quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Merveilleux…

O filme "A Gaiola Dourada", do luso-descendente Ruben Alves, protagonizado por Rita Blanco e Joaquim de Almeida, conta a história de um casal de emigrantes portugueses há trinta anos a trabalhar em Paris. Maria é a porteira de um edifício chique, sempre disponível e afeiçoada a todos os moradores. José, um trabalhador da construção civil, é igualmente imprescindível para o seu patrão. Este casal de imigrantes portugueses é querido por todos no bairro. Quando surge a oportunidade de concretizarem o sonho das suas vidas, voltar a Portugal, depois de José herdar uma casa e propriedades no Douro vinhateiro, não sabem como dar a notícia sem melindrar todas as pessoas que os rodeiam, mas a notícia espalha-se e familiares, amigos, vizinhos e empregadores lutam nos bastidores para encontrar maneiras de impedi-los de regressar ao seu país.

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Gostei muito, mesmo muito! O filme é uma comédia despretensiosa e talvez por essa razão tenha tido tanto sucesso. Uma comédia…dramática com detalhes muito bem conseguidos do dia-a-dia dos portugueses. Ri com gosto, mas algumas cenas emocionaram-me.
Embora não nos sejam apresentados como provincianos, continuam, ao fim de 30 anos, a ser subservientes porque se sentem numa situação social inferior. Mesmo os filhos, nascidos em França, carregam consigo o estigma de serem filhos de emigrantes, notando-se, em algumas cenas, a vergonha dos pais portugueses.
A cena mais forte do filme é o fado cantado por Catarina Wallenstein. Na minha opinião é o momento chave porque contém frases relevantes, como as pedras da rua pisadas por toda a gente ou esquecer as saudades que roem o meu coração. A informação mais importante e que resume os sentimentos dos emigrantes é referida nos dois últimos versos,
das mãos de Deus tudo aceito mas que eu morra em Portugal.A Quinta dos Malvedos, nas encostas do rio Douro, em Alijó, serviu de cenário para as últimas cenas do filme. E que cenário!
Uma família portuguesa com certeza… Bravo!

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