidros à prova de bala, pelo menos nas praias da Linha Cascais/Estoril. O vendedor de bolas de Berlim da praia do Tamariz já anda com um destes coletes vestido e sempe armado. Isto porque houve uma situação com um grupo de jovens que queriam à força uma bola com farofa. O senhor só tinha com creme ou sem creme. Espetaram-lhe um Corneto de chocolate no abdómen e arrancaram-lhe uma orelha à dentada.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, tem pedido aos portugueses para fazerem férias em Portugal. Um incentivo à Economia. E eu estou de acordo com ele. Acho até que ele devia passar quinze dias na praia do Tamariz. Vinha de comboio desde Belém. Fazia a linha toda. Mas sem seguranças. Falava com o povo. Apreciava as vistas. E com um bocado de sorte quando chegasse ali a Algés já ia só em cuecas e sem a Maria.
Sabe sempre bem ir comprar um gelado ao café e levar dois tiros numa rótula. Faz sentido. Come-se o gelado e fica-se com uma "perna de pau". Até já há quem diga "olhe, queria um perna de pau mas só meia perna porque ainda tenho uma bala do ano passado alojada no tornozelo". Um jovem pediu um Magnum e levou logo com uma rajada de G3 no tórax. E há quem tenha ficado com as ruflles de presunto espalhadas na calçada porque levou com uma bala perdida em cheio no pacote".
E depois uma pessoa vai-se queixar às autoridades: "Senhor agente a minha filha estava ali a fazer um castelo de areia e fizeram-lhe mal". "Ó meu amigo aqui ninguém faz mal a ninguém. Isto é tudo gente boa." "Ó senhor agente mas a pequena levou sete `catanadas´ nas costas e está toda rasgadinha". "Sete? Muito bem. Isso realmente deve ter incomodado a miúda. Deixe-nos só acabar os caracóis e as imperiais e já vamos tomar conta da ocorrência".
Deliciosamente sarcástico...
Faça praia no Estoril e leve um tiro na rótula como recordação.
Vá para fora cá dentro. Faça férias em Portugal. Vá para a praia de fato-de-banho no seu automóvel e saia de lá nu numa ambulância. Com direito a visita guiada ao novo hospital de Cascais. Espectacular.
Não sei por que razão a GNR continua a enviar tropas especiais para os palcos de Guerra do outro lado do mundo se pode enviá-las para a Praia do Tamariz ali no Estoril. Fica mais perto, gasta-se menos e a probabilidade de terem que intervir é muito maior. O ambiente é igualmente hostil. Não fica nada atrás de uma Cisjordânia, Iraque ou Afeganistão. Nos intervalos os agentes podem jogar uma máquina no Casino, dar um mergulho ou uma voltinha de gaivota. Ou ainda passear numa daquelas bananas puxadas pelo barco do banheiro.
Quando eu era miúdo brincava-se com baldes, pás e ancinhos. Jogava-se ao prego. Mas as brincadeiras de praia mudaram. Agora brinca-se com facas, revolveres 9mm, dão-se tiros nas pernas das pessoas e facadas no bucho. Portanto, é muito mais agradável. Antigamente havia lutas de areia na praia. Hoje em dia há lutas de gangs.
O banheiro era na altura a pessoa encarregue de fazer a segurança na praia. Agora é a brigada de intervenção da PSP. E desconfio que haja alguns membros dos GOE, atiradores especiais e agentes à paisana a patrulharem as praias. Vi no outro dia um senhor pendurado num colchão de água com cara de quem me partia o pescoço com um puxão de orelhas.
Hoje em dia o Instituto de Socorros a Náufragos aconselha as pessoas a usarem sempre protector, estarem abrigadas às horas de maior exposição solar e sobretudo a não esquecerem de levar para a praia o colete à prova de balas e um par de matracas. E sempre que possível, alugar um toldo ou palhota com vidros à prova de bala, pelo menos nas praias da Linha Cascais/Estoril. O vendedor de bolas de Berlim da praia do Tamariz já anda com um destes coletes vestido e sempe armado. Isto porque houve uma situação com um grupo de jovens que queriam à força uma bola com farofa. O senhor só tinha com creme ou sem creme. Espetaram-lhe um Corneto de chocolate no abdómen e arrancaram-lhe uma orelha à dentada.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, tem pedido aos portugueses para fazerem férias em Portugal. Um incentivo à Economia. E eu estou de acordo com ele. Acho até que ele devia passar quinze dias na praia do Tamariz. Vinha de comboio desde Belém. Fazia a linha toda. Mas sem seguranças. Falava com o povo. Apreciava as vistas. E com um bocado de sorte quando chegasse ali a Algés já ia só em cuecas e sem a Maria.
Sabe sempre bem ir comprar um gelado ao café e levar dois tiros numa rótula. Faz sentido. Come-se o gelado e fica-se com uma "perna de pau". Até já há quem diga "olhe, queria um perna de pau mas só meia perna porque ainda tenho uma bala do ano passado alojada no tornozelo". Um jovem pediu um Magnum e levou logo com uma rajada de G3 no tórax. E há quem tenha ficado com as ruflles de presunto espalhadas na calçada porque levou com uma bala perdida em cheio no pacote".
E depois uma pessoa vai-se queixar às autoridades: "Senhor agente a minha filha estava ali a fazer um castelo de areia e fizeram-lhe mal". "Ó meu amigo aqui ninguém faz mal a ninguém. Isto é tudo gente boa." "Ó senhor agente mas a pequena levou sete `catanadas´ nas costas e está toda rasgadinha". "Sete? Muito bem. Isso realmente deve ter incomodado a miúda. Deixe-nos só acabar os caracóis e as imperiais e já vamos tomar conta da ocorrência".
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