Praias – 3ª parte: Juventude (Nova Temporada) /Adulta (mas pouco…)
Armação de Pêra!
Como diria o Malato, fui muito feliz em Armação de Pêra.
O meu primeiro contacto com esta praia algarvia foi no início da década de 70, quando namorava com o Q. Os pais dele foram passar o mês de Agosto ao Algarve, mais propriamente a Alcantarilha (a três quilómetros de Armação) e os meus pais resolveram ir até Armação de Pêra. O Q. e eu conseguimos, sem esforço, passar esse mês de férias sempre juntos. Os pais, de ambos os lados, acabaram por se conhecer e simpatizar uns com os outros, o que veio a ser muito útil, pois enquanto eles se divertiam juntos, nós aproveitávamos para namorar… Gostámos tanto que este namoro durou três anos, acabou, e ainda voltámos a namorar outra vez… Depois cada um seguiu o seu caminho.
Nesse tempo ainda existia casino em Armação de Pêra (mais tarde viria a ser ocupado por retornados das colónias) e dei lá vários passinhos de dança. Numa dessas noites, os nossos pais estavam presentes e ainda hoje recordo, com um sorriso, o olhar furioso do meu pai ao ver-nos dançar agarradinhos na pista de dança… Eu sabia que depois de sair dali teria “sermão e missa cantada” mas sentia-me tão feliz e enamorada que não deixaria que nada nem ninguém estragassem aquele momento único e mágico... O Q. foi, sem margem para dúvidas, o namorado que me deixou as melhores recordações. Esteja ele onde estiver, espero que seja muito feliz…tão feliz como eu fui nessa época!
Voltei a Armação de Pêra nos anos seguintes, com pais, tios, primos, às vezes irmão, cunhada e sobrinha. Alugávamos uma casa e aí passávamos um mês de férias. Continuava a namorar o Q. Foi o único período da minha vida em que escrevi cartas de amor, talvez ridículas… mas não seriam cartas de amor se não fossem ridículas…
Nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, esta praia continuou a ser a nossa praia de eleição e lembro-me bem de algumas frases que apareciam escritas nas paredes, pelos anarcas. A melhor, para mim, foi esta: Fascistas veraneantes! Armação conhece-vos e não vos quer cá! Rua!
Naturalmente nunca ligámos a estas “ameaças” e continuámos a fazer as férias de Verão nesta praia que tão bem conhecíamos, chegando mesmo a fazer algumas amizades. Cabe aqui dizer que Armação de Pêra era uma praia com bastante afluência mas ainda muito pacata, comparando, certamente, com o que será actualmente. O hotel Garbe e o hotel Levante, este último já na saída para Porches, eram, na altura, os grandes hotéis que serviam esta praia.
Nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, esta praia continuou a ser a nossa praia de eleição e lembro-me bem de algumas frases que apareciam escritas nas paredes, pelos anarcas. A melhor, para mim, foi esta: Fascistas veraneantes! Armação conhece-vos e não vos quer cá! Rua!
Naturalmente nunca ligámos a estas “ameaças” e continuámos a fazer as férias de Verão nesta praia que tão bem conhecíamos, chegando mesmo a fazer algumas amizades. Cabe aqui dizer que Armação de Pêra era uma praia com bastante afluência mas ainda muito pacata, comparando, certamente, com o que será actualmente. O hotel Garbe e o hotel Levante, este último já na saída para Porches, eram, na altura, os grandes hotéis que serviam esta praia.
Casei no começo dos anos 80 e tive a minha primeira filha nos finais desta década. Armação de Pêra não deixou de ser a praia da nossa preferência. Só depois do nascimento da minha segunda filha deixámos de ir passar férias a Armação. A construção civil desgovernada fez desta vila um local demasiado tumultuoso e descaracterizado para o meu gosto, o minigolfe, onde passei bons momentos de lazer, foi deixado ao abandono. As casinhas tradicionais foram dando lugar à ganância do betão e as semelhanças intragáveis com a zona de Albufeira acentuaram-se.
Armação de Pêra deixou, assim, de fazer parte do meu destino de férias…
Um dia hei-de voltar, com o areal deserto e só meu…
Um dia hei-de voltar e os meus pezinhos, na areia, deixarão, novamente, pegadas, pegadas que farão parte das recordações daquela praia…
Armação de Pêra deixou, assim, de fazer parte do meu destino de férias…
Um dia hei-de voltar, com o areal deserto e só meu…
Um dia hei-de voltar e os meus pezinhos, na areia, deixarão, novamente, pegadas, pegadas que farão parte das recordações daquela praia…
Sem comentários:
Enviar um comentário