sábado, 16 de abril de 2011

Livros e Mar: eis o meu elemento! (38)

Mais uma ficção do catalão Ildefonso Falcones e mais uma obra repleta de informações e descrições históricas. Depois do sucesso do seu primeiro romance, “A Catedral do Mar”, que achei sublime, Falcones leva-nos, através de uma narrativa fascinante, à Andaluzia do século XVI e a viver intensamente as crueldades cometidas por duas das maiores religiões, o Cristianismo e o Islamismo. Após a entrega de Granada aos Reis Católicos e sem respeito pelas capitulações que garantiam a liberdade e a segurança da população mourisca, a comunidade muçulmana espanhola passou a ser alvo de perseguições tanto religiosas como civis. Em 1568, os mouriscos dão início a um confronto sangrento pelas aldeias das Alpujarras, na Serra Nevada, que faziam parte do reino cristão de Granada. Esta rebelião, que começou por incursões e emboscadas e acabou silenciada com grande derramamento de sangue, levou, mais tarde, o rei Filipe II a decretar a total expulsão dos mouriscos espanhóis. A rebelião de Alpujarras é qualificada por alguns autores como o conflito mais brutal da Europa no século XVI.
É neste cenário que se move Hernando, a personagem principal, filho de uma muçulmana e de um padre católico que a violou. Entre a desconfiança e o desprezo do seu povo, que não o vê com bons olhos, e a intolerância dos cristãos, Hernando, um homem bom e justo, não se entrega à resignação e nunca desiste de lutar ardentemente, e por vezes clandestinamente, pela liberdade do seu povo.

A história de um jovem dividido entre duas religiões e dois amores, em busca da sua liberdade e da do seu povo, na Andaluzia do século XVI. 1568. Depois de derrotados por Isabel, a Católica, a comunidade muçulmana andaluza sobrevive com muitas dificuldades, sob a constante repressão dos Cristãos, mas depressa o descontentamento dá lugar a uma sanguinária revolta. Entre os revoltosos encontra-se Hernando, um jovem desprezado pelo seu próprio povo e maltratado por Brahim, o seu padrasto. Dotado de uma extraordinária habilidade para lidar com animais, Hernando salva a vida ao filho de uma jovem belíssima, Fátima. Dividido entre a fé que lhe foi incutida e as atrocidades que vê serem cometidas em nome de Alá, o seu coração impele-o a ajudar um nobre cristão, obtendo a sua eterna gratidão. Porém, a sua coragem e honestidade também lhe granjeiam alguns inimigos, sobretudo o seu cruel padrasto que, aproveitando-se da morte do rei, consegue condenar Hernando à escravatura e desposar a bela Fátima, o grande amor do enteado. Brahim, na qualidade de lugar-tenente do novo monarca, parece inatacável, e Hernando parece condenado à desgraça...

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