Nunca soube se determinados acontecimentos ocorrem nas nossas vidas por simples casualidade ou se acontecem deliberadamente, se são consequência do acaso ou se estavam predestinados, se há ou não alguma Entidade, seja ela um Deus omnipotente, um Universo em constante transformação, uma Inteligência superior, a Mãe Natureza ou um qualquer Espírito Mágico que rege a nossa existência. Nunca soube e, seriamente, não é coisa que me afecte nem me tire o sono (até hoje, conto pelos dedos de uma única mão as noites em que sofri de insónias), embora sejam várias as divagações que faço desta matéria…
Como não posso dizer que a minha saída do Facebook tenha sido um acontecimento (bem, foi um bocadinho… e continuo radiante!) nem que foi guiada por algum ente, não sei a quem devo agradecer o encontro que tive, uma semana depois.
Procurei com perseverança através do Facebook, e até esgotar os recursos, uma colega e amiga de infância que vivia, nos idos anos 60, a uns escassos 250 metros da minha casa. Fiz todos os esforços que estavam ao meu alcance para a encontrar, mas não fui bem-sucedida. Um dia encontrei a mãe, mas a senhora pareceu-me um pouco taralhouca e acabei por suspender as minhas diligências. Parecia que se tinha ausentado para sempre, levado um descaminho tal que se teria esfumado da face da Terra. Encontrá-la era mais do que uma caturrice, era uma enorme vontade de a abraçar e relembrar o nosso passado partilhado.
Frequento esporadicamente uma pastelaria que fica equidistante das nossas antigas habitações. Não por saudosismo, porque o estabelecimento é muito mais recente do que a nossa antiga camaradagem, mas porque, além de ter um café que me agrada, tem área de fumadores, multibanco e um espaço reservado à venda de jornais e revistas. Foi numa dessas casuais passagens que encarei com a mãe numa cadeira de rodas, visivelmente privada das funções cerebrais, e com a filha, a minha amiga de infância, sentada ao lado dela. Deram-me dois baques!... Um, por ver a senhora num tão avançado estado de decadência, o outro, porque ali estava ela… com mais quarenta e tal anos…mais uns quilos… mas os mesmos traços, a mesma fisionomia da menina de outros tempos…
Reconhecemo-nos, e com um sorriso aberto murmurámos os nossos nomes. Depois, ficámos ali a reviver traquinices e patetices que pertencem a uma outra época, a outras vidas… Insisto em voltar ao passado e, agora, é difícil recordá-la como era, só me vem à ideia como está… Esta coisa da idade é terrível! Às vezes penso que deveria ser proibido reencontrar alguns amigos, colegas e namorados da nossa meninice e adolescência. Só arruinamos as memórias que temos deles… Os magros passam a gordos, a barriga, outrora lisa, predomina num corpo adiposo ou flácido, as cabeleiras fartas e sedosas dão lugar a carecas, as cores atenuam-se numa preponderância de brancos, as barbas e os bigodes seguem o mesmo caminho, os pelos rareiam, mas teimam em não deixar o buço, os “pés de galinha” espreitam sem pudor, os divertidos ficam rabugentos, os simpáticos viram uma seca descomunal, o sonho passa a pesadelo…
Apesar destas minhas divagações, a verdade é que sou uma incurável nostálgica e é sempre compensador tornar a ver gente que fez parte da nossa vida, noutros tempos…
Como não posso dizer que a minha saída do Facebook tenha sido um acontecimento (bem, foi um bocadinho… e continuo radiante!) nem que foi guiada por algum ente, não sei a quem devo agradecer o encontro que tive, uma semana depois.
Procurei com perseverança através do Facebook, e até esgotar os recursos, uma colega e amiga de infância que vivia, nos idos anos 60, a uns escassos 250 metros da minha casa. Fiz todos os esforços que estavam ao meu alcance para a encontrar, mas não fui bem-sucedida. Um dia encontrei a mãe, mas a senhora pareceu-me um pouco taralhouca e acabei por suspender as minhas diligências. Parecia que se tinha ausentado para sempre, levado um descaminho tal que se teria esfumado da face da Terra. Encontrá-la era mais do que uma caturrice, era uma enorme vontade de a abraçar e relembrar o nosso passado partilhado.
Frequento esporadicamente uma pastelaria que fica equidistante das nossas antigas habitações. Não por saudosismo, porque o estabelecimento é muito mais recente do que a nossa antiga camaradagem, mas porque, além de ter um café que me agrada, tem área de fumadores, multibanco e um espaço reservado à venda de jornais e revistas. Foi numa dessas casuais passagens que encarei com a mãe numa cadeira de rodas, visivelmente privada das funções cerebrais, e com a filha, a minha amiga de infância, sentada ao lado dela. Deram-me dois baques!... Um, por ver a senhora num tão avançado estado de decadência, o outro, porque ali estava ela… com mais quarenta e tal anos…mais uns quilos… mas os mesmos traços, a mesma fisionomia da menina de outros tempos…
Reconhecemo-nos, e com um sorriso aberto murmurámos os nossos nomes. Depois, ficámos ali a reviver traquinices e patetices que pertencem a uma outra época, a outras vidas… Insisto em voltar ao passado e, agora, é difícil recordá-la como era, só me vem à ideia como está… Esta coisa da idade é terrível! Às vezes penso que deveria ser proibido reencontrar alguns amigos, colegas e namorados da nossa meninice e adolescência. Só arruinamos as memórias que temos deles… Os magros passam a gordos, a barriga, outrora lisa, predomina num corpo adiposo ou flácido, as cabeleiras fartas e sedosas dão lugar a carecas, as cores atenuam-se numa preponderância de brancos, as barbas e os bigodes seguem o mesmo caminho, os pelos rareiam, mas teimam em não deixar o buço, os “pés de galinha” espreitam sem pudor, os divertidos ficam rabugentos, os simpáticos viram uma seca descomunal, o sonho passa a pesadelo…
Apesar destas minhas divagações, a verdade é que sou uma incurável nostálgica e é sempre compensador tornar a ver gente que fez parte da nossa vida, noutros tempos…
Como eu disse aqui, se for vontade do acaso encontrá-los-ei por aqui ou por aí…
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