sábado, 19 de junho de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (27)

A mudança do estilo de escrita de Francisco Salgueiro é notória neste último romance. Nos primeiros quatro livros, as capas atraentes sugeriam histórias light, e eram, de facto, verdadeiro entretenimento. Neste romance, a escrita é mais empenhada, mais madura, e as personagens muito bem trabalhadas. Não li Amei-te em Copacabana, mas julgo que já nesse romance se terá manifestado esta tendência de mudança. A Praia da Saudade fez-me voltar aos anos 60, a década que mudou o mundo. Gostei muito.

Portugal, 1964. Salazar proibia a Coca-Cola, a censura amordaçava escritores e a PIDE prendia inocentes. Beatriz e Rodrigo apaixonam-se. Ela, de educação católica e membro da Mocidade Portuguesa Feminina. Ele, um defensor da liberdade e crítico do regime. Em plena ditadura, havia apenas uma regra no que tocava às relações: não se apaixonar pela pessoa errada.
Entre o ambiente de Lisboa nos anos sessenta, a guerra em África e o retrato de uma sociedade governada pelo medo, o autor, com base numa história real, escreve um romance emocionante e comovente a que nenhum leitor ficará indiferente.

Sem comentários: