quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ter ou não ter, eis a questão!

Segundo a opinião de um psicólogo alemão, Christopher Moeller, não ter perfil no Facebook pode indicar problemas mentais (?). Moeller vai mais longe e afirma que não ter conta na rede social mais famosa do mundo pode anunciar um comportamento estranho, podendo mesmo ser um psicopata (???). Dá como exemplo uns gajos porreiraços… os assassinos, James Holmes, que matou 12 pessoas num cinema do Colorado, na estreia do “Batman”, e Anders Breivik que matou 77 pessoas na Noruega.
WTH? Não tenho perfil no Facebook e fui ver o “Batman”…será que sou uma potencial psicopata, tenho problemas mentais? (ok, alguns… mas de médico e louco todos nós temos um pouco…). Os espectadores que comigo partilharam a sala de cinema nem sabem a sorte que tiveram porque eu gostei do filme! Agora, imaginem que eu não tinha gramado… Desatava a disparar e era vê-los a caírem como tordos! Um psicopata no cinema é aterrador, aliás, um psicopata é aterrador em qualquer lugar! Julgo mesmo que deveriam obrigar a malta a revelar a senha do FB antes das sessões de cinema. E quem diz no cinema, diz num parque de campismo, num hipermercado, num estádio de futebol. Deveria ser uma exigência quando fazemos o check in nos aeroportos, um dos requisitos nas candidaturas ao ensino superior, indispensável no trabalho… porque a falta de partilha dos “importantes e valiosos conteúdos” pode diminuir as hipóteses de conseguir uma vaga de emprego… Ah, pois! Quem é o empregador que arrisca contratar alguém que não tenha fotos da viagem maravilhosa às Maurícias, no Facebook? Quem é o empregador que se aventura a contratar uma pessoa que não faça diariamente 100 “gostos” e não comente o aniversário fantástico de um amigo? Nunca coloquem fotos da viagem à Baixa da Banheira… O futuro empregador pode querer ver o vosso perfil no Facebook antes de vos contratar e pode provocar o despedimento antes de serem contratados… Ser um ex-futuro empregado não é conveniente nem salutar.

Bruxo 
Bem, voltemos a Moeller. Só porque nenhum dos dois assassinos psicopatas tinha conta no Facebook mede todos pela mesma bitola? O argumento tem lógica? Não brinquem comigo… Faz-me lembrar a anedota do alentejano e da lógica. Querem que eu conte? Não? Tenham paciência, mas vou contar… isto, para não ter que me tornar violenta!

- Ó compadre, estou a ver se descubro no dicionário o que quer dizer lógica.
- Mas isso não tem nada que saber. Por exemplo, o compadre tem aquário? 
- Tenho.
- E o que lhe faz lembrar o aquário?
- O mar. 
- E o que lhe faz lembrar o mar?
- Peixes.
- E os peixes o que lhe lembram?
- Hummm… uma sereia linda. 
- Então, é lógico que o compadre não é maricas! 
Todo satisfeito, assim que encontra um amigo diz-lhe: 
- Eh pá, descobri o que é a lógica. 
- Lógica? Mas o que é isso? 
- É assim compadre. Tem um aquário em casa?
- Não. 
- Então, é lógico que o compadre é maricas…

Da mesma forma, tem Facebook? Não. Então, é lógico que é psicopata! Christopher Moeller adianta ainda (e contradiz-se…) que vários assassinos em massa no passado não tinham nenhum amigo na vida real. NA VIDA REAL! Presumivelmente agora teriam 3155 amigos no Facebook… (estou a ser mazinha, presumivelmente é a minha faceta perigosíssima de serial killer…).
O que Moeller alega é que só teremos amigos na vida real se tivermos conta no Facebook!
Bullshit! Se há 1000 milhões de utilizadores activos do FB versus uma população mundial de 7000 milhões de pessoas, podemos convictamente afirmar que há 6000 milhões de pessoas que sofrem de perturbações mentais? Segundo este profissional de saúde mental, parece que sim… mas desconfio que ele deveria ser objecto de estudo porque presumo que, apesar de ter Facebook, não bate bem da marmita… Suspeito até que terá consultório na rede social, onde cura diarreias mentais à distância…de um “like”!
Depois de ter destilado tanta barbaridade, o psicotécnico e curandeiro Moeller disse, na sua observação final, que a ligação entre a ausência de perfil nas redes sociais e a perturbação mental, apenas se aplica aos jovens, uma vez que as pessoas com mais idade já se acostumaram a uma vida sem redes sociais. Ah! Ok! Fico muito mais tranquila! Claramente de acordo no que respeita a cotas e à velhada. Trabalhamos sem rede e sem medos! Já no que aos jovens diz respeito, parece-me muito mais fácil que se consiga disfarçar a pouca auto-estima e a pretensa psicose atrás de um ecrã de computador, escondendo literalmente dos olhos do mundo actividades perturbadoras, mas o perito é ele…
Apesar do hype (referido no dicionário com um sentido depreciativo… desculpem, mas prometo que é a última bandarilha!...) que é o Facebook, ainda há muita gente avessa a essa rede social. Chez moi, só há uma pessoa que tem perfil no FB, isto é, uma pessoa que, aos olhos do especialista Moeller, é absolutamente normal; a restante família, onde se incluem jovens, é mentalmente perturbada. Cuidado, muito cuidado!
Se tiverem conhecimento, através dos meios de comunicação social, de um qualquer assassínio em massa, é quase certo que o badameco do criminoso não tem conta no FB e posso ter sido eu. Se os homicídios ocorrerem na AR, então, a teoria de Christopher Moeller cairá completamente por terra e poderei ser eu ou não, porque são cada vez mais os portugueses com comportamentos estranhos e problemas mentais e não há FB que os ponha a salvo de acusações…
Rezem para nunca se cruzarem comigo…ah, já me estava a esquecer que tenho um álibi! Sem rede, sem medos e ao abrigo da idade…Velhadas!

(com um abraço ao meu amigo JMC que me disponibilizou a imagem)

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