quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Livros e Mar: eis o meu elemento! (78)

Os livros são como as pessoas, temos a capa e o miolo. Há indivíduos exteriormente encantadores com um cérebro de fugir a sete pés. Há pessoas que “vestem mal de cara” e se revelam interessantíssimas. Há ainda os que são bonitos por fora e por dentro. Com os livros passa-se exactamente o mesmo.
Há capas excelentes que encerram narrativas banais e capas menos boas que contêm verdadeiras obras-primas da literatura, mas, como já aqui referi, deixo-me seduzir com facilidade por algumas capas. Por vezes, não compro o livro, compro a capa, particularmente, quando não conheço o autor, e seria, seguramente, o que aconteceria com O Livreiro, mas as minhas filhas anteciparam-se e ofereceram-mo.

A capa, sóbria, mostra uma enigmática figura de costas, tendo Paris e as margens do Sena como fundo, um livro aberto que pressagia um segredo e, a rematar, a suástica e as sugestivas frases “Um livro raro”, “Um sobrevivente do Holocausto” e “Uma história perfeita para todos os que gostam de livros”. Mark Pryor, o autor, é um estreante. Estariam reunidas as condições para eu comprar o livro, mesmo correndo o risco de estar a adquirir um fiasco, mas O Livreiro é um daqueles livros “double face”, bom por fora e por dentro. No entanto, errei ao pensar que seria mais um livro sobre o Holocausto, uma matéria já muito batida, mas que ainda continua sombriamente a despertar a minha atenção. Talvez por ter partido dessa ideia errada, senti um pequeno desapontamento quando me apercebi que Pryor abordou ao de leve o tema, servindo-se dele exclusivamente como contexto. Tirando a minha desilusão, fruto da minha interpretação errada, a leitura é muito agradável, espirituosa e descontraída, embora, no desenrolar da acção, aconteçam várias mortes.
Hugo Marston, chefe da segurança da embaixada americana em Paris, assiste impotente ao rapto do seu amigo Max Koche, um idoso vendedor de livros antigos nas margens do Sena, pouco depois de lhe ter comprado um livro raro. Marston inicia então uma investigação com a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA, destinada a encontrar o livreiro. Nessa demanda, descobre que Max é um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis.
Tendo como cenário a Cidade Luz, confesso que o que mais me atraiu nestas 345 páginas não foram as personagens nem a teia em que estas se movem, mas sim a forma como o autor descreve e detalha o mundo dos livros usados e dos alfarrabistas (neste caso, os bouquinistes que têm as bancas nas margens do rio Sena) e os meandros de uma actividade que tanto me fascina. O meu agradecimento ao autor por me ter guiado pelo mundo dos alfarrabistas.

livreiro
Neste romance de ritmo acelerado e empolgante (que prenderá os leitores da primeira à última página), encontramos a história de um terrível segredo escondido durante décadas nas páginas de um livro há muito desaparecido.
Hugo Marston decide comprar um livro raro ao seu amigo Max, o idoso proprietário de uma banca de obras antigas. Poucos minutos depois, Max é raptado. Vivamente surpreendido com o ato, Marston, chefe de segurança da embaixada americana em Paris, nada consegue fazer para impedir o raptor. Marston inicia então uma investigação destinada a encontrar o livreiro, recrutando a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA.
A busca de Hugo revela que Max é, afinal, um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis. Estará o rapto ligado ao sombrio passado de Max ou aos misteriosos livros raros que vendia?

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