terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Lua pode esperar...

O português que há um mês iniciou no norte do Canadá uma viagem de bicicleta de 35 mil quilómetros de pólo a pólo pelo continente americano.

Nascer é um privilégio de quase todos; viver é uma aventura para poucos
Força Idílio, os colegas estão contigo!

Sigam as aventuras no Bacalhau de Bicicleta com Todos, disponível nas "Outras Marés".

Se tentarem destruir-te por inveja, calúnia,
má-língua, diz que diz, voa mais alto.
Se te criticarem, voa mais alto!
Se cometerem injustiças, voa mais alto!
Lembra-te sempre que esses não resistem
às grandes alturas…

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perdigão perdeu a pena...(2)

... Não há mal que lhe não venha.

Quando arranjo solução para uma das mazelas da idade, zás!... Aparece outra! Quando não aparece, invento! E nem preciso de consultar o catálogo, basta esmerar-me um bocadinho e consigo, sem esforço, engendrar uma nova macacoa…
Desta vez, mandei-me das escadas do sótão! Desci os últimos cinco degraus de uma só vez. Ia-me matando, escalavrei as costas e um braço, mas ficou-me a doer tudo, até a cabeça (dos dedos…). Foi, de facto, uma sorte não ter batido com a cachimónia porque a probabilidade de ficar com o hemisfério esquerdo do lado direito e vice-versa era grande…e o miolo ficava todo baralhado…
A culpa é desta maldita mania que sei andar de havaianas. Eu sei andar de chinelos de enfiar no dedo, quem sabe andar de havaianas são as brasileiras…
Sempre achei que tinha queda para qualquer coisa… mas acabei, apenas, por cair na realidade…
Se a tendência para “perder a pena” continuar, a minha mesa-de-cabeceira vai assemelhar-se, muito rapidamente, às dos velhinhos… Lágrima artificial, pomadas e óculos já lá cantam...
Para o quadro ser completo só me faltava uma dentadura dentro do copo…

Não depende da posição....

Fazê-lo parado fortalece a coluna,
de barriga para baixo estimula a circulação do sangue,
de barriga para cima é mais agradável,
fazê-lo sozinho é enriquecedor, mas egoísta,
em grupo pode ser divertido,
no w.c. é muito digestivo,
no automóvel pode ser perigoso.
Fazê-lo com frequência
desenvolve a imaginação,
a dois, enriquece o conhecimento,
de joelhos, torna-se doloroso.
Enfim, sobre a mesa ou sobre ao secretária,
antes de comer ou à sobremesa,
sobre a cama ou numa rede,
despidos ou vestidos,
na relva ou sobre o tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no roupeiro:
Fazê-lo é sempre um acto de amor e de enriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem o credo,
nem o sexo, nem a posição económica…
o que importa é que…

Ler é um prazer!...

domingo, 29 de agosto de 2010

She keeps on growing

Slipping through my fingers all the time

No 22º aniversário da minha filha A

sábado, 28 de agosto de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (30)

Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial. Assiste-se, ainda, a uma morte brutal, só que tanto a identidade da vítima como a do assassino permanecerão um mistério.

O primeiro livro que li de Haruki Murakami e redundou num verdadeiro fracasso porque não é de leitura fácil e a ocasião escolhida não terá sido a melhor. Neste romance existem dois universos paralelos que se cruzam numa sucessão de acontecimentos bizarros e de uma forma original e inacreditável. Julgo que me perdi um pouco no meio de tanta subjectividade e profundidade, pois o protagonista procura descobrir-se a si próprio, numa busca constante da sua essência. Muitas questões sem resposta que nos deixam na dúvida e nos levam a pensar se o destino e as escolhas que fazemos terão ou não influência nas nossas vidas. Apesar do insucesso, voltarei a ler Murakami.

Vossa Excelência chamou…? (1)

"Vossa Excelência Chamou", Livros Horizonte, Lisboa, 2.ª ed. 2008
Autor e Ilustrações: Júlio Borja

Tudo o que possa ter interesse saber-se sobre aquisição, manutenção, reparação, calibragem, upgrade e tuning de gatos domésticos.

[…] A questão é de fácil assimilação por qualquer português que no merecido usufruto das suas horas de lazer empastelado frente ao aparelho de televisão tenha já tido, ao longo dos anos, a oportunidade de assistir àqueles filmes de época da BBC em que há sempre uma cena na qual um mordomo cinzentão, com ar pedantolas, responde ao aristocrático tocar de sininho de uma dama de altíssima sociedade […] entrando no salão de visitas da mansão em passo marcial de pinguim emproado, pálpebras a meia-haste e a pergunta sacramental a pairar retoricamente no silêncio da sala, mesmo por baixo do nariz empinado:

“Vossa Excelência chamou…?”

Tá a ver o filme?

Pois, do ponto de vista dos gatos, passa-se exactamente a mesma coisa. Para os gatos, os humanos e os donos em particular são mordomos cinzentões e semi-descartáveis ao seu serviço, dos quais esperam que tomem permanentemente a liberdade de pensar em todas as suas necessidades e caprichos sem que seja sequer necessário chamar-lhes a atenção, até porque eles, gatos, não conseguem fazer tocar sininhos, por mais que se esforcem. […]
[…] Se, posto o que acaba de ser enunciado, ainda sobra ao leitor vontade para se dedicar de alma e coração ao mundo dos gatos, seja bem-vindo, mas não se esqueça em momento algum da regra fundamental do jogo: aí em casa, o meu amigo não passará nunca de um mero mordomo, com tantas hipóteses de ultrapassar o seu bichano na hierarquia social do agregado familiar como um servo da gleba tinha hipóteses, na Idade Média, de aspirar a comprar a pronto um castelo de 24 assoalhadas em condomínio fechado, na Baixa de Lisboa, com canhões em bronze, ponte levadiça com comando à distância, e vista para a Trafaria.[…]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Os felinos da minha vida...



Um sorriso de princesa feliz
e um salto de bailarina
cruzaram-se à noite ao luar
e criaram a graça felina.

Depois,
Começou uma miadeira do caraças
na vizinhança,
com a gaita dos cios,
e agora só deixando o Pitbull à solta no quintal
é que se consegue dormir.

(Júlio Borja)




Falcatrua científica

A revista americana New Scientist avaliou, em 11 categorias, as qualidades dos eternos rivais canídeos e felinos domésticos e chegou a uma conclusão: os cães são melhores que os gatos.
A revista diz que usar a ciência para resolver essa eterna disputa é uma tarefa difícil, mas refere que os cientistas olharam para as espécies como um todo, e não individualmente para cada animal de estimação, como fazem os donos. Para chegar à conclusão de que os cães são melhores, a New Scientist usou estudos semelhantes sobre as duas espécies em 11 categorias e a pontuação foi muito próxima: 6 a 5 para os cães.
Segundo a revista, os gatos vencem nas categorias cérebro (têm 300 milhões de neurónios, contra 160 milhões), popularidade (há mais gatos do que cães no mundo), vocalização (os gatos podem miar de uma forma que desperta a necessidade de prestação de cuidados humanos), super sentidos (os gatos sentem cheiros, ouvem e vêm melhor que os cães), e meio ambiente (os cães prejudicam mais as outras espécies e consomem mais comida).
Por outro lado, os cães ganham no que se refere à história compartilhada (foram domesticados muito antes dos gatos), laços afectivos (os cães são mais companheiros e os gatos, mais independentes), compreensão (os cães entendem mais palavras), resolução de problemas (os cães destacam-se, por exemplo, actuando como guias de invisuais), maleabilidade (são mais fáceis de treinar) e utilidade (os cães podem caçar, cuidar de rebanhos, fazer segurança, farejar drogas e bombas e guiar pessoas com deficiência).
Assim, o prémio para melhor animal de estimação foi para... o cão!

À partida, afigura-se-me que há aqui uma fraude no que diz respeito às categorias. A categoria que dá pelo nome de “resolução de problemas” parece ter sido metida à pressão, tipo bucha para tapar buracos, visto que o exemplo apresentado é já contemplado na categoria “utilidade”. Por outro lado, também os felinos têm atributos nessa matéria pois libertam-nos da nossa energia negativa… Simplificando, parece-me que estariam empatados.
Vejamos, agora, cada categoria canina per se. História compartilhada (foram domesticados muito antes dos gatos): em que é que isto abona a classe? Em nada! Só confirma que os cães se deixam “comprar” muito facilmente, não dão luta. Laços afectivos (os cães são mais companheiros e os gatos, mais independentes): não tenho argumentos para contrariar esta afirmação, mas (pensavam que eu ia deixar passar esta?...) como dona de gatos e não sendo cientista, posso olhar para as espécies individualmente e não como um todo. Então, os meus gatos são super meigos, super afeiçoados e apaixonados por mim…Ok, os 300 milhões de neurónios servem para alguma coisa, mais que não seja para perceberem que sou eu que os sustento, né? Compreensão (os cães entendem mais palavras): plenamente de acordo. Bobi, busca, busca, senta, quieto, anda, deita…Vocabulário básico. Coitados, uns paus mandados!... Resolução de problemas (os cães destacam-se, por exemplo, actuando como guias de invisuais): outra vez a falar no assunto? Para mim esta não conta. Isto é uma vigarice, os resultados são enganadores. Maleabilidade (são mais fáceis de treinar): mais uma vez se prova que aos canídeos basta um elogio para se deixarem ir na conversa dos donos, não se dão ao respeito, falta-lhes a nobreza e a respeitabilidade dos gatos. Utilidade (os cães podem caçar, cuidar de rebanhos, fazer segurança, farejar drogas e bombas e guiar pessoas com deficiência): numa palavra, TRA-BA-LHO! Felizes os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus!... Já no que ao gato diz respeito, passou de um estatuto decorativo a símbolo religioso. Daí para cá, exceptuando uns séculos em que as coisas correram mal, sabiamente vai bajulando o dono, conquistando regalias e passando a santa vidinha preguiçando…Os 300 milhões de neurónios só lhe deram vantagens…
Concluindo e resumindo, talvez a minha atracção pelos felinos se deva ao facto de me sentir mais semelhante aos canídeos (particularmente no número de neurónios, laços afectivos e utilidade...) e, como todos sabemos, pólos opostos atraem-se.
Donos dos cães contradigam-me!... Há quatro anos também eu defendia os canídeos com unhas e dentes, mas isso foi antes de os felinos entrarem na minha vida…

Nota de rodapé: também os felinos são grandes caçadores. À falta de melhor, os meus gatos caçam moscas, mosquitos, melgas, aranhiços e formigas...

Coisas do arco-da-velha... (6)

O gatuno responsável pelo roubo de mais de dez peças de roupa por dia numa cidade do sul de Inglaterra foi finalmente desmascarado. Tem só 13 anos, chama-se Óscar e é um gato...
Durante meses a polícia inglesa seguiu as pistas para encontrar o ladrão que roubava dos estendais e jardins meias, luvas e até roupa interior.
Segundo os donos, o gato agia como se fosse cleptomaníaco mas com uma natureza generosa: trazia roupas para casa na tentativa de os agradar.
Foram os próprios proprietários que, perante o aumento do número de roubos, tiveram de alertar a polícia para eventuais peças de roupa interior femininas desaparecidas.

O casal tinha ido buscar o gato a um gatil de Southampton na altura do Natal e agora pretende adoptá-lo a tempo integral. “Não podemos devolvê-lo depois de ele se ter esforçado por nos trazer todos aqueles presentes. Ele tem uma personalidade encantadora e é um gato muito carinhoso.”
Uma vez que o gato continua a roubar, o casal só precisa de encontrar uma maneira de controlar os seus instintos criminosos.

Coisas do arco-da-velha... (5)

Nova elite de fãs do iPad: os gatos

Quer se goste ou não, é inegável que o iPad é um aparelho cheio de funcionalidades. Mesmo algumas que se desconheciam, até então. Se pensava que o ecrã táctil só podia ser usado por humanos, desengane-se. Circulam pela Net vídeos que provam o contrário. Na verdade, os próprios gatos sabem usá-lo tão bem como nós. E se em muitas coisas o Homem já é ultrapassado pela máquina, resta agora temer pelo domínio felino.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Rio Adentro

......…………………… tão belo e prateado
como o Guadiana, o meu rio encantado
de mansas águas, suspirando amor!

(Lutegarda Guimarães de Caires)


Reflexos


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Outras Marés

Mais uma entrada nas Outras Marés, que é como quem diz, nos blogues que eu gosto. Desta vez, o mundo encantado das miniaturas. Deliciem-se com esta pérola, esta graciosidade, esta preciosidade, este filet mignon...
Miniatures Forever, tiro-lhe o meu chapéu!... Vejam se não tenho razão!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Concorrência

Se, presentemente, já tivesse a tal concessão de praia, este seria o meu rival inimigo e grande amigo.

Parece-vos contraditório? De facto, à primeira vista, este meu discurso encerra uma oposição. Como é que um inimigo rival pode ser um grande amigo? Parece-vos um paradoxo? Na verdade, à primeira vista, um paradoxo é uma contradição. No entanto, nem eu faço raciocínios paradoxais nem o meu rival inimigo e grande amigo é o Camões, embora se chame Luís. O Luís Vaz é que empregou uns paradoxos célebres quando escreveu que
amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente…
Quando eu digo que, se, presentemente, já tivesse a tal concessão de praia (e isto é um “suponhamos”, como diriam o Zezé e o Toni) e que este Luís seria o meu rival inimigo e grande amigo, é uma afirmação que parece contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível…
Passo a explicar. Se ele tem um café (junto à praia) e eu tenho (é um “suponhamos”…) um bar na praia, é natural que haja uma disputa, pois ambos temos um serviço idêntico e queremos angariar o maior número de clientes possível. A isto chama-se concorrência e ele seria o meu rival inimigo. Estão a seguir-me? Mas, acontece que este algarvio Luís, que não é Vaz, até agradece que lá “nã vaz”...
Atão, tenham lá calma, qu'ê cá tenho muito qu’ fazer… se vierem por volta das 11 horas, há muito movimento para as bicas e nã posso fazer torradas… Uns querem a bica escaldada, outros querem abatanado, agora é a moda da bica com uma pedra de gelo… (Ó ZC, ri-te à vontade!)
Este senhor Luís, que não é Vaz, era autoridade da concorrência competente para mandar a malta lisboeta para o meu bar, comer as tostas e beber as “mines”… Nã vaz mais longe, fica logo aí…
Topam, agora, porque lhe chamo grande amigo?
Verdade seja dita que este senhor Luís é uma figura castiça, um autêntico símbolo da Praia da Lota, bastante cáustico e sempre pronto para espetar a sua farpa no presidente da Câmara e as outras bandarilhas no Governo. Embora só tenha 2 andamentos, muito lento e parado, tem, no entanto, ideias geniais para aumentar os lucros, como, por exemplo, levar mais 10 cêntimos pelo ar condicionado ou por ler, sentado numa das mesas…
Estou convencida que este marafado até era capaz de vender arêia na praia…

Gin e Jolas

Gin & Jolas... o nome da minha futura concessão de praia, quando atingir a idade da reforma…

Cabelos louros (quando vamos para velhas viramos louras para não se notarem tanto os brancos…), rugas q.b. (vou aceitá-las, não sou mulher de botox nem lipos), unhas pintadas, calções, camisolinha de alças e chinelos.
Imaginem-me…
Esqueçam! Demasiado deprimente só de imaginar…

Nota: Não faço parte dos AA (Alcoólicos Anónimos) nem dos BC (Bêbados Conhecidos). Só bebo nas férias, durante o resto do ano sou abstémia.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Espero por ti...

… nos meus sonhos…
Já lá vão oito meses! Partiste há tantos dias! Peço, todas as noites, para que faças parte do meu sono. Peço, todas as noites, para sonhar contigo. Peço, mas continuo sem um único sinal teu…
As manhãs passam vertiginosas. Acordo. O desânimo invade-me o espírito. A manhã de hoje não foi diferente das outras. Acordei, mais uma vez, sem ter tido a tua visita. Porquê Pai?...
Espero por ti todas as noites.
Preciso tanto de te ver. Preciso tanto de te falar. Mesmo que seja em sonhos…
Continuo, noite após noite, a aguardar a tua imagem doce. Continuo, noite após noite, a suplicar a tua visita para podermos conversar. Deixa-me abraçar-te uma última vez, mesmo que seja num sonho…
Espero por ti todas as noites.
Espero por ti nos meus sonhos…

domingo, 22 de agosto de 2010

Qual é a vossa praia?


Em algum lugar do Algarve...

sábado, 21 de agosto de 2010

Gosto...e não se fala mais nisso! (18)

Gosto que me elogiem, que me louvem, que me aplaudam, que me honrem. Hoje, sinto-me lisonjeada por as Flores Trágicas, pelas mãos da Papoila, me terem em tão alta consideração. Obrigada Papoila por me fazer constar na lista dos outros clássicos da literatura. Abraços para todas. Tia Poejo

Post por encomenda

Para quem já estava "farto" de ver a bela da bolinha da Nívea, postada no passado dia 8 de Agosto, aqui vai um arzinho da minha graça...
Antes de entrar de férias fui ao médico. Queixei-me, entre outras coisas, de um cansaço geral, tanto físico como mental. Faço parte daquela percentagem da população que pratica a automedicação e só vai ao médico quando o rei faz anos, ou seja, uma vez por ano...

Verdade seja dita que faço todos os anos a consulta ginecológica. Por conseguinte, faço todos os anos as ecografias e a mamografia de rotina.
Curiosamente, este ano resolvi fazer um check-up e, tendo em conta que a partir dos cinquenta anos o prazo de validade vai sendo cada vez mais curto, os resultados podem considerar-se satisfatórios... A idade do condor (com dor aqui, com dor ali...) ataca cada vez mais cedo e julgo mesmo que já nem escolhe idades...
Pois é... antes de entrar de férias fui ao médico. Queixei-me do tal cansaço geral e o médico com um ar super interessado (ironia minha...) receitou-me Sargenor, um complexo vitamínico que ajuda à produção de energia celular. Plenamente consciente de que deveria seguir o conselho médico, mas descrente quanto ao efeito, porque me pareceu uma panaceia ao bom estilo do Melhoral que não faz bem nem faz mal, não aviei a receita.
Parti para férias convicta de que iria melhorar sem ingerir nada a não ser Gin Tónico e "jolas"...
O cansaço agravou-se ao fim de quatro dias de férias. Pudera!... O ar da praia cansa, nadar cansa, andar a pé cansa, comer e beber é cansativo. Até o simples acto de não fazer nada e depois descansar me deixou de rastos...
A solução foi encontrada na farmácia e, tal como reza a letra dos Xutos e Pontapés, "à minha maneira", automediquei-me com Vita Sport, um complexo vitamínico com Ginseng e Ginkgo Biloba.
Nunca tomei Sargenor mas o nome é pouco sugestivo, faz-me lembrar seniores, idosos, sei lá...qualquer coisa ligada à 3ª idade. Já Vita Sport é um nome que sugere vitalidade, entusiasmo, energia e capacidade de trabalho... Se o Ginkgo Biloba é uma espécie que sobreviveu à radiação em Hiroshima na 2ª Guerra, vai ajudar-me, certamente, a sobreviver no emprego e ninguém conseguirá dar-me cabo da molécula (*).
Será que o conteúdo das ampolas de Sargenor não poderia ser substituído por gin tónico?...
O meu cartão farmácia ia ter resmas de pontos porque o gin tónico dá-me asas...

(*) Esta é uma frase que tenho repetido a mim própria, mas ainda não consegui interiorizá-la. Continuo com dúvidas em relação à capacidade de resistência do Ginkgo Biloba...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Neste dia...


...não quero deixar de homenagear uma pessoa especial e que tem um lugar privativo nas minhas recordações de infância, o Senhor Faria, farmacêutico, em tempos idos, na Farmácia Rosa em Caldas da Rainha.


Se a memória não me atraiçoa, o Senhor Faria faz anos hoje...

O ano passado dei-lhe os parabéns pelo telefone, mas como estou de férias e não tenho o seu contacto, deixo-lhe aqui um abraço e com muita estima e consideração desejo-lhe muita saúde e felicidades.


O Senhor Faria faz hoje 86 primaveras!...
Faço votos para que este dia seja repleto de alegria, boa disposição, lucidez e, principalmente, de uma grande vontade de viver!...
Dizia-me ele, há um ano, que morrer é uma injustiça...
Na verdade, pessoas como o Senhor Faria nunca morrem porque fazem sempre parte das nossas memórias e afectos...


Uma pequena lembrança encontrada no site da Farmácia Rosa e gentilmente roubada por mim...

domingo, 8 de agosto de 2010

Memórias e Afectos (63)

Quem é que não se recorda da bolinha da Nívea?
Presente em quase todas as praias!...

Vivências passadas

A minha primeira experiência como campista remonta ao início dos anos 70. A minha amiga B. costumava ir para o parque de campismo da Foz do Arelho e convidou-me. Estive lá três dias... A experiência não podia ter corrido pior, adoeci e só pensava na minha alegre casinha e na minha doce caminha... Para esquecer!... Tive muita pena de deixar a B. e a família, mas, naquela altura, achei que não tinha espírito para campista...


Ainda na década de 70, o parque de campismo da Trindade, situado junto ao campo de futebol do Esperança de Lagos, foi eleito para as nossas férias de Verão e aí passávamos o mês de Agosto. Um luxo!... As nossas férias, claro... O parque era mais um lixo... mas nós adorávamos...


Um mês de férias!... Sem pais e sem telemóvel!... Nestes tempos longínquos não trabalhávamos... Dava-me ao luxo de só trabalhar para o bronze!..

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Memórias e Afectos (62)

Consegui encontrar duas fotos que deveriam ter sido inseridas na rubrica Memórias e Afectos, número 60, sobre as minhas férias em Mafra. Ambas no CMEFED, presentemente CMEFD.

Zorba, O Cão! Era lindo...

Se eu pusesse lado a lado fotos nossas actuais, poderíamos tentar descobrir as diferenças... Ui, ui!

Dona de mim

As minhas filhas foram para o Algarve no dia 29 de Julho.
E o que é que eu deveria fazer? Preguiçar, ler e dormir…
E o que é que eu fiz? Dei em gata borralheira.
Com algumas nuances, claro. Sem madrasta. Sem irmãs. Sem fada madrinha. Sem príncipe.
Sem stress. Sem parar. Sem rei nem roque. Sem fins lucrativos…
Um contra-senso sem razão de ser. Uma autêntica heresia, sem sombra de dúvida.
As minhas filhas foram para o Algarve no dia 29 de Julho.
E o que é que eu deveria fazer? Preguiçar, ler e dormir…
E o que é que eu fiz? Armei-me em Cinderella Man e travei autênticos combates com vários pesos pesados no ringue cá de casa. As cenas de pugilato tiveram lugar em várias divisões da casa e tenho que admitir que fiquei KO em todas. Que cena! O pior combate foi travado com o roupeiro que está na idade do armário…Deu-me luta…
As minhas filhas foram para o Algarve no dia 29 de Julho.
E o que é que eu deveria fazer? Preguiçar, ler e dormir…
E o que é que eu fiz? Disparates! Está visto que não me podem deixar sozinha…

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Flores trágicas

Não foram apenas as minhas filhas que influenciaram o nascimento deste blogue, embora tenham sido causa sine qua non. Na minha iniciação na arte de blogar, também as Flores Trágicas foram uma mais-valia decisiva. Assim, merecem a minha sincera homenagem.
Seis dias antes do “parto” do Balada, e depois de ter lido uma quantidade significativa de “post” das Flores Trágicas, enviei-lhes um e-mail que rezava assim:

Depois da leitura de uma boa parte dos vossos escritos sinto-me uma inculta "tragicamente" imbecil (e eu que pensava que tinha alguma cultura geral…).
Por muito que me custe, confesso que não conheço Grinderman, Thom Yorke, Christian Volckman, Bill Viola, Azazel Jacobs, Grant Gee, Wolfgang Tillmans, Bruce Nauman, Mari Boine, o tio Nick, Joanna Newsom, o Dr. Pedro (o dentista da papoila...), o Sr. Afonso (da Charcutaria Central...). Para não falar das exposições e peças de teatro que me passam ao lado...
Parafraseando uma personagem de Quino...dói-me o orgulho!...
No entanto, conheço o Leonard Cohen (é um rapaz do meu tempo...), o Quentin Tarantino, a Vanessa (a que é casada com o rapaz giro...), a osteopatia, os emplastros, o Coppola e a Sofia, o Sergio Leone, o Italo Calvino, o Clive Owen, o Quique Flores (este conta?!...), o Gary Oldman, a Cate Blanchett, o Stanley Kubrick e Shining (embora disfarçados nos espelhos e duplicações), Ingmar Bergman, jacarandás (são lindos!), Mr. Darcy, Dafoe (sim, sim, o feioso...mas tem qualquer coisa, sei lá!...), Day-Lewis com e sem bigodaça, o Dancing Queen (curiosamente uma das "minhas músicas"...), a Maluquinha de Arroios (desliza papá...), Al Pacino (também preferiria dançar com o Al do que beijar o Andy, se o Andy é quem eu estou a pensar, claro!...), Charles Ryder (adorei...), a versão black do Google, o avô admirável, a coquette da avó O. e a avó F, embora não esteja tão perto dela como tu porque nunca vi nem li o Valley of Dolls...
Os Auxiliares de Crescimento são um tesourinho e eu, saudosista q.b., achei a ideia deliciosa. Conheço todos!... o ZX Spectrum, a fada Sininho, os Legos, o Colégio das 4 Torres, o pula-pula do Morcego Vermelho, o Mancha Negra, o Horácio e a Clarabela (eu sei que não falas destes mas apeteceu-me...), a série Holocausto, a Anita, o Vasco Granja, James Cagnay, Bette Davis, Harold Lloyd, o Carrossel Mágico com o Franjinhas, o Ambrósio e o Saltitão (tornicotim...tornicotão...).
Invejei a visita ao Grémio Literário, não aprecio Michael Jackson, adoro a canção “necessário, somente o necessário”...e é claro que vou continuar a instruir-me nas vossas “tragédias”...até chegar a altura em que poderei frequentar a Universidade Sénior...
Espero que a papoila continue saltitante, que continue a haver um cheirinho a hortelã, que a doutora tulipa continue a embelezar a Rua das Flores e que a valeriana continue a dar-nos uns chazinhos de impaciência...
Bem Hajam! (como diz o senhor do Astro...).
Um beijinho da tia “Poejo”

Presentemente, posso corrigir dois pontos deste texto. Afinal conhecia o Sr. Afonso da charcutaria Central e encontro-me mais perto da avó F. (já vi o Valley of Dolls...).

A resposta ao meu e-mail não tardou:
Tia, isto merecia um telefonema, mas estou sem crédito e não quero falar aqui no serviço. Muito obrigada por tudo o que escreveste, mais uma coisa tua para eu guardar junto ao coração, como outras que tenho.
Eu também não sei coisas que tu sabes e, pior do que isso, nós não sabemos coisas que a A. sabe! As idades e as gerações são isso, mas temos sempre as zonas de intersecção onde nos encontramos todas e onde partilhamos outras coisas.
Bom, na realidade, estou muito contente e comovida por tu teres tido o trabalho de nos leres e de nos escreveres. No sábado, lá estaremos a partilhar cenas.
Beijinhos da R.

Agradeci-lhe por me recordar que existem zonas de intersecção. Semelhantes ao breve contacto físico entre Isabeau d'Anjou e o Capitão Etienne Navarre no filme Ladyhawke.

Bloguiversário

O Balada faz 2 anos!

Signo Leão, claro!...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Preguicemos...

Os gregos da época áurea nutriam desprezo pelo trabalho. Só os escravos podiam trabalhar, o homem livre conhecia exclusivamente os exercícios corporais e os jogos da inteligência.

Deus deu aos seus adoradores o supremo exemplo da preguiça ideal. Após seis dias de trabalho, entregou-se ao repouso eterno...

O trabalho só se tornará um condimento de prazer da preguiça, um exercício benéfico para o organismo humano, uma paixão útil ao organismo social, quando for sabiamente regulamentado e limitado a um máximo de três horas diárias.