Decorriam, mais uma vez, os saudosos e agitados anos…sessenta.
Enquanto o mundo pulava e avançava, eu tinha férias e essas férias eram GRANDES!
Actualmente a malta nova, ou pelo menos alguma malta nova, aborrece-se de morte ao fim de algum tempo de férias e não têm os dias de férias que eu tinha. As aulas acabavam por volta do dia 10 de Junho e só começavam a 7 de Outubro. Eram praticamente quatro meses de férias e não me recordo de haver um único dia em que eu tivesse saudades das aulas ou dos amigos porque os meus amigos também estavam de férias e divertíamo-nos juntos, sem pressa que o tempo passasse…
Verdade seja dita que, na minha infância, todas as crianças brincavam na rua porque não havia tantos carros nem tantos perigos à espreita como hoje em dia. Nesse tempo nunca ouvi os adultos falarem de pedofilia nem de raptos. Agora há poucas crianças a brincar na rua. A grande maioria passa as férias ou no ATL ou em casa agarrada a um computador ou a uma playstation e a ver televisão. Nem me atrevo a incluir a leitura porque a malta nova não lê…
Enquanto o mundo pulava e avançava, eu tinha férias e essas férias eram GRANDES!
Actualmente a malta nova, ou pelo menos alguma malta nova, aborrece-se de morte ao fim de algum tempo de férias e não têm os dias de férias que eu tinha. As aulas acabavam por volta do dia 10 de Junho e só começavam a 7 de Outubro. Eram praticamente quatro meses de férias e não me recordo de haver um único dia em que eu tivesse saudades das aulas ou dos amigos porque os meus amigos também estavam de férias e divertíamo-nos juntos, sem pressa que o tempo passasse…
Verdade seja dita que, na minha infância, todas as crianças brincavam na rua porque não havia tantos carros nem tantos perigos à espreita como hoje em dia. Nesse tempo nunca ouvi os adultos falarem de pedofilia nem de raptos. Agora há poucas crianças a brincar na rua. A grande maioria passa as férias ou no ATL ou em casa agarrada a um computador ou a uma playstation e a ver televisão. Nem me atrevo a incluir a leitura porque a malta nova não lê…
Até completar os seis anos, morávamos numa vivenda que pertencia ao meu avô paterno, J.J. Contando com a nossa, eram quatro vivendas isoladas e seguidas. A criançada que ali morava passava os dias a brincar nos quintais uns dos outros e só fazíamos uns intervalos às horas das refeições.
Mudámos de casa. A casa nova tinha 5 assoalhadas e era num 2º andar de um prédio recente, num local aprazível. Tão aprazível que ainda hoje os meus pais lá moram…
Foi, portanto, com seis anos que conheci a minha amiga do peito, a T., tinha ela na altura quatro anos. Até hoje continuamos amigas…
Nas férias GRANDES juntavam-se os miúdos que ali viviam e ainda me lembro de alguns. Certamente que vou esquecer-me de muitos mas estes são, talvez, os nomes que estão mais acesos na minha memória: a Maria João, a Ângela, a Rosália, a Cristina, o Renato, o Luís que morava no n.º 8 e o Luís que morava no n.º 4, o Paulo Renato, a Ju, a Tina, a Cuca, a Niná, os irmãos Calhau, o Eduardo, a Guida, o Tó, o Rato, o Rui Tristão… Um dia, a T. atirou o boné (à Dr. Jivago, usava-se muito na época) do Rui para um canteiro enorme de flores e nunca mais se viu… O canteiro foi todo passado a pente fino mas o boné nunca foi encontrado… Ainda hoje rimos ao falar nisso… E quando eu me estatelei contra uma parede a andar de bicicleta? Eu era uma expert do pedal mas naquele dia devia ter ficado a ler (coisa que eu fazia diariamente e por gosto). Comecei a pedalar no princípio de umas arcadas, junto à porta do n.º 2 e a ideia era dar a volta junto à porta do n.º 10 (noutras arcadas) e regressar ao lugar de partida. Tanto as primeiras arcadas como as outras tinham (e têm) três prédios e entre elas ficam outros três prédios. A numeração é sequencial, ou seja, eu passava por 8 prédios. Como existe uma ligeira (felizmente) inclinação do terreno, ganhava-se velocidade com facilidade sem necessidade de pedalar muito… mas como eu me sentia o Fangio do pedal, toca de pedalar…mas a volta estava destinada a não me correr bem…Ainda hoje não compreendo o que aconteceu mas “tive uma branca” do tamanho de um comboio. Convém dizer que o n.º 10 era o último prédio e terminava com uma parede, branca por sinal… O esquecimento momentâneo foi de tal ordem que não me lembrei que a bicicleta não era composta só por pedais, tinha travões e guiador… e quando à minha frente, começou a surgir, cada vez mais perto a parede, tive uma ideia de jerico. Largar o guiador e proteger-me, levando as mãos à parede… Abri os pulsos e fiz um galo maior que o de Barcelos!
Devo dizer que não deixei de andar de bicicleta e, presentemente, acho que ainda era bem capaz de fazer um sprint…
Tanta diversão, tantos jogos ao ar livre, concursos de canções, quedas de bicicleta, arranhões e esfoladelas… Passeios largos, arcadas e o adro da igreja eram tudo o que precisávamos para as nossas brincadeiras. Ao fim do dia começavam as mães a chamar-nos para irmos tomar banho e jantar. Todos pediam “só mais um bocadinho”… Alguns tinham sorte. Eu sempre pertenci aos sortudos… porque a minha mãe compreendia que férias são férias e as GRANDES eram para ser bem gozadas...
Mudámos de casa. A casa nova tinha 5 assoalhadas e era num 2º andar de um prédio recente, num local aprazível. Tão aprazível que ainda hoje os meus pais lá moram…
Foi, portanto, com seis anos que conheci a minha amiga do peito, a T., tinha ela na altura quatro anos. Até hoje continuamos amigas…
Nas férias GRANDES juntavam-se os miúdos que ali viviam e ainda me lembro de alguns. Certamente que vou esquecer-me de muitos mas estes são, talvez, os nomes que estão mais acesos na minha memória: a Maria João, a Ângela, a Rosália, a Cristina, o Renato, o Luís que morava no n.º 8 e o Luís que morava no n.º 4, o Paulo Renato, a Ju, a Tina, a Cuca, a Niná, os irmãos Calhau, o Eduardo, a Guida, o Tó, o Rato, o Rui Tristão… Um dia, a T. atirou o boné (à Dr. Jivago, usava-se muito na época) do Rui para um canteiro enorme de flores e nunca mais se viu… O canteiro foi todo passado a pente fino mas o boné nunca foi encontrado… Ainda hoje rimos ao falar nisso… E quando eu me estatelei contra uma parede a andar de bicicleta? Eu era uma expert do pedal mas naquele dia devia ter ficado a ler (coisa que eu fazia diariamente e por gosto). Comecei a pedalar no princípio de umas arcadas, junto à porta do n.º 2 e a ideia era dar a volta junto à porta do n.º 10 (noutras arcadas) e regressar ao lugar de partida. Tanto as primeiras arcadas como as outras tinham (e têm) três prédios e entre elas ficam outros três prédios. A numeração é sequencial, ou seja, eu passava por 8 prédios. Como existe uma ligeira (felizmente) inclinação do terreno, ganhava-se velocidade com facilidade sem necessidade de pedalar muito… mas como eu me sentia o Fangio do pedal, toca de pedalar…mas a volta estava destinada a não me correr bem…Ainda hoje não compreendo o que aconteceu mas “tive uma branca” do tamanho de um comboio. Convém dizer que o n.º 10 era o último prédio e terminava com uma parede, branca por sinal… O esquecimento momentâneo foi de tal ordem que não me lembrei que a bicicleta não era composta só por pedais, tinha travões e guiador… e quando à minha frente, começou a surgir, cada vez mais perto a parede, tive uma ideia de jerico. Largar o guiador e proteger-me, levando as mãos à parede… Abri os pulsos e fiz um galo maior que o de Barcelos!
Devo dizer que não deixei de andar de bicicleta e, presentemente, acho que ainda era bem capaz de fazer um sprint…
Tanta diversão, tantos jogos ao ar livre, concursos de canções, quedas de bicicleta, arranhões e esfoladelas… Passeios largos, arcadas e o adro da igreja eram tudo o que precisávamos para as nossas brincadeiras. Ao fim do dia começavam as mães a chamar-nos para irmos tomar banho e jantar. Todos pediam “só mais um bocadinho”… Alguns tinham sorte. Eu sempre pertenci aos sortudos… porque a minha mãe compreendia que férias são férias e as GRANDES eram para ser bem gozadas...
3 comentários:
gostei muito do que escreveu. fez-me lembrar, com muita saudade, os meus tempos de menino nos anos 40 e 50.Eram também asim passadas as ferias grandes na "minha rua" a Rua Henrique Sales, nas Caldas da Rainha.Só se vinha a casa para comer e dormir ou fazer recados à mãe. Que saudades.
Então e o "meu Bairro da Ponte" nas Caldas,onde a brincadeira tinha intervalo para jantar e acabava lá para as onze horas da noite.
Naquele tempo Televisão era coisa de ricos e ainda não se tinha inventado a "Playstation", só o pião e a bilharda.
Ó João, sabe que eu tive uma grande amiga, da qual perdi o rasto, que tinha casa na Rua Henrique Sales porque a mãe era natural das Caldas, assim como a minha. Talvez os conheça. A mãe, ficou viúva cedo e chama-se Manuela. Uma das filhas chama-se Beatriz e a outra Isabel. Os dois últimos apelidos são Moreira Monteiro (não sei se são os 2 da parte do pai).
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