Os gatos, apesar de terem momentos de entusiasmo, são animais calmos. Ao contrário dos cães, gostam de sossego e preferem o sofá a correrias. Até aqui, estamos todos de acordo. Quando olhamos para um gato, a última palavra que nos vem ao pensamento é “stress”. Os meus gatos não são diferentes. A vida deles sempre foi tranquila, sem trepidações, manifestamente invejável. Julgava eu… até há pouco tempo!
Tenho conhecimento, por observação diária, que o Senhor T., o meu gato, na presença da minha gata, a Dona A. (não se espantem, os meus animais de estimação sempre foram tratados com alguma consideração; já tive um Senhor Tobias e uma Dona Mimi…), está constantemente em alerta vermelho, com um olho no burro e outro no cigano, sendo que, neste caso, o burro e o cigano são a singular e fogosa Dona A... Isto, porque esta “dama” passa a santa vida a chateá-lo. Claramente que nunca me passou pela cabeça que tal pudesse afectá-lo, até porque quem me lê sabe que ele se sabe defender muito bem.
Os gatos passam longas horas a dormir, mas também adoram a sua higiene diária e vagarosa e, portanto, não estranhei o comportamento ao vê-lo lamber-se demoradamente. O que não achei natural foi uma parte da barriga aparecer pelada como se tivesse sido escanhoada… Levei-o à veterinária. O diagnóstico foi célere, dermatite psicogénica… Como? A doutora está a dizer-me que o meu gato tem uma dermatite de origem psíquica? Riu-se, e explicou-me que uma mudança na vida do nosso animal de companhia, como por exemplo uma mudança de casa, modificar a disposição dos móveis, um novo cônjuge, o nascimento de um bebé, um animal novo em casa, ou qualquer factor de stress pode ocasionar alterações e padecimentos comportamentais.
Ok, mas não houve nenhuma mudança na vida quotidiana do Senhor T. Não mudei de casa, não alterei a disposição da mobília, não há animais novos em casa, não me amancebei nem nasceu nenhum bebé na família… Depois de ruminar no assunto lembrei-me que a rotina diária tinha sido alterada quando houve obras no telhado. Tanto ele como a Dona A. ficaram limitados a uma varanda e um quarto durante dias a fio, só tendo permissão para vaguear pela casa toda, à noite… Poderá ter sido isso que desencadeou a obsessão de arrancar o pêlo? Ou será que a gata é mesmo o agente causador desta mania?
Há três formas de resolver o assunto. Distraí-lo é a primeira, e a mais aconselhada pela veterinária, mas morosa. Usar um colarinho (funil) plástico temporariamente para que não possa lamber-se (deve ser frustrante para um gato…) será a segunda opção. O terceiro procedimento envolve o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos. Só faltava a médica dizer-me para, em último caso, levá-lo ao psicólogo… A quarta hipótese, acrescentada por mim, é muito higiénica e garante um resultado infalível. Deixá-lo arrancar o pêlo todo!... A casa fica com menos pêlos e o Senhor T. fica sem objectivo.
Até os animais têm desordens obsessivo-compulsivas como os seres humanos…
Tenho conhecimento, por observação diária, que o Senhor T., o meu gato, na presença da minha gata, a Dona A. (não se espantem, os meus animais de estimação sempre foram tratados com alguma consideração; já tive um Senhor Tobias e uma Dona Mimi…), está constantemente em alerta vermelho, com um olho no burro e outro no cigano, sendo que, neste caso, o burro e o cigano são a singular e fogosa Dona A... Isto, porque esta “dama” passa a santa vida a chateá-lo. Claramente que nunca me passou pela cabeça que tal pudesse afectá-lo, até porque quem me lê sabe que ele se sabe defender muito bem.
Os gatos passam longas horas a dormir, mas também adoram a sua higiene diária e vagarosa e, portanto, não estranhei o comportamento ao vê-lo lamber-se demoradamente. O que não achei natural foi uma parte da barriga aparecer pelada como se tivesse sido escanhoada… Levei-o à veterinária. O diagnóstico foi célere, dermatite psicogénica… Como? A doutora está a dizer-me que o meu gato tem uma dermatite de origem psíquica? Riu-se, e explicou-me que uma mudança na vida do nosso animal de companhia, como por exemplo uma mudança de casa, modificar a disposição dos móveis, um novo cônjuge, o nascimento de um bebé, um animal novo em casa, ou qualquer factor de stress pode ocasionar alterações e padecimentos comportamentais.
Ok, mas não houve nenhuma mudança na vida quotidiana do Senhor T. Não mudei de casa, não alterei a disposição da mobília, não há animais novos em casa, não me amancebei nem nasceu nenhum bebé na família… Depois de ruminar no assunto lembrei-me que a rotina diária tinha sido alterada quando houve obras no telhado. Tanto ele como a Dona A. ficaram limitados a uma varanda e um quarto durante dias a fio, só tendo permissão para vaguear pela casa toda, à noite… Poderá ter sido isso que desencadeou a obsessão de arrancar o pêlo? Ou será que a gata é mesmo o agente causador desta mania?
Há três formas de resolver o assunto. Distraí-lo é a primeira, e a mais aconselhada pela veterinária, mas morosa. Usar um colarinho (funil) plástico temporariamente para que não possa lamber-se (deve ser frustrante para um gato…) será a segunda opção. O terceiro procedimento envolve o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos. Só faltava a médica dizer-me para, em último caso, levá-lo ao psicólogo… A quarta hipótese, acrescentada por mim, é muito higiénica e garante um resultado infalível. Deixá-lo arrancar o pêlo todo!... A casa fica com menos pêlos e o Senhor T. fica sem objectivo.
Até os animais têm desordens obsessivo-compulsivas como os seres humanos…
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