sábado, 13 de abril de 2013

Sejamos pragmáticos

Sherlock Holmes revelou-se surpreendido quando Watson lhe disse que a Terra girava em torno do Sol. Watson ficou atónito, mas mais perplexo ficou quando Holmes respondeu que “Agora que sei disso, tratarei de esquecê-lo o mais depressa possível. Considero o cérebro de um homem como sendo inicialmente um sótão vazio, que deve ser mobiliado conforme tenha resolvido. Um tolo atulha-o com trastes que vai encontrando à mão, de maneira que os conhecimentos de alguma utilidade para ele ficam soterrados, ou, na melhor das hipóteses, tão escondidos entre as demais coisas que lhe é difícil alcançá-los. Um trabalhador especializado, pelo contrário, é muito cuidadoso com o que leva para o sótão da sua cabeça. Não quererá mais nada além dos que são realmente importantes; destes é que possui uma larga provisão, e todos na mais perfeita ordem. É um erro pensar que o dito sótão tem paredes elásticas e pode ser distendido à vontade. Segundo as suas dimensões, há sempre um momento em que para cada nova entrada de conhecimento, teremos que esquecer qualquer coisa que sabíamos antes. Consequentemente, é da maior importância não ter factos inúteis ocupando o espaço dos úteis.”
Watson protesta, mas Holmes, impaciente, responde-lhe que “Você diz que giramos em torno do Sol. Se girássemos em volta da Lua, isso não faria a menor diferença para o meu trabalho…”

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