Joana Vasconcelos expõe regularmente desde meados da década de 1990. Crescentemente aclamada pela crítica e pelo público, tanto em Portugal como no estrangeiro, a sua trajectória afirma-a como uma das mais importantes artistas portuguesas da sua geração. A sua prolífica carreira inclui, por exemplo, exposições individuais em instituições como o Museu de Serralves (Porto, 2000), a participação em eventos como a Bienal de Veneza (2005), encomendas de intervenções no espaço público, como o recentemente inaugurado Jardim Bordalo Pinheiro (Museu da Cidade, Lisboa, 2010), e galardões como The Winner Takes It All (Museu Colecção Berardo, 2006).
Sem Rede contempla obras famosas como A Noiva que simboliza a pureza da mulher e a sexualidade, o conjunto Coração Independente, uma reprodução de corações de filigrana, onde a artista usou talheres, e Cinderela, o sapato sofisticado simbolizando o glamour, uma das peças mais conhecidas. Estas obras debruçam-se sobre a condição feminina, tema transversal à actividade da artista.
Contudo, a exposição inclui outras obras, menos mediatizadas, que articulam múltiplos assuntos com cunho político-económico. Refiram-se, por exemplo, o exercício deslumbrado do poder com O Mundo a Seus Pés e a intolerância religiosa com Burka.
Obras recentes protagonizam reflexões com carácter social, como o conflito entre o progresso tecnológico e a conservação da natureza - Jardim do Éden (Labirinto) ou a doença enquanto metáfora da malaise global - Contaminação, um infindável e intensamente colorido corpo tentacular.
Outras obras arrojadas e diferentes são: Passerelle que representa abandonar, atropelar e acorrentar, Strangers In The Night que simboliza a prostituição e a noite e Spin que personifica a beleza associada à pressão e à tortura. Spot Me é uma estrutura que exprime a vigilância e a ditadura.
A artista plástica dá asas à imaginação e de tudo faz arte. O trabalho de Joana Vasconcelos é uma mistura arrebatadora de criatividade, inteligência, talento e provocação...
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