quarta-feira, 1 de abril de 2009

Memórias e Afectos (15)


No final dos anos 20 e início da década de 30, circulava, pelas farmácias e boticas, um cartaz alusivo à Aspirina da Bayer, exaltando a sua eficácia. Uns versos acompanhados de uma ilustração que se terá perdido no tempo…
No entanto, como o meu “avôzinho” R., nessa época, tinha uma botica em Alvorninha, a minha mãe decorou o texto e passou-me o “testemunho”.
Vou postá-lo para que fique para a posteridade...
Rezava assim:

Seguido da companheira
Zacarias vem da feira
Mas no caminho, entre montes
Sente doerem-lhe as "fontes"

Mal avista a sua enxerga
Nota que o corpo se verga
Deita-se e chama a mulher
Para que o vá socorrer:

"Engrácia
Vai depressa a uma farmácia,
E compra um tubo, mulher,
De Aspirina Bayer".

De volta, bem dissolvidos,
Toma logo dois comprimidos
Passaram-lhe as dores sem custo
Hoje, dorme como um justo

E logo no dia seguinte
Diz consigo: Dei no vinte!
E abandona o seu borralho
Com saudades do trabalho.

Por se tornar previdente
Nunca mais caiu doente
Pois tem sempre dose imensa
De Aspirina na despensa.

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