quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fahrenheit 451

Fahrenheit 451 é uma adaptação cinematográfica do romance homónimo de Ray Bradbury, dirigida por François Truffaut e, curiosamente, o seu primeiro filme em inglês.
Apesar de ser um filme dos anos 60, passa-se num futuro hipotético. Sabemo-lo através de um transporte inovador para a época, um monocarril, e, principalmente, porque num diálogo inicial ficamos a saber que as casas são à prova de fogo. Neste filme, a função dos bombeiros não é apagar fogos, mas sim queimar livros.
Nesta sociedade imaginária, os bombeiros eliminam todo o rasto de literatura que encontram porque os livros são considerados perigosos para a estabilidade social. O nome da corporação de bombeiros que se entrega a essa tarefa exclusiva é precisamente o título do filme e tem um significado especial: é a temperatura a que o papel dos livros incendeia e começa a queimar.
O filme mostra-nos uma sociedade totalitária que controla o acesso ao conhecimento e à informação, mantendo o povo na ignorância. A população vive alheada, depende da televisão e interage com ela de uma forma patética como se os apresentadores dos programas fossem da família. Bradbury explorou os efeitos que a televisão tem nas pessoas e como destrói o interesse pela leitura. O protagonista, Montag, um bombeiro da corporação, começa a questionar estes comportamentos e começa a esconder livros em casa e a lê-los, acabando por se insurgir e mudar totalmente o seu destino.

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Fahrenheit 451 continua atual e faz-nos pensar. Pensar que uma sociedade evoluída não é sinónimo de literacia, que é preciso combater a falta de conhecimentos e a ignorância, que, ao contrário do que nos é apresentado no filme, os livros têm muito a dizer, que não fazem as pessoas ficar descontentes, que as pessoas que lêem são felizes. Faz-nos pensar que sem livros, todo o conhecimento humano morreria, que os livros não serão ultrapassados pelas tecnologias.
É um filme que apela à leitura e à descoberta dos grandes livros, é um filme que me fez sentir privilegiada por viver numa sociedade livre em que ler não é proibido.
Destaco uma, das muitas frases memoráveis, quando Montag, já convertido, critica os discípulos da televisão:“Vocês não passam de zombies. Não vivem, apenas matam o tempo.”

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