quinta-feira, 28 de abril de 2011

Reservado à Indignação (20)

Sempre tive as melhores referências da ESCS, Escola Superior de Comunicação Social, razão pela qual a minha filha A. ficou deveras satisfeita quando soube que tinha conseguido ingressar nesse estabelecimento. A primeira vez que se deslocou à secretaria, julgo que para se matricular, foi atendida por uma senhora afável e polida que “perdeu tempo” a dar-lhe todas as informações que julgou serem úteis, isto é, uma recepção inicial primorosa.
Hoje, quando penso nessa hospitalidade, vem-me à ideia aquela anedota sobre o P.M. José Sócrates no Inferno. Inicialmente, havia um lindo campo de golfe e divertimentos, depois um mundo cheio de lixo malcheiroso. Inicialmente, estavam em campanha, depois de conseguirem o seu voto… eis a realidade!
As coisas foram decorrendo dentro da normalidade, embora, com um ou outro quiproquó e algumas falhas inexplicáveis, como, por exemplo, computadores em número insuficiente em alguns exames, situação que obriga alguns alunos a aguardarem pelo menos 2 horas por um computador disponível para realizarem a prova… Poupem-me, palhaçada tem hora!...
Análise Económica, o calcanhar de Aquiles da minha filha e de muitos (leia-se “resmas” ou “paletes”) colegas, tem um programa desadequado e demasiado arrevesado para quem teve Matemática apenas até ao 9º/10º anos. Isto levou os alunos a avançarem com uma petição que redundou na substituição do professor (curiosamente, um senhor que fazia gala do número de negativas na própria cadeira que leccionava…) em vez de fazerem uma revisão e um ajuste dos conhecimentos e temas abordados na disciplina. Mudaram as moscas…
A estocada final na nossa paciência chegou há poucos dias. Exame marcado para dia 27 de Abril. Careca de saber que o prazo limite das inscrições para exames é, obrigatoriamente, até dois dias antes da respectiva prova, a minha filha, que se encontra a trabalhar, ligou para os serviços académicos no passado dia 20 de Abril para saber se a secretaria estaria a funcionar na manhã do dia seguinte, quinta-feira, visto que da parte da tarde estaria encerrada por motivo de tolerância de ponto ao funcionalismo público. Foi informada de que estaria encerrada todo o dia! Palhaçada tem hora!... Depois do choque inicial, enviou um e-mail, conciso e respeitoso, aos serviços, a perguntar se, em virtude desse encerramento, poderia inscrever-se na terça-feira, véspera do exame, porque segunda-feira era feriado. A resposta foi curta e grossa. Mesmo que estivessem abertos ao público na quinta-feira, o prazo tinha terminado na quarta-feira. Foi um balde de água fria, mas a minha filha assumiu o erro. Paciência!
O desagrado e a indignação face à informação incoerente e pouco rigorosa, assim como ao procedimento injusto levado a cabo por funcionários da secretaria surgiram hoje. A minha filha teve conhecimento comprovado de que vários estudantes se inscreveram para o dito exame na terça-feira, véspera da prova, completamente fora do prazo estipulado pela escola… Palhaçada tem hora! A minha filha perdeu uma oportunidade e ficou prejudicada!
Esta dualidade de critérios é injusta e revoltante! Qual é a solução para esta discriminação e arbitrariedade? Sem cruzar os braços, aconselhei-a a não deixar passar este caso impune e a apresentar amanhã mesmo uma reclamação por escrito. Ou há moralidade ou comem todos…
Felizmente, no meio de toda esta inépcia, salvam-se alguns, poucos, professores que devido à sua seriedade e competência serão sempre olhados como mestres e ficarão na memória, e isso faz toda a diferença

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