Praias – 2ª Parte: Juventude
Na minha mocidade, ou seja, já num outro patamar da minha vida, mudei de praia, embora não tenha sido uma opção minha. Tratou-se, apenas, de uma casualidade.
Em meados da década de 70 era frequentadora diária de cafés, onde ia dar “dois dedos de conversa” com amigos e foi por essa altura que nos cruzámos e fizemos amizade com outro grupo de jovens. Alguns deles costumavam ir acampar para o Algarve, nas férias de Verão, e foi de mochila às costas que eu e a T. nos juntámos a eles, rumo a Lagos.
Como o comboio na ponte era ainda uma quimera, tínhamos que ir de barco para o Barreiro e aí apanhar o comboio. Partíamos, por volta da meia-noite, num comboio que parava em todas as estações e apeadeiros e só chegávamos a Lagos às sete da manhã…Agora, que penso nisso, parece-me quase impossível suportar uma viagem de tantas horas para chegar ao Algarve, mas éramos jovens e não havia nada que nos pudesse chatear, muito menos uma viagem de comboio que durava a noite toda… Que mais podíamos desejar a não ser partir à aventura sem ter os pais por perto?
Julgo que foi na primeira viagem que eu descobri a liberdade…mas nunca deixei que essa liberdade se confundisse com libertinagem.
Mais tarde, os elementos do grupo mudaram mas a rotina permaneceu e todos os anos, no início de Agosto, lá íamos nós, de mochila às costas, a caminho de Lagos.
E todos os anos, enquanto, na escuridão da noite, o comboio atravessava o Alentejo, nós gozávamos a nossa emancipação conversando, rindo e jogando às cartas, até sermos vencidos pelo sono e acordarmos em Lagos, encostados uns aos outros, numa cumplicidade silenciosa e sadia…
Depois de instalados no parque de campismo “Esperança de Lagos”, propriedade, penso eu, do clube de futebol local, era altura de começar a gozar a praia e a trabalhar para o bronze (convém dizer que, nos anos setenta, não se ouvia falar muito de precauções com a pele nem da perigosidade dos raios solares, nem da camada do ozono…).
Na minha mocidade, ou seja, já num outro patamar da minha vida, mudei de praia, embora não tenha sido uma opção minha. Tratou-se, apenas, de uma casualidade.
Em meados da década de 70 era frequentadora diária de cafés, onde ia dar “dois dedos de conversa” com amigos e foi por essa altura que nos cruzámos e fizemos amizade com outro grupo de jovens. Alguns deles costumavam ir acampar para o Algarve, nas férias de Verão, e foi de mochila às costas que eu e a T. nos juntámos a eles, rumo a Lagos.
Como o comboio na ponte era ainda uma quimera, tínhamos que ir de barco para o Barreiro e aí apanhar o comboio. Partíamos, por volta da meia-noite, num comboio que parava em todas as estações e apeadeiros e só chegávamos a Lagos às sete da manhã…Agora, que penso nisso, parece-me quase impossível suportar uma viagem de tantas horas para chegar ao Algarve, mas éramos jovens e não havia nada que nos pudesse chatear, muito menos uma viagem de comboio que durava a noite toda… Que mais podíamos desejar a não ser partir à aventura sem ter os pais por perto?
Julgo que foi na primeira viagem que eu descobri a liberdade…mas nunca deixei que essa liberdade se confundisse com libertinagem.
Mais tarde, os elementos do grupo mudaram mas a rotina permaneceu e todos os anos, no início de Agosto, lá íamos nós, de mochila às costas, a caminho de Lagos.
E todos os anos, enquanto, na escuridão da noite, o comboio atravessava o Alentejo, nós gozávamos a nossa emancipação conversando, rindo e jogando às cartas, até sermos vencidos pelo sono e acordarmos em Lagos, encostados uns aos outros, numa cumplicidade silenciosa e sadia…
Depois de instalados no parque de campismo “Esperança de Lagos”, propriedade, penso eu, do clube de futebol local, era altura de começar a gozar a praia e a trabalhar para o bronze (convém dizer que, nos anos setenta, não se ouvia falar muito de precauções com a pele nem da perigosidade dos raios solares, nem da camada do ozono…).
Praia do Pinhão… A praia do Pinhão surge nas minhas memórias. Uma pequena praia, abraçada por rochas, que consegue acolher uma dose generosa de lembranças.
Foi na praia do Pinhão que a T. se escondeu, quando viu aparecer o barco do M…
Foi na praia do Pinhão que procurámos “abrigo” quando fugimos de Monte Gordo, mais propriamente, do V., com quem eu namorava na altura, e dos seus amigos idiotas…
Foi na praia do Pinhão que os nossos corações bateram com mais intensidade.
Foi na praia do Pinhão que curtimos algumas tristezas e vivemos muitas alegrias.
Foi na praia do Pinhão que a T. se escondeu, quando viu aparecer o barco do M…
Foi na praia do Pinhão que procurámos “abrigo” quando fugimos de Monte Gordo, mais propriamente, do V., com quem eu namorava na altura, e dos seus amigos idiotas…
Foi na praia do Pinhão que os nossos corações bateram com mais intensidade.
Foi na praia do Pinhão que curtimos algumas tristezas e vivemos muitas alegrias.
Nunca mais voltei à praia do Pinhão, mas guardo, numa daquelas gavetinhas que temos no cérebro, todos os momentos inesquecíveis, e num cantinho do coração guardo os momentos mágicos que lá passei…
Tenho saudades da praia do Pinhão, saudades da minha juventude, da vida descontraída e divertida. Saudades do tempo em que as nossas preocupações eram, sobretudo, as paixões, os amores de Verão, as trocas de olhares, os comentários, os risinhos abafados, as promessas de amor e as confidências…
Nessa altura, acreditava na paz, na justiça, na felicidade e no amor eterno…
Presentemente, porque sou uma optimista incurável, continuo a acreditar…
Tenho saudades da praia do Pinhão, saudades da minha juventude, da vida descontraída e divertida. Saudades do tempo em que as nossas preocupações eram, sobretudo, as paixões, os amores de Verão, as trocas de olhares, os comentários, os risinhos abafados, as promessas de amor e as confidências…
Nessa altura, acreditava na paz, na justiça, na felicidade e no amor eterno…
Presentemente, porque sou uma optimista incurável, continuo a acreditar…
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