domingo, 29 de setembro de 2013

Coleccionadores

"É aos psicanalistas que se deve perguntar por que se coleciona. Só eles sabem descobrir quais os motivos inconfessáveis e escabrosos que levam um burguês pacato e morigerado a praticar atos perfeitamente simples e morais. Não resta dúvida que o dom de colecionar é uma compensação para algum complexo. Em muitos casos é simplesmente um complexo de fuga, uma “Pasárgada” que ajuda a suportar guerras, inflações, desejos frustrados ou simplesmente uma mulher tagarela. Compensá-los, escrevendo poemas, pintando, esculpindo ou colecionando ainda é a melhor terapêutica que pode haver. Há gente que coleciona selos, discos de fonógrafo, botões de fardas, soldadinhos de chumbo, figurinhas de toda a sorte, e até caixas de fósforos. Tutankhamon colecionava bengalas e queria-as tanto que foi enterrado com elas. "

Quando morrer, serei também, certamente, cremada com os livros da minha infância e juventude… (ihihih)

“Seria – vocês hão-de perguntar – uma característica do colecionador não ler livros?
Menciono aqui a resposta que Anatole France tinha na ponta da língua para dar ao filisteu que, após ter admirado a sua biblioteca, terminou com a pergunta obrigatória:
- O senhor leu tudo isso, Monsieur France?
– Nem sequer a décima parte. Por acaso, o senhor usa diariamente a sua porcelana de Sèvres?”

O colecionador é, assumidamente, um ciumento! Especialmente quando se trata de outro colecionador. Ele dá, mas não empresta livros.

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