O título deste post dá a ideia de que me obriguei a fazer determinadas tarefas durante as férias, mas não é disso que se trata, principalmente porque as palavras férias e tarefas são, a meu ver, antagónicas. Estas duas palavras juntas não jogam, e eu não consigo associá-las sem ter um ataque de brotoeja…
Na verdade, os compromissos a que me refiro são agradáveis e relaxantes actividades que me dão um enorme prazer.
Já é do conhecimento de todos os que me visitam com alguma regularidade que sou membro do Postcrossing e existem duas razões óbvias e de peso que me levaram a fazer parte dessa comunidade, receber e enviar postais. É claro como água, embora o Postcrossing, ao contrário da água, nada tenha de incolor e insípido.
O conteúdo da minha caixa do correio, sensaborão e previsível, passou a ser uma caixinha de surpresas coloridas. É evidente que as contas para pagar, os extractos bancários e a publicidade não desapareceram, mas a verdade é que os postais vieram dar vida a uma caixa do correio agonizante e tristonha.
Recordo, com saudade, a satisfação que dantes sentia ao receber postais ilustrados no meu aniversário, na época natalícia e nas férias. Era uma sensação única… Passei a receber SMS e emails, mas essas mensagens não têm o fascínio de uma missiva manuscrita. Por cá, com a agitação que nos consome no dia-a-dia e a rendição sem luta às novas tecnologias da comunicação, fomos perdendo o hábito de enviar postais. Dado que julgo isto lamentável, e me agrada muito esta salutar correspondência, porque não recuperar a tradição e o tempo perdido?
Pois foi assim que, nestas férias, retomei o delicioso ritual e os postais ilustrados voltaram à vida, renascendo das cinzas qual fénix. Sem necessidade de eloquência, sem preocupações com a caligrafia, somente pelo prazer de escrever, mesmo que sejam apenas banalidades próprias das férias ou notícias meteorológicas e sazonais, troquei postais com família e amigos. E vocês, dependentes do rato e do teclado, há quanto tempo não escrevem um postal?
Infelizmente, não tenho fotografia dos postais que enviei, mas aqui fica uma dos postais que recebi. Magníficos…
O outro compromisso a que me dediquei deleitosamente foi à leitura e, nestas férias, regressei aos livros juvenis da minha adolescência, mais precisamente a livros de Enid Blyton. Reli e, apesar de os ver com outros olhos, de já não sentir o entusiasmo e a emoção de tempos idos, não me desiludiram. Por muito que o mundo gire e o tempo passe, Enid Blyton fará sempre parte de uma parte da minha vida, particularmente das minhas saudosas férias grandes.
Logo, pareceu-me apropriado relê-la no meu maior período de descanso. Sem sair da espreguiçadeira ou da toalha de praia, mesmo já não sendo criança, parti à aventura na ilha, partilhei o mistério de Rockingdown, viajei até à montanha secreta, passei momentos mágicos na casa da árvore oca, desembarquei na ilha Kirrin e convivi diariamente com a família da casa da esquina… Valeu a pena…
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