Não ofereça sabedoria a quem só pode pagar com ignorância (por Max Gehringer, jornalista da Central Brasileira de Notícias)
Um rato saiu de manhã para o seu dia-a-dia e no caminho cruzou-se com um caracol. Muitas horas depois, após um dia exaustivo em que teve de labutar para arranjar comida e escapar aos predadores, o rato regressou e notou que o caracol não tinha andado mais do que uns 2 metros.
O rato parou e comentou que se sentia compadecido pelo facto do caracol ter uma vida tão monótona, tão sem emoções, enquanto ele, rato, conseguira viver, em apenas um dia, aventuras que o caracol não iria provavelmente conseguir viver em toda a sua existência.
"Emérito rato", respondeu o caracol, "como tenho bastante tempo para observar e reflectir, permita-me oferecer-lhe alguns dados comparativos entre as nossas espécies, que talvez possam ajudá-lo a rever o seu ponto de vista. Os caracóis têm casa própria enquanto os ratos são escorraçados de todos os lugares onde chegam. Os caracóis vivem em jardins e os ratos em esgotos. O alimento dos caracóis está sempre ao seu alcance, enquanto os ratos precisam de caminhar horas e horas para encontrar comida. Por isso, os caracóis podem passar o dia a apreciar a natureza, ao passo que os ratos não podem descuidar-se nem por um segundo. E não por acaso, a esperança de vida dos caracóis é de cinco anos, dois anos mais do que os ratos."
O rato ouviu tudo atentamente e concluiu que o caracol tinha razão, e com uma violenta patada esmagou o caracol.
Felizmente o solo era bastante fofo e o caracol sobreviveu, mas aprendeu uma lição para o resto da vida: Por mais razão que se tenha, nunca se deve tentar revelar a alguém que se acha importante e detentor da verdade, o que efectivamente vale.
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